Em 2017, a Contraponto publicou o livro «Uma Autobiografia», de Rita Lee. Em 2023, a artista anunciou uma nova – e surpreendente – autobiografia, à qual chamou, justamente, «Outra Autobiografia», mas, atingida por um cancro, já não teve tempo de a ver publicada. O livro acaba de ser lançado no Brasil pela Globo Livros e está a liderar os tops de vendas. Sairá em Portugal a 13 de julho, com chancela da Contraponto.
Texto: Redação «human»
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Trata-se de um relato honesto e comovente da cantora, uma verdadeira carta de despedida. Neste momento, está disponível no mercado português a segunda edição de «Uma Autobiografia», que conta com prefácio de Rui Reininho, e «Outra Autobiografia» está já em pré-venda pela Contraponto nas livrarias on-line.
«Quando decidi escrever ‘Rita Lee: Uma autobiografia’ (2016), o livro marcava, de certo modo, uma despedida da persona ritalee, aquela dos palcos, uma vez que tinha me aposentado dos shows. Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vidinha besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos e acha que sabe de alguma coisa, Deus dá uma risadinha sarcástica.»
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O livro
Rita Lee pode ter tido de tudo, menos uma «vidinha besta». E os últimos anos foram dos mais difíceis. Ao mesmo tempo que o mundo passava por uma pandemia, a artista brasileira foi diagnosticada com cancro do pulmão. Num texto com a franqueza e a honestidade que são marcas registadas da sua escrita, ora cru e chocante, ora cheia de ironias, ora subtil e comovente, Rita Lee não poupa detalhes dos tratamentos a que se sujeitou e dos estados de espírito por que passou. Fala também da rotina, de tropeços inesperados, dos avisos do universo, de seres de luz e dos caminhos que a vida tomou.
Já muito perto do fim, que chegaria aos 75 anos, Rita Lee escreveu um novo livro autobiográfico, que promete mexer profundamente com quem o leia, um relato no qual é tomada por uma coragem que só não é superior ao amor que tem pelo público que a consagrou. E foi a esse público, quase 60 milhões de discos depois, que quis contar tudo o que se passou, como foi o seu final de vida.
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Uma artista única
Rita Lee (1947-2023) foi uma artista única. Mãe do rock no Brasil, conseguiu transformar a forma como o género musical era visto no país: de maldito, o rock passou a pop, graças à música e à figura de Rita Lee. A artista conquistou as rádios, tornou-se numa personalidade temida pela ditadura militar e querida pelo público. É, ainda hoje, a cantora brasileira que mais vendeu no Brasil e no mundo – mais de 55 milhões de discos. Com uma parceria de quase cinco décadas com Roberto de Carvalho, criou clássicos que ficaram eternizados no Brasil, em Portugal e um pouco por todo o mundo. Escreveu uma primeira autobiografia, publicada em Portugal pela Contraponto em 2017, um livro de contos e diversos livros para crianças. E deixou o seu testamento no livro «Outra Autobiografia», publicado agora em 2023, também pela Contraponto.