Segurança no trabalho para todas as idades

 

A população ativa da Europa está a envelhecer. As idades de reforma estão a aumentar e espera-se que as vidas profissionais se tornem mais longas. Prevê-se que em 2030 cerca de 30% da população ativa tenha entre 55 e 64 anos.

Por Helena Bentes

 

Esta evolução da população europeia gera um conjunto de desafios, em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), quer para os trabalhadores, quer para os empregadores, quer para as organizações, dado que está em causa uma exposição mais prolongada aos fatores de risco.

A prevenção dos acidentes de trabalho e doenças profissionais é um dos objetivos de qualquer programa de gestão da SST. Neste contexto de envelhecimento da população ativa, a prevenção ao longo de toda a vida profissional é fundamental, uma vez que as condições de trabalho se vão refletir na sua qualidade de vida e no bem-estar mais tarde. Igualmente essencial é adotar uma abordagem holística de gestão da SST: olhar para o local de trabalho como um todo, nomeadamente identificar todos os fatores de risco que possam influenciar a segurança e a saúde no local de trabalho.

A identificação de perigos e a avaliação de riscos é o pilar da abordagem de prevenção dos acidentes de trabalho e doenças profissionais. Em matéria de SST,­ a legislação determina a realização de avaliações de risco pelos empregadores, incluindo em particular os grupos de trabalhadores sujeitos a riscos especiais, assim como prestar especial atenção aos grupos sensíveis ou vulneráveis. E estes trabalhadores constituem-se como um novo grupo.

Atualmente, a diversidade e a gestão da diversidade no local de trabalho são questões importantes e novas para a SST.

A avaliação de riscos sensível à idade deve ter em conta as diferenças entre indivíduos, nomeadamente as eventuais diferenças em termos de capacidade funcional e de saúde. No caso dos trabalhadores jovens, é necessário ter em conta o seu desenvolvimento físico e intelectual, bem como a sua experiência. Quanto aos trabalhadores idosos, devem merecer uma atenção acrescida nas situações que possam ser consideradas de maior risco, como por exemplo o trabalho por turnos ou atividades que exijam elevado esforço físico.

É fundamental ter em conta esta diversidade no processo de avaliação de riscos, ponderando as exigências profissionais e as capacidades individuais, melhorando as condições de trabalho para todos os trabalhadores. A alteração das capacidades funcionais pode ser enfrentada, por exemplo através de medidas de ordem construtiva, organizacional ou de proteção. Alguns exemplos: redefinição das funções, rotação de tarefas, organização do trabalho por turnos mais curtos, pausas mais frequentes, restrições quanto ao esforço físico. Contudo, de uma adequada conceção dos locais do trabalho e da organização do trabalho beneficiam todas as faixas etárias.

Estas práticas de gestão da SST podem ter benefícios significativos a nível da organização, pois os trabalhadores serão mais saudáveis, consequentemente produtivos e motivados, permitindo que as organizações se mantenham competitivas; por outro lado, permitirão manter competências e experiências profissionais valiosas, graças à transmissão de conhecimentos.

Mais um desafio…

 

Fonte: campanha «Locais de trabalho saudáveis para todas as idades», promovida pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho

 

 

»»» Helena Bentes é diretora  do Departamento de Segurança no Trabalho na Esumédica – AdvanceCare. A AdvanceCare, criada em 1998, tem ao longo dos anos conquistado um espaço no mercado. A sua posição é alicerçada na proximidade com que sempre foram pautadas as relações com clientes e parceiros e na forma como utilizou a experiência e o know-how para acrescentar valor.