O futuro do trabalho é humano

Texto: Cristina Nogueira da Fonseca Imagem: Freepik

Falamos sobre produtividade, inteligência artificial (IA), inovação e performance, e entre tantos indicadores e dashboards faltam vozes que criem espaço para um dos maiores KPI’s [key performeance indicators] da saúde relacional nas organizações: a empatia, é ela que oferece o «oxigénio» de que as relações precisam para respirar e florescer.

Mais que a capacidade de se colocar no lugar do outro, a empatia é a capacidade de me sentar e sentir com o outro.

No contexto de trabalho (e no resto da vida), transforma interações superficiais em relações humanas autênticas. 

Quando há empatia, criam-se pontes de compreensão, colaboração, confiança. 

Sem ela, erguem-se muros de indiferença, julgamento e distância emocional. 

É essa capacidade de se ligar genuinamente a outro que transforma um conjunto de pessoas que trabalha em conjunto, numa equipa, é ela a base de uma cultura organizacional sustentável, porque cuidar do outro também é cuidar do trabalho. 

A empatia humaniza o trabalho, não apenas entre pares. Um líder empático é aquele que reconhece o outro não como um recurso, mas como uma pessoa, é um líder consciente e maduro que vê na empatia um brasão que protege a equipa de uma cultura de medo.

Vivemos na era do artificial: da IA, das respostas automáticas, das interações desumanizadas. 

E, paradoxalmente, nunca foi tão urgente devolver o humanismo às organizações.

A empatia pode ser esse ponto de partida, ou talvez o caminho de regresso ao que é verdadeiramente importante.

Só através deste olhar empático conseguimos não esquecer o essencial: o trabalho é feito de pessoas, e são as pessoas, com as suas vulnerabilidades e os seus sonhos, que dão sentido a qualquer organização.

E engana-se quem pensa que isto da empatia é uma «fofice corporativa»; é sim uma competência vital, uma espécie de probiótico relacional. 

Num mundo que muitas vezes se esquece de ser humano, ser empático é em si um ato de revolução. 

E na verdade, não é a tecnologia que nos conecta, é a empatia.





Cristina Nogueira da Fonseca
, Executive Director da Happytown Portugal (presença no LinkedIn aqui)


Happytown Portugal, fundada em 2016, é a primeira consultora portuguesa dedicada em exclusivo à felicidade e ao bem-estar nas organizações. Em 2025 continua com a missão de criar relações de confiança com os seus clientes, promovendo competências e edificando estratégias para o fortalecimento das pessoas e dos seus negócios.

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