José  Crespo de Carvalho, do Iscte EE

«Este ano foi de consolidação e salto.»

Texto: Redação «human» Foto: DR

Quando passam poucos dias sobre a Cerimónia Graduation’25, do Iscte Executive Education, como olha para o vosso percurso na formação de executivos?

Olho com o orgulho de quem sabe que nada disto é obra do acaso. É trabalho, é consistência, muita consistência, e é ter uma visão clara e partilhada: formar líderes capazes de pensar, escolher e decidir. Sete anos consecutivos de crescimento não acontecem por simpatia. Acontecem porque sabemos aonde queremos chegar e porque nunca abdicamos, nem abdicaremos, da exigência.

Nesse percurso, como compara os resultados deste ano, refletidos na cerimónia, com os de anos anteriores?

Este ano não foi «mais um ano bom». Foi um ano de consolidação e salto. Crescemos em vendas, em resultados, em alunos, em programas on-line, em atividade corporate. E crescemos onde importa: na qualidade e na relevância. E ainda reforçámos posições no «Financial Times», sempre nos 50 melhores do mundo em Executive Education e nos 100 melhores EMBA também do mundo. Poucos conseguem este nível de consistência e sobretudo apresentar resultados sempre melhores e mais sustentados subida.

O que é que verdadeiramente marca um evento de reconhecimento como este?

A verdade é simples: ninguém chega ali por acaso. Ali celebra-se mérito, esforço, noites mal dormidas, escolhas difíceis, famílias à espera, e a coragem, muita coragem, de quem decide investir em si mesmo. Isso significa que se prescindiu de muito, em programas de média e longa duração, para se entregar ao melhor investimento que se pode fazer: a formação pessoal. Marca-me ver mais de mil pessoas no Casino Estoril a festejar conquistas reais, não facilitismos. É a prova viva de que a exigência continua a atrair talento. E de que a exigência traz mérito. E de que o mérito é das coisas mais bonitas de colocar em prática. A todos os níveis.

Estiveram envolvidos mais de 2.000 pessoas. Que tipo de perfis têm?

São líderes em construção e líderes consolidados. São gestores, engenheiros, profissionais de saúde, quadros técnicos, diretores, empreendedores: pessoas que trabalham, que pensam e que querem mais. Pessoas que não se escondem atrás de desculpas. E pena é que tenhamos tido mais de mil no casino e muitos, por estarem a distâncias consideráveis e ou com compromissos, não se terem podido juntar. Bom, se tivéssemos tido todos também não cabíamos no Casino do Estoril e este ano foi mesmo à justa. Mesmo, mesmo.

Há muitas pessoas de fora de Portugal? E de que geografias?

Sim, cada vez mais. Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Estados unidos, alguns países europeus, Médio Oriente e China. A internacionalização não é um slogan: é a prática diária. É um dos nossos pilares estratégicos e é para levar a sério.

Com ambição. Vamos reforçar saúde, inteligência artificial (IA), tecnologias, liderança, imobiliário, finanças, fiscalidade, supply chain, marketing digital, mobilidade, inovação, entre outros. O futuro exige pensamento crítico. E exige escolas que formem executivos capazes de usar tecnologia ao limite, mas nunca abdicando da sua cabeça, do seu discernimento, da sua capacidade de decisão e da condição de humanos que são. Com tudo o que isso traz de bom.

Os grandes desafios podem vir sobretudo da tecnologia?

Sim, mas não no sentido que muitos pensam. A tecnologia só é ameaça a quem deixa de pensar. O desafio não é a IA; é a preguiça mental. Nós defendemos exatamente o contrário: pensamento crítico, discernimento humano, escolhas conscientes. A IA é uma ferramenta e nunca um substituto da inteligência humana.

Gostávamos que comentasse o ambiente da formação executiva que marca o Iscte Executive Education e o ambiente das licenciaturas. De que realidades estamos a falar e que pontos de contacto podemos encontrar?

São mundos diferentes, mas complementares. Nas licenciaturas constrói-se base, método, disciplina. Na formação executiva trabalhamos com quem já está no terreno, com urgências reais, problemas reais e impacto imediato. O ponto de contacto? A cultura: rigor, inovação, pensamento livre e abertura ao mundo; capacidade de construção, criatividade, decisão, discernimento, bom senso; e prática, muita prática. Por alguma razão, assinamos «real-life learning».

A cidade de Lisboa é verdadeiramente atrativa para quem procura a academia para desenvolvimento de competências relacionadas com o mundo corporativo?

Lisboa tornou-se um hub global. Segura, vibrante, multicultural, cheia de talento e com empresas de referência. Para executivos, é um ecossistema perfeito. Para o Iscte Executive Education, é o palco natural para atrair o mundo e a ponte natural para a Europa e mesmo para a América Latina, África e Ásia.

Como olha para os seus desafios na liderança do projecto do Iscte Executive Education?

Olho como olho para tudo: com ambição e zero complacência. Liderar esta casa desde 2019 tem sido construir e consolidar. Mas o próximo passo é sempre maior. Continuar a crescer, a inovar, a internacionalizar e a marcar posição. Nada está garantido. Nada. Mas é precisamente isso que nos mantém vivos.

O que é que de melhor lhe trouxe esta experiência?

A certeza de que o talento aparece quando o contexto é exigente. A equipa, os docentes, os parceiros, os alumni: quando o ambiente é certo, as pessoas superam-se. E, pessoalmente, trouxe-me apenas a confirmação de que este exercício de liderança é mais uma vez feito de serviço, disciplina, consistência, muita consistência e, obviamente, frontalidade – mas igualmente proximidade.

Há alguma nota final que nos queira deixar?

Sim. A formação executiva não é para quem procura atalhos; é para quem procura caminho. E no Iscte Executive Education esse caminho é claro: «real life learning», impacto, exigência constante e a ambição de formar líderes que pensem e propensos à ação. E que passem a outros o sentido de urgência de fazerem, pensarem e agirem e, claro, de assumirem responsabilidades. Estes ingredientes são o que verdadeiramente nos distingue.

»» José Crespo de Carvalho é presidente do Iscte Executive Education, que foi a primeira escola de negócios de formação de executivos, associada a uma universidade, a nascer em Portugal, em 1988. Facto construído, entre outros, pela figura incontornável de Eduardo Gomes Cardoso. É com a história e com a experiência que procura criar futuro. Acreditam os seus responsáveis que se trata da primeira escola na forma de fazer singular e em variadas áreas do conhecimento; a primeira na maneira como co-desenha programas e como se relacionamos com as empresas e os seus participantes e, assim, entrega; a primeira na ligação à imensa base empresarial real, e a primeira no lado aplicacional que a caracteriza. E é esse lado aplicacional que leva à assinatura «Real-Life Learning».

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