Identificação e quantificação do risco para uma gestão integrada e eficaz

Tendo presente que a gestão de risco integrada é cada vez mais essencial num negócio, com um impacto positivo nas organizações, nomeadamente na redução de custos e de exposição, a WTW, destacada empresa global de consultoria, corretagem e soluções de gestão, alerta que existem vários passos essenciais para uma gestão eficaz, a começar pela identificação e pela quantificação do risco.

Num webinar dedicado ao tema, José Baptista (na foto), diretor para a área de Enterprise Risk Management & Engineering na WTW Portugal, explicou que a identificação do risco numa organização deve passar por um diagnóstico completo de todas as áreas-chave para o negócio, que contemple os riscos que enfrentam e quais é que fazem mais sentido para a atividade a médio e longo prazo.

Isto é feito através do desenvolvimento de mapas de riscos, convidando os departamentos e as pessoas da organização a refletirem e a elencarem os riscos a que estão sujeitos. Apesar de os riscos operacionais serem os mais facilmente identificáveis, existem outros, de diferentes naturezas, a considerar, como por exemplo os de capital humano, jurídicos, ambientais.

«Após a identificação, e utilizando metodologias simples que os padrões internacionais, como a ISO 31000, aconselham, verifica-se o impacto que os riscos podem ter, a probabilidade da sua ocorrência e, através do cruzamento de dados, calcula-se a sua severidade. Importa, igualmente, priorizar os riscos identificados», referiu José Baptista, indicando os obstáculos mais comuns nesta fase de diagnóstico: a falta de recursos e a gestão diária de prioridades. «É crucial ter esta visão mais macro e olharmos para este diagnóstico para definirmos os passos estratégicos a dar nos planos de mitigação para fazer face aos riscos.»

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Quantificação e dinamismo do risco

A quantificação do risco é precisamente um dos grandes desafios apontados pelos gestores de riscos, segundo um estudo da FERMA. «No entanto, já existem ferramentas que nos permitem quantificar aquilo que poderá ser a perda máxima provável que determinado risco aporta caso se materialize», afirmou José Baptista, referindo-se aos modelos preditivos e analíticos existentes, que inclusive quantificam riscos futuros, como os de alterações climáticas ou fenómenos naturais.

Estes modelos servem igualmente para responder a algumas perguntas decorrentes da negociação de um programa de seguros, nomeadamente: se posso comprar menos seguros continuando a estar adequadamente protegido, como é a relação teórica do prémio/ benefício desta apólice, se é possível aumentar a minha retenção assumida pela minha organização em determinado risco .

Estas informações ajudam os gestores de risco a lidar com as principais dificuldades na aquisição de seguros: os aumentos consideráveis nos prémios, as capacidades reduzidas e as exclusões e limitações em alguns riscos.

José Baptista indicou ainda que os modelos analíticos são fundamentais na gestão de perdas e para a otimização dos custos, referindo que podem ser adaptados a cada realidade de acordo com a maturidade de gestão de risco da empresa.

Por fim, o responsável alertou para o dinamismo do risco, aconselhando a que o exercício de identificação e quantificação do risco seja revisto e adaptado periodicamente e sempre que houver uma alteração relevante na empresa. «Uma boa gestão de risco requer investimento, e este tem retorno. Nos projetos mais recentes que desenvolvemos, conseguimos materializar este mesmo investimento, com os nossos clientes a experienciar uma redução dos custos diretos até aos 15% e uma redução do risco retido até aos 22%.»

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