«Uma organização de pessoas, pessoas que acreditam que a ciência pode mudar o mundo e que trabalham todos os dias com esse objetivo.» Assim apresenta a AstraZeneca Maria João Maia, Legal & HR Director da empresa em Portugal.
Texto: Redação «human» Fotos: DR
A AstraZeneca é uma companhia biofarmacêutica global orientada para a inovação e focada na investigação, no desenvolvimento e na comercialização de medicamentos para o tratamento de várias patologias, em três áreas-terapêuticas principais: Oncologia, BioPharma ceuticals (que inclui Cardiovascular, Renal e Metabólico, Respiratório e Imunologia) e Doenças Raras. Mas, mais do que uma empresa que se foca em desenvolver terapêuticas para fazer a diferença na vida dos doentes, «é uma organização de pessoas, pessoas que acreditam que a ciência pode mudar o mundo e que trabalham todos os dias com esse objetivo», começa por assinalar Maria João Maia, Legal & HR Director da empresa em Portugal. E acrescenta: «No nosso país, a AstraZeneca tem vindo a afirmar-se como um polo global de talento e inovação, com o recém criado Lisbon Hub a apoiar operações em diversas geografias e funções globais, desde Recursos Humanos (RH) e Finanças a Procurement, Operações Comerciais, Tecnologias de Informação e Gestão de Projetos.»
A AstraZeneca emprega cerca de 94 mil pessoas em mais de 125 países. Em Portugal são atualmente 645, distribuídas entre as equipas da operação nacional e do Lisbon Hub, que está em plena expansão e deverá atingir cerca de 750 pessoas durante o próximo ano. «Este crescimento reflete não apenas o investimento da AstraZeneca em Portugal, mas também o reconhecimento internacional do talento, da competência e do ambiente colaborativo que aqui se vive», faz notar a responsável.
A sede legal da AstraZeneca Portugal está localizada em Barcarena (Oeiras) e o Lisbon Hub, centro nevrálgico da operação global, situa-se na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa. Já no início de 2026, as duas realidades vão fundir-se, com todos os colaboradores num espaço comum e renovado, no Parque das Nações.
Maria João Maia partilha que a cultura de RH da AstraZeneca assenta em três pilares: propósito, desenvolvimento e inclusão. E explica: «Trabalhamos para criar um ambiente em que cada colaborador se sinta valorizado, ouvido e desafiado a crescer, num espaço seguro, flexível e inspirador. Entre as práticas mais marcantes, destaco: as iniciativas de apoio à saúde e ao bem-estar físico e mental das nossas pessoas; o investimento contínuo na aprendizagem e na capacitação em diversas áreas, seja através de formação, seja através de assignements que permitem à pessoa aprender através da experiência; e a consolidação de uma cultura de diversidade, equidade e inclusão, que valoriza a autenticidade de cada pessoa. Estes pilares não são apenas políticas, são a base da forma como trabalhamos e tomamos decisões todos os dias.»
«Trabalhamos para criar um ambiente em que cada colaborador se sinta valorizado, ouvido e desafiado a crescer, num espaço seguro, flexível e inspirador», partilha Maria João Maia.

Na AstraZeneca, «a escuta ativa é um valor inegociável», partilha a responsável, assinalando que promovem uma comunicação aberta, transparente e constante, com vários canais de feedback, nomeadamente: surveys internos regulares com vista a recolher feedback e sugestões, e envolver os colaboradores nos processos de decisão; Pulse Survey anual, que mede o grau de satisfação, pertença e bem-estar; town halls regulares com a equipa de liderança nacional; um grupo interno de speak-up que recolhe feedback das equipas; sessões de «Ask Me Anything» com a liderança a nível global; momentos em que as equipas de RH vão ao terreno para recolher feedback dos colaboradores. «A nossa cultura é muito informal, trabalhamos em open space e estamos sempre disponíveis para falar e ouvir as nossas pessoas, que se sentem seguras para contribuir com sugestões», partilha Maria João Maia, para logo destacar que «o feedback é sempre traduzido em ação». Ou seja: «As equipas de RH e liderança analisam os resultados, priorizam áreas de melhoria e comunicam claramente o que foi feito. Isto reforça a confiança e cria uma verdadeira cultura de cocriação.»
Diversas sugestões dos colaboradores resultaram em práticas implementadas pela empresa, conforme salienta a responsável: «É um dos aspetos que mais orgulho nos dá e uma das grandes vantagens de promover uma cultura de speak-up – a inovação acontece quando todos podem dar sugestões para evoluirmos. O reforço do modelo híbrido de trabalho, por exemplo. A ideia nasceu da escuta ativa das equipas após a pandemia: os colaboradores expressaram o desejo de manter flexibilidade, e isso traduziu-se numa política estável que combina autonomia, confiança e equilíbrio. Outros exemplos são o modelo de cantina com manutenção do cartão de refeição, a simplificação de alguns materiais promocionais e inclusivamente a introdução de passadeiras em salas de reunião no novo edifício, tudo resultado de sugestões dos nossos colaboradores.»
Maria João Maia detém-se ainda em dois tópicos: primeiro, o desenvolvimento de talento interno, onde destaca a quantidade de oportunidades, 70 só este ano, desde DWB – Development without Borders, assignments internos, secondements, movimentos laterais e promoções até à participação em processos globais; depois, o desenvolvimento de competências e o investimento da aprendizagem contínua. Neste último tópico, detalha duas iniciativas implementadas este ano: o Unlock de Field é um programa de 12 meses, dedicado a toda a força de vendas, em parceria com a Nova SBE, que tem como objetivo desenvolver e capacitar a força de vendas em áreas como negociação, gestão de projetos, compreensão do sistema nacional de saúde, literacia digital, entre outras; quando ao Future Fit Organization, é aplicável transversalmente a toda a organização, com vista a desenvolver as competências de futuro. «Para tal», diz a responsável, «foi desenvolvida internamente uma ferramenta que efetua uma autoavaliação que é comparada com a avaliação da chefia e que resulta num conjunto de sugestões de formação a que o colaborador tem acesso, tendo em conta as necessidades identificadas.
Reforço dos benefícios
A proposta de valor para as pessoas tem evoluído bastante na AstraZeneca, conforme partilha Maria João Maia: «A nossa employee value proposition (EVP) reflete o equilíbrio entre propósito, impacto e bem-estar. Hoje, os nossos colaboradores procuram mais do que estabilidade, procuram significado, desenvolvimento e pertença.» Daí que tenham sido reforçados os benefícios e os programas que promovem exatamente isso, nomeadamente através de: flexibilidade e autonomia no modelo de trabalho; mobilidade internacional e oportunidades globais; programas de parentalidade inclusivos, com apoio alargado a diferentes realidades familiares; planos de formação contínua, com forte foco em competências digitais e liderança; uma cultura de diversidade, equidade e inclusão que é transversal a todos os níveis; e uma clara aposta na sustentabilidade. A responsável assinala que «o resultado é visível», ou seja: «A AstraZeneca é hoje reconhecida como a melhor empresa para trabalhar em Portugal, o que nos enche de orgulho, mas que também aporta uma responsabilidade acrescida.»
Num último tópico, que não será alheio à atratividade da empresa como empregadora, falamos de saúde mental. Maria João Maia partilha que «é uma prioridade na AstraZeneca», frisando que querem que todos os colaboradores «se sintam bem, seguros, respeitados e apoiados, em todas as fases da sua vida profissional». Além do acesso ilimitado a consultas de apoio psicológico gratuitas e confidenciais, existem formações direcionadas a todos os colaboradores e aos line managers em particular, no sentido de estarem ainda mais atentos às suas equipas.
Paralelamente, foi criado o grupo de primeiros socorros psicológicos, constituído por colaboradores com formação na área da Psicologia, e lançado um mental health toolkit, um guia prático para ajudar a gerir melhor a saúde mental, que contém também dicas e um guião para os managers usarem com as suas equipas. «Naturalmente», diz a responsável, «na base de tudo está a nossa cultura, essencial na promoção da saúde mental – uma cultura informal, segura, flexível, inclusiva, que respeita e considera os colaboradores, é essencial para que estes se sintam bem e deem o seu melhor».
—
EM FOCO
Uma ferramenta transformadora
Maria João Maia fala da inteligência artificial (IA) como «uma ferramenta transformadora», e assinala que «na AstraZeneca tem sido integrada de forma ética, responsável e centrada nas pessoas». Adianta ainda: «Em RH, usamos a IA para otimizar processos de recrutamento e seleção, identificando competências e fit cultural de forma mais eficiente; para personalizar o desenvolvimento de carreira, através de plataformas inteligentes de aprendizagem; e para analisar dados de engagement e prever tendências de retenção.» Para a responsável há no entanto um princípio essencial, que explica desta forma: «A tecnologia complementa a decisão humana, não a substitui. A liderança de RH tem um papel crítico em garantir que a IA é usada para libertar tempo para o que realmente importa – as pessoas.»
Paralelamente, a empresa tem investido em programas de alfabetização digital e ética de IA para todos os colaboradores, «preparando o futuro com responsabilidade», assinala ainda Maria João Maia.
