A mais recente edição do relatório «Talent Trends 2025», agora dedicada em exclusivo à liderança executiva («Executive & Senior Leadership Edition»), revela uma inflexão notável nas prioridades dos decisores de topo a nível global: o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal ultrapassa, pela primeira vez, a remuneração e o progresso na carreira como principal preocupação dos líderes empresariais.
Baseado em mais de 4.000 respostas de executivos em seis continentes, incluindo 1.500 na Europa, o estudo conduzido pela Page Executive evidencia um novo paradigma de liderança, orientado por valores como clareza, propósito e inclusão, num contexto marcado pela disrupção tecnológica e pela transformação profunda das expetactivas em torno do trabalho.
Anthony Thompson, chief executive officer (CEO) da Page Executive, refere: «A clareza deixou de ser um luxo para se afirmar como um verdadeiro fator de vantagem competitiva. Os líderes procuram hoje uma compreensão clara da sua posição, da direção que estão a seguir e da forma como os seus valores se alinham com a missão da organização.»
Por sua vez, Pedro Borges Caroço, head da Page Executive Portugal e director na Michael Page, acrescenta: «Os líderes valorizam hoje contextos onde possam crescer com liberdade, equilíbrio e sentido de pertença. Cada vez mais, procuram empresas que ofereçam flexibilidade real, propósito claro e oportunidades de impacto, tanto local como global.»
Destaques
Deixamos a seguir as principais conclusões do Talent Trends 2025:
– Equilíbrio assume o protagonismo: para 25% dos Executivos na Europa Continental, o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal surge como a principal prioridade, superando a remuneração e a evolução da sua trajetória profissional. A média global atinge os 29%.
– Adoção de IA acelera: 60% dos executivos afirmam recorrer à inteligência artificial (IA) generativa, embora 19% revelem não se sentir devidamente preparados, apontando a formação insuficiente e a ausência de uma estratégia clara como principais obstáculos; ainda assim, os líderes europeus demonstram um nível de confiança significativamente superior ao dos seus pares a nível global, entre os quais 32% reconhecem não estar devidamente preparados para integrar esta tecnologia.
– Inclusão continua aquém: apenas 41% dos inquiridos afirmam poder expressar-se de forma autêntica no local de trabalho, um valor ligeiramente acima da média global (38%); apenas 26% consideram o seu ambiente profissional verdadeiramente inclusivo, valor em linha com o cenário global (27%).
– Confiança como fator determinante: quase metade dos executivos europeus (45%) confiam na capacidade da sua organização para equilibrar eficazmente as exigências do negócio com o bem-estar dos colaboradores, um valor ligeiramente abaixo da média global (49%); em contrapartida, 19% referem níveis reduzidos ou inexistentes de confiança, face a 15% a nível mundial.
Prioridades
Vejamos agora cinco prioridades para as organizações:
– Promover o desenvolvimento de carreira e a mobilidade internacional – disponibilizar percursos estruturados de progressão e oportunidades de mobilidade internacional; os executivos valorizam contextos que estimulem as suas competências e expandam a sua visão estratégica.
– Alinhar cultura organizacional com os valores – garantir que a cultura interna traduz, de forma autêntica, os valores que mobilizam a liderança, com destaque para a transparência, o propósito e a responsabilidade social.
– Clarificar o papel da IA na liderança – fornecer orientação estratégica e formação executiva sobre o potencial da IA como ferramenta de apoio à tomada de decisão e não como substituto da liderança.
– Liderar com intenção e transparência – comunicar de forma clara os objetivos estratégicos, os desafios e as expectativas organizacionais; a clareza e a transparência são fundamentais para reforçar a confiança e assegurar o alinhamento interno.
– Integrar a inclusão de forma estrutural na liderança – ultrapassar iniciativas simbólicas de diversidade, promovendo ambientes onde todos os líderes se sintam reconhecidos, escutados e genuinamente valorizados.
Um dado adicional
O relatório revela ainda um dado particularmente expressivo: mais de metade dos executivos inquiridos afirma que rejeitaria uma promoção caso esta comprometesse o seu bem-estar pessoal, uma preferência que se acentua entre as mulheres em funções de liderança, reforçando a primazia do propósito face ao prestígio.
Rani Nandan, diretora de cultura inclusiva e impacto social da Page Executive, comenta: «Reter talento de topo implica que as organizações incorporem, de forma consistente, equidade, clareza e confiança em todos os níveis da sua estrutura de liderança.»
O relatório «Talent Trends 2025: Executive & Senior Leadership Edition», agora disponível, traça um retrato detalhado das novas prioridades da liderança sénior e impõe-se como leitura incontornável para quem analisa o futuro das organizações.
O relatório e a respetiva ferramenta interativa podem ser acedidos aqui.
A Page Executive
A Page Executive é a marca de recrutamento executivo do PageGroup/Michael Page, caracterizada pelo serviço “boutique-quality”, formada por consultores dedicados a funções de liderança específicas, através de toda a rede internacional em 37 mercados. A Page Executive fornece a procura, seleção e gestão de talento sénior para organizações de todo o mundo que precisam de recrutar funções seniores, investindo na construção de relacionamentos próximos e a longo prazo com os clientes e com os candidatos que apresenta.