Ao integrar a formação no plano estratégico, a organização assume um compromisso com o desenvolvimento profissional dos seus colaboradores, transformando cada sessão formativa num investimento.
Texto: Patrícia Cunha Imagem: Mehmet Balci
No atual cenário empresarial, a área de recursos humanos enfrenta desafios que vão muito além da gestão de talento. A competitividade do mercado e a transformação digital exigem uma abordagem proactiva onde a formação contínua já não é uma simples opção, mas uma necessidade estratégica. Por isso, as empresas que apostam em capacitar as suas equipas estão não só a desenvolver competências internas, mas também a assegurar a sua própria resiliência e inovação.
O estudo «State of the Global Workplace 2024», da Gallup, por exemplo, aponta que empresas com programas de formação e desenvolvimento bem estruturados experimentam um aumento de 21% na rentabilidade. Isto está associado à maior produtividade e à retenção de colaboradores, reduzindo a rotatividade em até 59%, o que também minimiza os custos de recrutamento e integração de novos colaboradores.
Ao integrar a formação no plano estratégico, a organização assume um compromisso com o desenvolvimento profissional dos seus colaboradores, transformando cada sessão formativa num investimento. É neste contexto que os Fundos de Compensação de Trabalho (FCT) podem, e devem, ser vistos como uma oportunidade única. Os FCT foram instituídos com o intuito de exigir uma reserva financeira às empresas que pudesse ser utilizada para pagar compensações aos trabalhadores em caso de cessação do contrato de trabalho. Com o fim desta lei (70/2013), as empresas que contribuíram para os FCT ficaram com verbas acumuladas, podendo agora estas ser redirecionadas para financiar medidas de apoio aos trabalhadores, incluindo formação profissional. Estes fundos representam, assim, uma via de valorização para a capacitação dos colaboradores. Esta aplicação pode revelar-se uma escolha inovadora e de longo alcance: ao canalizar os fundos para programas de formação, as empresas conseguem antecipar lacunas de competências e adaptar-se aos desafios de um mercado dinâmico. Isto permite responder a várias frentes: por um lado, criam condições que estimulam a retenção de talento; por outro, promovem uma cultura de crescimento contínuo.
A formação não só dota as equipas de novas competências, também reforça o sentimento de valorização profissional, uma motivação acrescida para os colaboradores, que sentem o seu papel reforça do dentro da empresa. A formação personalizada é uma componente essencial neste processo. Cada departamento ou colaborador tem necessidades distintas, e as áreas de recursos humanos consegui rem identificar essas especificidades estarão a construir um percurso formativo alinhado com os objetivos estratégicos da organização. A personalização da formação possibilita que as equipas se adaptem melhor a novas realidades de mercado e ganhem competências que vão ao encontro das suas ambições pessoais e das exigências empresariais.
Medir o impacto da formação torna-se, então, crucial para justificar e monitorizar o retorno deste investi mento. Para os profissionais de recursos humanos, é fundamental dispor de métodos de avaliação claros, desde o feedback dos formandos até à análise dos resultados organizacionais.
Esta avaliação contínua valida o efeito positivo da formação na performance das equipas e ajuda a ajustar as necessidades futuras. Os fundos utilizados para formação, quando acompanhados por um sistema de avaliação de impacto, garantem que a aplicação do capital resulte em valor palpável para a organização. Ao adotar os FCT como uma ferramenta de capacitação, os departamentos de recursos humanos assumem um papel determinante na construção de equipas mais competentes e resilientes, preparando-as para os desafios de hoje e de amanhã. Capacitar os colaboradores é, afinal, investir na evolução, na inovação e na sustentabilidade das próprias organizações.

Patrícia Cunha, Head of B2B Sales da Rumos
Rumos
O Grupo Rumos destaca-se como um referencial em Portugal nas tecnologias de informação (TI). Com mais de 30 anos de experiência e uma equipa de mais de 1.000 profissionais dedicados, contribui diariamente para o sucesso e o avanço do sector. A atuação do Grupo Rumos baseia-se em três pilares que se complementam e que fundamentam o seu compromisso em ser a ponte entre o conhecimento e o sucesso no universo das TI em Portugal. O primeiro pilar, dedicado à educação, opera de maneira a fornecer uma base sólida para o desenvolvimento dos profissionais de TI do futuro. O segundo pilar, voltado para a formação, disponibiliza ao mercado as competências necessárias para os profissionais que querem atualizar ou aprofundar os seus conhecimentos em TI. Por fim, o pilar da consultoria destaca-se por oferecer soluções customizadas e inovadoras que impulsionam o êxito de organizações e profissionais no dinâmico cenário das TI.