A diretora de recursos humanos (RH) e financeira da UPPartner fala da realidade de uma empresa fundada em 1989 e que se assume como plataforma multidisciplinar que repensa a forma como se faz comunicação, transformando-a em crescimento estratégico para marcas e organizações.
Texto: Redação «human» Foto: DR
Quais são os principais desafios na UPPartner, no que diz respeito à gestão do talento?
Atualmente, enfrentamos desafios como a atração e retenção de talento, num mercado cada vez mais competitivo. Além disso, temos de adaptar os nossos RH aos novos perfis geracionais e aos diferentes contextos de trabalho, como o remoto ou híbrido. Também estamos muito focados em reskilling e upskilling, pois é essencial manter as competências da nossa equipa sempre atualizada. Outro grande desafio é a integração da IA [inteligência artificial], para automatizar tarefas repetitivas e libertar tempo para funções mais estratégicas. Por fim, a agenda ESG [environmental, social, and governance)]está cada vez mais presente, e queremos garantir que todos os nossos colaboradores não só compreendem, mas também vivenciam os princípios ESG no seu dia-a-dia.
Como têm vindo a gerir estes desafios?
Temos implementado várias estratégias. Criámos planos de endomarketing para melhorar a comunicação interna, além de avaliarmos regularmente o clima organizacional para medir o bem-estar da equipa. Focamo-nos também na experiência do colaborador desde o onboarding, para criar uma ligação emocional à empresa. Investimos em formação contínua, temos parcerias com universidades e estamos sempre a escutar as equipas, envolvendo-as nas decisões importantes. Quando falamos de ESG, promovemos ações de sensibilização e garantimos que a transparência na comunicação seja uma prioridade. Ajustamos também os benefícios de acordo com as necessidades que vamos identificando.
Num sector como o vosso, que impacto tem vindo a ter a tecnologia?
A tecnologia tem sido uma grande aliada, mas também um desafio. Tivemos de ajustar os modelos de negócio e a forma como nos comunicamos, pois a evolução tecnológica é muito rápida e exige inovação constante. Trouxe muitas oportunidades, mas também criámos uma certa dependência de plataformas externas, o que torna a gestão mais complexa e exige uma equipa muito bem qualificada. Por isso, temos de estar sempre a avaliar as competências da nossa equipa e oferecer formação constante para garantir que todos acompanham a evolução tecnológica.
Isso tem condicionado a vossa estratégia para o capital humano?
Não consideramos que condiciona, mas obriga-nos a estar em constante evolução. A nossa estratégia está alinhada com os objetivos globais da empresa e com as necessidades atuais e futuras das pessoas. Temos de integrar novas competências e estar preparados para os novos desafios, mantendo a flexibilidade para nos adaptarmos à rapidez das mudanças no mercado.
«A nossa proposta para o mercado é oferecer uma comunicação integrada com uma abordagem one-stop-buy, permitindo uma resposta eficiente e consistente aos desafios de comunicação dos nossos clientes. Cada projeto é tratado de forma integrada, garantindo que estratégia, criatividade e execução andem de mãos dadas para gerar resultados concretos.»
Como se integra o employer branding nessa estratégia?
O employer branding é uma ferramenta estratégica poderosa que deve ser cuidadosamente planeada e alinhada com os objetivos da empresa. Ele vai muito além de criar campanhas de recrutamento apelativas. Trata-se de garantir que a forma como nos apresentamos ao mercado reflita fielmente a nossa cultura, valores e práticas internas. Para que o employer branding seja eficaz, é crucial que a experiência prometida aos candidatos esteja em perfeita consonância com a realidade vivida pelos colaboradores. Só assim conseguimos criar uma imagem genuína e atrativa da nossa organização, o que resulta em uma melhor atração e retenção de talento.
O que mais a mobiliza no seu trabalho enquanto responsável de RH e na área em que a empresa atua?
O que mais me motiva é o facto de colocar as pessoas no centro de tudo o que fazemos. O meu foco é garantir que cada colaborador se sinta valorizado, respeitado e apoiado, tanto no seu crescimento profissional como no equilíbrio com a vida pessoal. O trabalho de RH vai muito além de processos administrativos – tem um impacto direto no clima, na motivação e no sucesso das equipas. O que realmente me inspira é ver as pessoas crescerem, contribuírem e sentirem-se bem na empresa.
Qual é a proposta de valor da UPPartner para o mercado?
A nossa proposta para o mercado é oferecer uma comunicação integrada com uma abordagem one-stop-buy, permitindo uma resposta eficiente e consistente aos desafios de comunicação dos nossos clientes. Cada projeto é tratado de forma integrada, garantindo que estratégia, criatividade e execução andem de mãos dadas para gerar resultados concretos, sempre refletindo a visão estratégica e os valores da empresa em causa.
Que tipo de pessoas procuram para trabalhar convosco e que competências valorizam?
Procuramos pessoas com fortes soft skills. Valorizamos o espírito de colaboração, inteligência emocional, empatia, proatividade, resiliência e adaptabilidade. A flexibilidade também é muito importante, porque o trabalho em equipa exige capacidade de se adaptar a diferentes contextos. Claro que as competências técnicas também são fundamentais, mas o mais importante para nós é o alinhamento com os valores e a cultura da empresa.
«Procuramos pessoas com fortes soft skills. Valorizamos o espírito de colaboração, inteligência emocional, empatia, proatividade, resiliência e adaptabilidade.»
Pode deixar-nos alguns números relativos à empresa?
Atualmente, a nossa equipa é composta por 60 colaboradores e trabalhamos com cerca de 30 clientes regulares. Em termos de projetos, realizamos, em média, cerca de 900 por ano. A nossa taxa de retenção é de 93%, o que reflete um forte compromisso da equipa com a empresa. Além disso, 90% dos colaboradores têm vínculo definitivo, o que demonstra a nossa aposta em relações de trabalho estáveis e duradouras. No que diz respeito à liderança, promovemos o equilíbrio de género, com quatro mulheres e três homens em cargos de gestão.
Como olha para os desafios atuais do seu trabalho em comparação com as suas vivências ao longo da carreira?
Ao longo da minha carreira, tive a oportunidade de vivenciar muitos desafios, mas hoje em dia sinto que os desafios são mais complexos e multifacetados. Não se trata apenas de questões técnicas, mas também de temas como inovação, sustentabilidade, diversidade e a necessidade de adaptação à transformação digital. Antigamente, muitos dos desafios que enfrentávamos eram mais lineares e estavam mais focados em processos. Hoje, temos de lidar com a velocidade das mudanças e com a crescente complexidade do mercado de trabalho.
No entanto, vejo esses desafios como oportunidades de crescimento, tanto pessoal como profissional. A experiência acumulada ao longo dos anos ajuda a dar uma base sólida para enfrentá-los, mas sei que é crucial continuar a aprender e a adaptar-me. Acredito que a capacidade de colaboração é essencial para dar respostas eficazes às mudanças que estamos a viver. E, acima de tudo, não podemos perder de vista o que é o mais importante: as pessoas. Elas continuam a ser o nosso maior ativo, e é sobre elas que construímos as bases para o sucesso da empresa.
O mundo do trabalho mudou significativamente nos últimos anos?
Sim, mudou de forma significativa, e para melhor. Criou-se uma oportunidade para inovar, promover a aprendizagem contínua e melhorar os ambientes de trabalho, tornando-os mais inclusivos e colaborativos.
O que mais tem contribuído para essa mudança?
Sem dúvida, a tecnologia e digitalização. O trabalho remoto e os novos modelos híbridos também tiveram um grande impacto. As novas expectativas das pessoas, especialmente no que toca ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal, têm gerado uma mudança na forma como as empresas operam. Por último, a cultura organizacional passou a ter muito mais foco no bem-estar, na diversidade e sustentabilidade.
«Ao longo da minha carreira, tive a oportunidade de vivenciar muitos desafios, mas hoje em dia sinto que os desafios são mais complexos e multifacetados. Não se trata apenas de questões técnicas, mas também de temas como inovação, sustentabilidade, diversidade e a necessidade de adaptação à transformação digital.»
O que podem as empresas esperar das novas gerações que estão a chegar ao mercado de trabalho?
As novas gerações trazem consigo um forte domínio da tecnologia e das ferramentas digitais, o que as torna altamente adaptáveis e preparadas para os desafios da transformação digital. Elas valorizam especialmente a flexibilidade no trabalho e os novos formatos que permitem uma melhor conciliação entre a vida pessoal e profissional, preferindo ambientes mais flexíveis e dinâmicos.
Além disso, têm uma grande predisposição para aprender e se adaptar rapidamente a novos contextos, o que as torna muito bem preparadas para ambientes em constante mudança. As novas gerações também estão profundamente motivadas por propósito e procuram trabalhar em empresas com valores claros, alinhados com causas de sustentabilidade, diversidade e responsabilidade social, buscando um impacto positivo através do seu trabalho.
A aprendizagem contínua é outro aspeto importante para elas, pois estão sempre em busca de desenvolvimento pessoal e profissional. Em termos de cultura organizacional, são exigentes, procurando ambientes que favoreçam a inclusão e a colaboração, mas também mais inovadoras, trazendo novas perspetivas e ideias para dentro das empresas.
E esses profissionais, que empresas têm à sua espera?
Vemos uma realidade mista. Muitas empresas ainda mantêm estruturas rígidas, pouca flexibilidade e pouco foco no bem-estar dos colaboradores. No entanto, há uma crescente pressão do mercado para que as organizações se adaptem. Quem não acompanhar essas mudanças corre o risco de perder talento. Felizmente, já existem muitas empresas bem preparadas, com culturas digitais, flexíveis e inclusivas.
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»» Teresa Sabino é licenciada em Organização e Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), tendo iniciado a sua carreira na área financeira, e ao longo do percurso abraçou também desafios na gestão de pessoas. Desde 2006 é diretora de recursos humanos e financeira na UPPartner, empresaonde combina experiência em liderança, estratégia e desenvolvimento organizacional com uma forte componente de gestão financeira.
Fundada em 1989, a UPPartner é uma plataforma multidisciplinar que repensa a forma como se faz comunicação, transformando-a em crescimento estratégico para marcas e organizações. Com mais de 36 anos de experiência e uma equipa de mais de meia centena de profissionais especializados, integra diferentes áreas numa abordagem one-stop-buy, que alia estratégia, criatividade e execução para oferecer soluções consistentes e impactantes.
Guiada por um propósito claro – criar soluções relevantes e sustentáveis –, a UPPartner aposta na especialização por sectores, na inovação orientada por dados e na cocriação entre equipas e clientes. Mais do que criar, procura gerar impacto duradouro tanto nos resultados como nas relações. O seu trabalho foi reconhecido ao longo dos anos com mais de 90 prémios nacionais e internacionais, que distinguem a sua criatividade, a inovação e o impacto. A solidez e a sustentabilidade do seu percurso são ainda comprovadas por diversas certificações e parcerias estratégicas.
A UPPartner representa Portugal na 27Names, a maior aliança europeia de agências independentes, e é membro ativo da APECATE e da APECOM. Mantém ainda colaborações com entidades como a APVE – Associação Portuguesa do Veículo Elétrico, a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola e a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, reforçando a sua ligação ao sector e o compromisso com a inovação. Com uma cultura de proximidade, humanismo e inovação, continua a desafiar o status quo, cocriando com os seus clientes soluções que fazem a diferença.