Nishel Rajani, da Maleo Offices

«Os desafios são uma oportunidade de crescer.»

Texto: Redação «human» Fotos: DeF

Como olha para o projeto Maleo Offices, a partir do caminho já percorrido?

Este projeto nasceu de um propósito: criar um conceito inovador de centros de escritórios. Em 2020, lançámos a marca Maleo, cuja inspiração surge da nossa característica mais diferenciadora: a flexibilidade.

Nessa altura, queríamos mudar a perceção de que todos os escritórios com serviços são coworking. Desejávamos conquistar aqueles clientes que, tipicamente, procuram o modelo tradicional para os seus escritórios e convencê-los de que o nosso modelo era uma solução mais interessante e, muitas vezes, mais económica. Quatro anos depois, estamos muito satisfeitos com o caminho percorrido. Atualmente, temos mais de 20 mil metros quadrados de escritórios sob a nossa gestão, com clientes nacionais e internacionais de vários sectores. A este propósito, gostava de destacar que, inicialmente, estas empresas procuravam os nossos serviços como um ponto de entrada quando se instalavam em Portugal, mas acabaram por perceber as vantagens que oferecíamos e optaram por permanecer, fazendo da Maleo o seu destino final. Alguns dos nossos contratos têm duração de três a cinco anos, o que comprova a aposta que fizemos em 2020 e que contribuímos para a mudança na forma como as pessoas trabalham e como encaram o espaço de trabalho.

O que esteve na base da criação do projeto?

O grande objetivo era criar um serviço em que o espaço físico fosse a componente menos relevante da relação com os nossos clientes. Apostámos no full serviced, pois acreditamos que o valor acrescentado está em todos os serviços que oferecemos, permitindo que as empresas estejam totalmente focadas no seu negócio, sem a preocupação com a gestão do espaço ou dos pequenos detalhes do dia-a-dia.

Como perspetiva agora a sua expansão?

Queremos continuar a crescer em 2024. A nível geográfico, estamos a negociar a chegada da Maleo ao Porto, através de uma importante parceria que vai criar o conceito Flex by Maleo, através de um modelo de negócio win-win com o parceiro. O objetivo é aumentar a oferta de escritórios mais pequenos, com contratos de curta duração, no espaço deste parceiro cujo core é o modelo de escritórios tradicional.

Este ano também vamos ter o lançamento de duas novas áreas de negócio: Maleo Care e Maleo Living. O primeiro oferece às empresas um serviço chave na mão de office management, mas com uma componente de atenção à experiência humana, no escritório do cliente. Queremos levar todos os serviços Maleo para os escritórios tradicionais, permitindo que as empresas, sem saírem dos seus espaços, beneficiem de um conjunto de serviços que vão desde a gestão de espaço até à organização de reuniões e eventos.

O segundo, Maleo Living, surge da necessidade de fechar o círculo casa/ escritório. Com o aumento do modelo de trabalho híbrido, a casa é hoje o maior concorrente dos escritórios. As pessoas não deixaram de gostar de ir ao escritório, mas o tempo que gastam em viagem acaba por ser um desafio para a sua qualidade de vida. Com o Living, queremos oferecer soluções de habitação (smart living) pensadas para as necessidades daqueles que trabalham de casa, sem sermos apenas um operador de arrendamento de habitações ou co-living. O produto é muito mais do que isso. Tem uma componente muito valiosa de work-life balance e inclui acesso a um conjunto de amenities e regalias como Maleo Spot, um espaço de trabalho e lounge no próprio edifício com equipamentos profissionais (workstations, impressora/ fotocopiadora A3, etc), acesso a ginásio e ainda acesso aos Maleo Business Lounges espalhados por seis localizações em Lisboa, para que a vivência em ambiente de escritório e o espírito de comunidade se mantenham, uma vez que estes continuam a ser aspetos muito relevantes no quotidiano das pessoas.

Os tempos que vivemos nas empresas e os múltiplos desafios que as impactam têm-vos também desafiado, sobretudo no desenho de novas soluções?

Acreditamos que os desafios são uma oportunidade de crescer, tanto fisicamente como no conhecimento das verdadeiras necessidades do mercado e nas novas formas de trabalho. Quase todos os nossos clientes já se adaptaram a esta nova realidade e estamos orgulhosos de ter partilhado com eles esse caminho, pois acima de tudo pretendemos continuar a oferecer o melhor serviço a quem verdadeiramente servimos: o colaborador do nosso cliente O processo foi muito gratificante, pois hoje temos muito mais know-how para aplicar, foi adquirido através dos desafios dos nossos 150 clientes, de várias áreas, onde trabalham as mais de 3.000 pessoas que servimos.

Que tendências destaca no mundo do trabalho que mais justificam a existência de um projeto como o vosso?

Se há alguns anos era preciso explicar, pormenorizar e defender o nosso modelo ao mercado, hoje sentimos que o mercado é que nos pede o que nós sempre fizemos. Tem sido muito interessante a abordagem que temos tido de empresas mais tradicionais, pois entendem que agora o nosso modelo pode ser o certo para elas.

Atualmente, estas empresas precisam de serviços rápidos, flexíveis e fiáveis. Há cada vez menos fornecedores e prestadores com disponibilidade e qualidade no mercado, e a Maleo, através do seu conhecimento e da sua experiência, tem uma rede de parceiros que entendem o nosso nível de exigência e as nossas necessidades. Através desta rede, adaptamo-nos facilmente tanto em hard services como em soft services para cumprirmos as expectativas dos nossos clientes.

Pode dar-nos alguns exemplos de desafios lançados pelas empresas à Maleo? Seja por uma pequena empresa, seja por uma multinacional?

O Maleo Care nasceu de um desafio da Airbus, que se instalou em Portugal em 2021 na Maleo Oriente, e que cresceu connosco até finais de 2022. Nessa altura, e como parte da estratégia global, mudaram a sua operação para um escritório tradicional, mas desafiaram-nos a participar no concurso para a escolha do operador que iria gerir os soft services no seu novo espaço. Era uma perspetiva que não tínhamos, porque todos os nossos serviços existiam apenas nos nossos sete centros. Aceitámos o desafio e hoje, desde a organização de formações ou eventos, com e sem catering, até à simples limpeza do espaço ou à disponibilização de comodidades, a Maleo é a responsável pela personalização das experiências que a Airbus proporciona aos seus colaboradores.

Com que equipa contam para responder a esses desafios?

Acreditamos que esse é o elemento fundamental. A equipa. Contamos com pessoas extremamente dedicadas, que entendem o nosso nível de serviço e partilham connosco o espírito unreasonable hospitality como forma de estar. A nossa equipa executiva é composta por especialistas em cada área, que selecionam os melhores para trabalhar nas suas equipas. Entendemos que, além das habituais áreas da gestão de espaços e pessoas, e atendendo às tendências do mercado dos escritórios, era importante criar áreas dedicadas à hospitalidade e à experiência, de forma a elevar diariamente o nível de serviço que entregamos aos nossos clientes.

E como se vê na liderança dessa equipa?

Por natureza, quanto melhores os elementos de uma equipa, mais difícil é a liderança da mesma, e por isso apenas posso dizer que tenho um trabalho extremamente desafiante (felizmente!). Conseguirmos passar a nossa cultura e o nosso propósito é o fator decisivo. Através de uma boa equipa, eles saberão implementar a visão da empresa, elevando-a a novos patamares. Hoje, a Maleo está onde está graças à qualidade e à dedicação da nossa equipa.

Baseados em Lisboa, como olham para o mundo a partir da cidade? E que cidade é esta, na vossa perspetiva?

Para nós, Lisboa é a cidade-equilíbrio. É uma capital europeia, com tudo o que tem de positivo, mas mantém a dimensão e o ritmo de uma cidade média, permitindo assim uma qualidade de vida ideal, tanto para viver como para trabalhar.

Enquanto há alguns anos olhávamos para o mundo e acenávamos «olhem para nós!», hoje não só somos vistos pelo mundo, como estamos no topo das cidades mais atraentes para viver e trabalhar. Basta pensarmos no número de talentos e multinacionais que temos conseguido atrair para Lisboa e de que forma é que têm contribuído, não só para a nossa economia, mas também para o desenvolvimento da nossa cidade, que hoje oferece uma maior variedade de serviços, restaurantes e cultura. Acreditamos que nesta mutação da cidade, a Maleo terá oportunidades de crescer e de concretizar a visão de levar os nossos serviços a cada vez mais empresas.

Pode falar-nos de si, como empreendedor? Como começou e o que destaca no seu percurso?

Como filho de comerciantes e emigrantes, comecei a ter contacto com o mundo dos negócios muito cedo. Este contacto, cedo conjugado com alguns anos de infância nos Estados Unidos, criou em mim uma forma de estar de cariz muito empreendedora. Sempre gostei da área do imobiliário, e comecei verdadeiramente a minha carreira numa mediadora no Porto aos 19 anos, onde aprendi os princípios básicos do mercado. Fui evoluindo, passando a investidor e depois para a promoção imobiliária. Hoje, 27 anos depois, temos um grupo empresarial que investe em várias regiões e projetos, neste momento principalmente com empreendimentos residenciais em Lisboa e São Miguel – Açores, e a Maleo na área dos escritórios.

»» Nishel Rajani é licenciado em Gestão Imobiliária e tem mais de 25 anos de experiência no ramo. Iniciou o seu percurso aí aos 19 anos, dedicando-se atualmente ao investimento e à promoção de imobiliário residencial, através da holding AshiraCapital, da qual faz parte a Maleo Offices.

A Maleo nasceu em 2020 com o objetivo de oferecer um serviço de flex offices diferenciado, através da forte aposta em serviços tailor made para o mercado corporate, incluindo o fit out de escritórios, organização de eventos e passando por serviços de concierge on demand. Conta atualmente com sete localizações premium na cidade de Lisboa, sendo a expansão para o Porto a próxima aposta. Com a missão «To Lead the Shift in the Future of the Workplace», a Maleo quer mudar a forma como as pessoas trabalham e contribuir para o work-life balance de quem a procura.

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