Estudo sobre digitalização nos departamentos RH

A Talentia Software, empresa especializada em soluções de software empresarial dedicadas à gestão de desempenho empresarial e à gestão do capital humano, em conjunto com a Fundación Personas y Empresas, acaba de revelar os resultados de um estudo sobre a digitalização nos departamentos de recursos humanos. O estudo foi realizado com 246 empresas, sendo o objetivo perceber a evolução das empresas no processo de transformação digital.

Cláudia Padinha (na imagem), responsável de vendas da Talentia Software em Portugal, assinalou a propósito da divulgação do estudo: «A transformação digital não vem tanto da implementação de novas tecnologias, mas da transformação da organização, aproveitando as possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias digitais. As conclusões do estudo agora apresentado evidenciam que os departamentos de recursos humanos das empresas, de uma forma geral, não são devidamente reconhecidos pelas administrações. Por isso, acreditamos que existe ainda um caminho a percorrer também na otimização digital das empresas.»

Os resultados do estudo revelam que muitas empresas (45%) consideram que a sua cultura reforça e potencia a digitalização, mas a maioria não implementa totalmente a digitalização no dia-a-dia. A maioria não sabe efetivamente o significado de digitalização, entendendo-a como automatização, uso de novas tecnologias, um grande banco de dados, instrumentos e eliminação do papel… Não compreendem o verdadeiro significado da expressão.

A partir do estudo percebe-se que existe interesse por parte das empresas e dos seus colaboradores em entrar na era da digitalização do departamento de recursos humanos, mas muitos diretores limitam-se a analisar os orçamentos do lado dos custos e não ponderam o investimento e digitalização.

Muitas das empresas têm muitos colaboradores no departamento de recursos humanos. Só 33% das empresas questionadas têm menos de três pessoas a colaborar nesse departamento.

Uma das conclusões do estudo é que as empresas que pretendem implementar novas tecnologias devem considerar uma estratégia de transformação contínua e que se baseie em três elementos-chave: possuir uma visão estimulante e transformadora, criar um percurso de evolução e considerar a mobilização de toda a organização.

Um grande número de empresas que responderam ao estudo considera ser muito baixo o seu nível de digitalização. Apenas 23% identifica ter algum nível de digitalização. Inserem-se neste último nível as empresas que assumem conseguir estabelecer serviço, produtos e ferramentas que utilizam a digitalização e que possam estabelecer correlações e previsões futuras.

Uma das questões do estudo procurava compreender se as empresas identificam as capacidades e as competências digitais dos seus colaboradores. A maior parte delas reconhece não ter totalmente identificadas as capacidades ou competências digitais dos colaboradores. Apenas cerca de 10% afirmam dispor dessas funções.

Questionadas sobre a integração de dados de sistemas diferentes, mais propriamente o desempenho, a remuneração, o recrutamento, o compromisso, etc, 45% das empresas participantes no estudo afirmam que a empresa trabalha com essa integração de sistemas.

Para que se consiga ter uma efetiva transformação digital dos recursos humanos é por vezes necessário serviços de empresas de consultoria, assessoria e implementadoras. 28% dos colaboradores das empresas manifestam que utilizam, já nas restantes empresas há possivelmente ajuda de outros departamentos internos, de clientes ou de negócios.

Uma das questões do estudo recaía sobre a formação. Se por um lado reconhecemos que todas as empresas concedem formação aos seus colaboradores, compreendemos que nem todas as formações dadas consideram cursos, internos ou externos, sobre digitalização. Mas nos resultados deste estudo as opiniões estão muito divididas. 50% das empresas responderam que as suas formações incluem esses cursos e 49% responderam que as formações versam sobre digitalização. Isto pode por um lado justificar a resposta dada pelas empresas, que reconhecem que deveria ser feito maior investimento na digitalização.

Detalhando todas as áreas de recursos humanos que integram estes departamentos nas organizações, o estudo pretendeu ainda compreender qual a importância que as empresas concedem a determinada área. De uma forma geral, a maior parte dos inquiridos atribui uma classificação de 20% para as áreas de desenvolvimento e talento (86%), formação (81%), gestão salarial (84%), relações laborais (73%), seleção (54%) e administração de recursos humanos (67%). Em sentido inverso, a área de saúde laboral é aquela a que a maior parte das empresas (54%) atribui menos classificação, menos de 5%, mais especificamente.

Na maioria das empresas fornece-se os relatórios dos recursos humanos aos órgãos diretivos, mais exatamente 82,29% dos colaboradores confirmam, mas chega a ser surpreendente que quase 14% não fornece nenhum relatório, o que pode não ser um problema dos recursos humanos mas sim da direção – esta pode não demonstrar o devido interesse nos colaboradores ou não lhes dar o devido valor.

As 246 empresas que participaram no estudo são de diferentes dimensões. No seu conjunto têm mais de 290 mil trabalhadores, sendo de distintos sectores de atividade: alimentação, automóvel, banca e seguros, consultoria e serviços, energia/ gás/ água, hotelaria e turismo, industrial e informática e eletrónica.