Estamos habituados a pensar em inovação como sinónimo de máquinas inteligentes, inteligência artificial (IA) ou processos digitais. Mas há uma revolução silenciosa a acontecer nas organizações – e começa na forma como lideramos pessoas, comunicamos valores e mobilizamos equipas. Chama-se transição verde e, mais do que uma tendência, é hoje uma urgência estratégica para qualquer empresa que queira crescer de forma sustentável.
Texto: Paula Duarte/ Anna Linda Orosz (*)
Na era da sustentabilidade, os recursos mais valiosos não cabem num ‘software’ sofisticado nem se encontram fora da organização – estão dentro das equipas, no alinhamento entre os valores organizacionais e os valores pessoais. A inovação sustentável nasce da energia das pessoas, da sua capacidade de adaptação, da criatividade e da ação consciente.
Adotar uma perceção sistémica é olhar para a organização como parte viva de um ecossistema maior – social, ambiental e humano. Este olhar integrado fortalece o feedback loop pessoa-ambiente, ajuda a detetar riscos e oportunidades mais cedo e clarifica necessidades reais. O resultado? Respostas mais inteligentes, adaptações contínuas e uma cultura que respira sustentabilidade todos os dias.
Segundo o Eurostat, mais de 70% das empresas europeias já reconhecem que as práticas ambientais têm impacto positivo na sua competitividade – uma tendência visível em Portugal, onde sectores como a energia renovável, o retalho sustentável e a mobilidade elétrica avançam a passos largos, tal como acontece em vários países europeus que apostam em inovação verde para ganhar terreno no mercado.
Ambiente: o melhor parceiro de negócios que as empresas ainda não exploraram
E se, em vez de vermos a sustentabilidade como uma obrigação, começássemos a encará-la como a maior oportunidade de crescimento organizacional do nosso tempo? Empresas com estratégias de resiliência têm 2,5 vezes mais probabilidades de dar cartas em tempos de crise, como se viu durante a Covid-19. O que é que as empresas desejam – dançar ao sabor do vento ou quebrar-se com a leve brisa?
A verdade é que as empresas que alinham estratégia, pessoas e ambiente estão a conquistar não só vantagem competitiva, mas também equipas mais motivadas, resilientes e preparadas para o futuro.
Como estimular a mudança de hábitos para atingir os objetivos desejados? É aqui que entra a ciência do comportamento, uma área que oferece ferramentas para ajudar a compreender como pensamos e agimos perante os desafios ambientais, moldando a informação de forma mais eficaz, para estimular a consciência e incentivar a ação.
A sustentabilidade organizacional nasce nas escolhas do dia-a-dia – desde a escolha dos fornecedores, materiais e tecnologias à cultura interna –, mas é sempre impulsionada pelas pessoas. É nelas que surgem os hábitos e as decisões que, somados, constroem uma cultura mais consciente. Como estimular a mudança de hábitos para atingir os objetivos desejados? É aqui que entra a ciência do comportamento, uma área que oferece ferramentas para ajudar a compreender como pensamos e agimos perante os desafios ambientais, moldando a informação de forma mais eficaz, para estimular a consciência e incentivar a ação. Não é por acaso – o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) recomenda precisamente esta abordagem como acelerador da ação ambiental.
O desafio está em transformar grandes ideias em ações concretas dentro das organizações: apesar dos benefícios comprovados, só 30% das pequenas e médias empresas (PME) europeias têm uma estratégia de sustentabilidade. Está na hora de acordar. Quem dorme, perde.
É exatamente aqui que o Green-ON entra como catalisador da mudança.
O Green-ON é um projeto europeu, cofinanciado pela EU Erasmus+, que visa sensibilizar para a soft-innovation, estabelecendo uma ponte entre a competitividade das empresas e dos profissionais e a proteção do ambiente, através de práticas de eco-inovação em gestão, mudança organizacional, eco-psicologia, comunicação verde, liderança e gestão de pessoas (acessível aqui.)
O projeto disponibiliza gratuitamente um kit de ferramentas de formação para apoiar gestores, formadores e equipas a dar este salto eco-lógico. A ideia é simples: estimular o pensamento e o comportamento eco-responsáveis. Vejamos o kit:
– Manual de Gestão – com práticas e exemplos que mostram como integrar a sustentabilidade em áreas-chave como liderança, gestão da mudança, RH verde e economia circular.
– Ferramenta de Benchmarking – que ajuda a diagnosticar o estado atual de uma empresa e a identificar oportunidades de melhoria sustentável.
– Jogo de Cartas (Green SpiratiOn) – que transforma desafios relacionados com o mundo do trabalho em exercícios criativos, ideais para dinâmicas de equipa e desenvolvimento de power skills e comportamentos desejados.
– Método de Eco-Coaching – que combina psicologia e coaching para despertar novas perspetivas, criar equipas mais conscientes e colaborativas e formar planos de ação na comunidade.
Porque a gestão de recursos humanos (RH) já não é apenas a área que gere pessoas – é a área que inspira culturas organizacionais. Ao adotar as ferramentas do Green-ON, a área de RH torna-se embaixadora da mudança ambiental, ao mesmo tempo que desenvolve competências transversais como pensamento crítico, resiliência, colaboração e inovação.
O projeto Green-ON tem representação em cinco países europeus (Polónia, Grécia, Hungria, Itália e Portugal) e está disponível em seis idiomas. A representação, a formação e a metodologia Green-On em Portugal é desenvolvida pela Weople (Cascais), que tem vindo a implementar ferramentas gamificadas e métodos de eco-coaching dentro e fora de Portugal.
Green significa crescimento. E quando este crescimento é sustentável, o resultado é duplamente positivo: empresas mais fortes e um futuro mais seguro e saudável. O Green-ON mostra o caminho – cabe às organizações decidir quando querem começar a caminhar.
Mais informações disponíveis no website do representante em Portugal, aqui.
(*) Weople Portugal «People to People»
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A Weople dedica-se a estimular e impulsionar as capacidades e o bem-estar humanos, em contexto corporativo mas também a nível individual. Cria soluções adaptadas, trazendo a inovação para o centro de todos os projetos que apresenta. Por isso, combina as recentes tendências e funcionalidades em termos de Gestão, Psicologia e Formação. As áreas favoritas da Weople são as seguintes: Segurança Psicológica e Bem-estar Sustentável no Trabalho; Aprendizagem Baseada em Jogos, Gamificação e Creative Learning nas Empresas; Desenho de Programas Mindfulness e Resilience; Gestão da Inovação; Desenho e Gestão de Projetos de Formação e Inovação Nacionais e Internacionais.
