«Tomorrow’s Skills», do Banco Santander

A presidente do Banco Santander, Ana Botín, apresentou ontem, dia 11 de junho, os resultados do relatório «Tomorrow’s Skills», num evento em que participou a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola. Baseado num estudo com 15.000 pessoas em 15 países da Europa e do continente americano, entre as quais mil inquiridos em Portugal, 86% dos portugueses considera que a aprendizagem ao longo da vida é muito importante para o desenvolvimento profissional e 82% refere que esta é essencial para permanecer no mercado de trabalho.

Este relatório revela que o paradigma tradicional de estudar apenas uma vez na vida já não é suficiente num mundo em constante mudança económica, tecnológica e social.

A inteligência artificial (IA) está a posicionar-se como o maior fator de disrupção do mercado de trabalho, tornando se essencial para manter a empregabilidade. Seis em cada 10 inquiridos partilham desta opinião e preveem que a IA e a ciência de dados estarão entre as áreas mais procuradas nos próximos cinco anos. As expectativas são elevadas: um terço dos inquiridos acredita que a IA irá substituir o seu emprego no futuro, enquanto sete em cada 10 concordam que as gerações futuras terão empregos que ainda não existem.

Ana Botín afirmou que «a ascensão da inteligência artificial não está apenas a transformar a forma como trabalhamos; está a redefinir a maneira como vivemos e aprendemos». E acrescentou: «Esta mudança representa uma enorme oportunidade para aumentar a produtividade, reforçar a competitividade e criar valor. Mas levanta também uma questão urgente: estamos preparados para esta nova realidade?» Mais: «No Santander, acreditamos que as empresas devem fazer parte da solução. É por isso que estamos a investir 400 milhões de euros ntre 2023 e 2026 para apoiar a educação, a empregabilidade e o empreendedorismo. Com iniciativas como a Santander Open Academy, queremos apoiar a aprendizagem ao longo da vida, ajudando as pessoas a desenvolverem novas competências, a requalificarem-se e a descobrirem novas oportunidades – para que ninguém fique para trás.»

As áreas de formação apontadas como as mais procuradas para o futuro são: IA e dados, seguidas de tecnologia e digitalização, saúde e bem-estar, sustentabilidade e gestão.

O relatório indica ainda que metade dos portugueses acredita que a experiência prática e a formação não formal (autodidatismo, cursos, workshops) serão mais importantes que os diplomas formais, evidenciando a necessidade de adaptação a um mercado em constante transformação.

A maioria reconhece a necessidade de alargar o leque de competências, embora haja divergências sobre a adequação das ofertas atuais de formação para adultos e sobre quem deve ser responsável pela sua disponibilização. A este propósito, 39% dos inquiridos considera que a oferta do sector público é insuficiente e 25% entende que deve ser o Estado a assumir essa responsabilidade. No entanto, 43% defende que esta responsabilidade deve caber às empresas, enquanto 29% considera que cabe a cada indivíduo atualizar as suas competências ou mudar de carreira.

O mercado das competências

45% dos inquiridos (em Portugal são metade) atribui maior importância às chamadas soft skills, como a comunicação, liderança e trabalho em equipa, do que à formação técnica.

Neste contexto, as plataformas digitais de formação continuam a afirmar-se como uma alternativa viável. Apesar de 89% não estarem familiarizados com estas ferramentas de upskilling e reskilling, seis em cada 10 manifestam vontade de as utilizar. Neste sentido, Portugal destaca-se (juntamente com Itália e Espanha) como um dos países com opinião mais favorável em relação às plataformas digitais de aprendizagem e desenvolvimento profissional – com mais de metade (57%) a considerar o impacto destas plataformas como muito positivo e 65% a mostrar abertura para utilizar este tipo de plataformas.

36% prefere uma aprendizagem em regime híbrido e 31% escolheria universidades públicas como fornecedoras de formação contínua. Há também uma perceção generalizada de que o empreendedorismo está a ganhar importância como uma alternativa para gerar empregos e riqueza.

Apesar de reconhecerem a importância da aprendizagem ao longo da vida, os portugueses enfrentam algumas barreiras no acesso à formação contínua: o custo elevado surge como principal barreira, seguindo-se a falta de tempo e a falta de incentivos, de interesse nos cursos ou a pouca consciencialização para a sua importância.

Uma perspetiva geográfica

O relatório analisa as diferentes realidades e perceções sobre a educação e as competências futuras com base na origem dos inquiridos. Os dados mostram que a Europa lidera em mobilidade de carreira, com 70% dos inquiridos a terem mudado de sector, empresa ou função ao longo da sua vida profissional.

Os europeus destacam-se também por serem os mais insatisfeitos com a formação recebida antes de entrarem no mercado de trabalho. Ainda assim, mantêm um certo otimismo relativamente ao futuro do continente: 64% acreditam que existem boas oportunidades de emprego e apenas 26% estariam dispostos a emigrar para fora da União Europeia por motivos profissionais.

Apoio a educação, empregabilidade e empreendedorismo

O Banco Santander é há quase 30 anos um pioneiro no apoio à educação, à empregabilidade e ao empreendedorismo, destacando-se entre as instituições financeiras a nível mundial. O banco já investiu mais de 2,4 mil milhões de euros nestas áreas, beneficiando mais de 3,7 milhões de pessoas e empresas, em parceria com cerca de 1.100 universidades (ver aqui).

O relatório completo pode ser consultado aqui.

Scroll to Top