Eduardo Marques Lopes, da Multipessoal

«O esforço investido na inovação acrescenta um imenso valor a cada contacto que fazemos.»

A Multipessoal foi distinguida já em 2022 na categoria «Recrutamento e Seleção de RH» com o «Prémio Cinco Estrelas», no âmbito da iniciativa com o mesmo nome. Oportunidade para uma conversa com Eduardo Marques Lopes, diretor de marketing e comunicação desta empresa portuguesa de recursos humanos (RH).

Texto: Redação «human»

.

Que comentários lhe sugere a distinção da Multipessoal, ainda por cima sendo a primeira do seu sector a ser contemplada?

O «Prémio Cinco Estrelas» distingue anualmente os melhores produtos, marcas e serviços, com base no grau de satisfação que conferem aos utilizadores, dentro da respetiva categoria. Termos sido os primeiros vencedores da categoria «Recrutamento e Seleção de RH» é, sem dúvida, um importante reconhecimento do trabalho que temos vindo a desenvolver, particularmente num momento de profundas mudanças no mercado de trabalho em Portugal. Tratando-se de uma distinção que tem por base inúmeros testes e um estudo de mercado realizado junto dos consumidores portugueses, este prémio é um grande motivo de orgulho e uma conquista que nos motiva para fazermos ainda mais e melhor nos desafios que temos pela frente.

O facto de a distinção resultar da apreciação dos utilizadores representa uma valorização adicional?

No processo de avaliação realizado para este prémio, podemos destacar alguns indicadores como o de «Intenção de Compra ou Recomendação» e de «Satisfação pela Experimentação» dos consumidores, onde obtivemos pontuações claramente acima da média do sector. Este resultado só é possível porque acreditamos que todos os trabalhos são importantes e o nosso foco, de colocar as pessoas em primeiro lugar, reflete-se na satisfação que elas demonstram.

Ao sermos também reconhecidos pelo mercado como os mais inovadores no sector e com a melhor relação preço/ qualidade, não restam dúvidas de que o suporte cada vez mais próximo daqueles que nos procuram tem um impacto muito positivo nas relações que criamos. E o esforço investido na inovação acrescenta um imenso valor a todo e cada contacto que fazemos, fazendo de nós uma marca cinco estrelas.

No contexto de pandemia que temos vivido, que estratégia seguiu a Multipessoal no seu mercado dos recursos humanos?

O processo de transformação que estamos a atravessar na Multipessoal, iniciado antes do contexto de pandemia e assente em pessoas, processos e tecnologia, permitiu-nos estar um passo à frente e antecipar desafios impostos pela pandemia, como a digitalização de processos de recrutamento, seleção, on-boarding e acompanhamento de colaboradores. O facto de já termos em curso uma estratégia de digitalização bastante bem estruturada, com soluções à medida das novas necessidades, que se reforçaram nos últimos dois anos, foi determinante para o sucesso da Multipessoal neste momento tão desafiante. A proximidade, a personalização e a agilidade foram e continuam a ser alguns dos pilares fundamentais da nossa estratégia e, em última análise, o sucesso desta abordagem está à vista, com a concretização do reconhecimento por parte daqueles que confiam em nós e a atribuição do «Prémio Cinco Estrelas».

«O ‘Prémio Cinco Estrelas’ distingue anualmente os melhores produtos, marcas e serviços, com base no grau de satisfação que conferem aos utilizadores, dentro da respetiva categoria. Termos sido os primeiros vencedores da categoria ‘Recrutamento e Seleção de RH’ é um importante reconhecimento do trabalho que temos vindo a desenvolver, particularmente num momento de profundas mudanças no mercado de trabalho em Portugal.»

Podemos de alguma forma falar em reinvenção, dada a exigência dos últimos dois anos?

Sem dúvida. Neste período, vimos pessoas e empresas a mudar radicalmente a sua forma de trabalhar para garantir a sustentabilidade dos negócios. Assistiu-se a uma aceleração da democratização da tecnologia, com o digital a tornar-se omnipresente e uma dimensão obrigatória para garantir a manutenção da relação quer entre empresas e colaboradores, quer entre marcas e consumidores.

No caso da Multipessoal, já tínhamos um plano de transformação em curso, por isso a nossa evolução digital foi planeada e premeditada, ao contrário de muitas organizações, que se viram forçadas a mudar drasticamente o seu modo de operar, num muito curto período de tempo e de forma menos sustentada.

Quais foram os maiores desafios do negócio, seja ao nível dos colaboradores, seja dos candidatos, seja das empresas clientes?

O maior desafio foi e continua a ser manter o foco nas pessoas. Por um lado, a manutenção de relações bem-sucedidas e duradouras, assegurando uma experiência personalizada e marcante, mesmo com a ausência ou a forte redução do contacto presencial. Por outro lado, a adoção de novas ferramentas tecnológicas, que exige a gestão da mudança e um acompanhamento contínuo para garantir o sucesso da sua implementação e adoção, a sua eficácia e até mesmo a segurança. As pessoas estão no centro daquilo que é a atividade da Multipessoal e, em particular nestes últimos dois anos, trabalhámos empenhadamente para assegurar que, ainda que de forma diferente e com recurso a novas soluções e abordagens, continuávamos a ser capazes de responder adequadamente às suas necessidades e expectativas.

Como geriu a empresa o trabalho em sectores onde a presença física dos trabalhadores é imprescindível?

Temos um leque alargado de colaboradores a trabalhar em sectores como Indústria, Logística, Hotelaria, Retalho e Agricultura, por exemplo, em que pela natureza das suas funções o teletrabalho não é opção. Neste contexto, procurámos melhorar a experiência destes colaboradores com o desenvolvimento de processos digitais para promover um suporte facilitado e criar novos canais de relação com os colaboradores.

Por outro lado, digitalizámos o nosso processo de on-boarding, recorrendo a ferramentas como o nosso portal de colaborador e a assinatura digital de contratos de trabalho temporário, para além de garantirmos o suporte regular, através de uma linha de apoio ao colaborador e de canais de customer care digitais no website.

E ao nível do trabalho remoto, que opções tomaram? A tecnologia teve aqui um papel importante?

Podemo-nos orgulhar de que todas as nossas equipas têm as ferramentas necessárias para desenvolver a sua atividade independentemente do seu local de trabalho. Ainda assim, existem funções que exigem uma presença mais regular nas nossas instalações, pelo que a nossa política foi e continuará a ser, de certa forma, flexível de equipa para equipa, de pessoa para pessoa.

A pandemia veio reforçar a consciência de que o modelo de trabalho a adotar não poderá ser one size fits all e que deve contemplar uma gestão equilibrada da vida pessoal e profissional. Por isso mesmo, o modelo híbrido tem vindo a ganhar fãs em todas as organizações, e a Multipessoal não é exceção. A nossa preocupação tem sido ouvir, em primeiro lugar, as nossas pessoas, antes de tomar qualquer tipo de decisão.

Como caracteriza a Multipessoal em termos de infraestruturas tecnológicas para uma área muito ampla a que poderemos chamar, se concordar, atração e recrutamento de talento?

A nossa transformação apoiada em processos e tecnologias, e direcionada para as pessoas, permite-nos utilizar as inovações tecnológicas para criar processos mais eficientes e com uma componente humana que é característica da área de negócio em que nos inserimos.

Em recursos humanos, trabalhamos com e para pessoas e, nesse sentido, procuramos sempre a melhor solução e abordagem para cada caso, no sentido de criar maior proximidade e personalização em cada relação que desenvolvemos. Soluções como a assinatura digital de contratos, canais digitais de contacto e colaboração, e ferramentas para proporcionar um on-boarding e acompanhamento adequados estão entre os diversos recursos de que tiramos partido atualmente. As mudanças que temos vindo a adotar, com vista à digitalização da experiência dos colaboradores, clientes e candidatos, colocam-nos no caminho certo para estarmos prontos quando e onde somos precisos.

«A pandemia acelerou a competitividade, criou uma aldeia ainda mais global e trouxe consigo muitas movimentações num mercado que é inquestionavelmente candidate-driven. Neste momento, verifica-se uma mudança de paradigma, em que são as empresas que têm de conquistar e reter o talento, e não o contrário.»

Perspetivam de alguma forma um cenário pós-pandemia?

O cenário pós-pandemia compreende a passagem de uma fase de adaptação a um novo contexto para uma fase de transformação efetiva. As organizações estão já a definir novas regras e boas práticas, com base no que aprenderam durante o período de pandemia.

Algumas das alterações que identificamos, desde já, são o maior foco no equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, com candidatos a considerarem este elemento como um dos principais fatores na sua evolução de carreira; a flexibilização quer do local, quer do horário de trabalho, valorizando-se mais a produtividade e os resultados, em detrimento dos aspetos formais que, até aqui, delimitavam a atividade profissional; e a globalização do mercado de trabalho, facilitada pela eliminação de fronteiras que a tecnologia proporciona.

O mundo como o conhecíamos já não existe e, acima de tudo, as organizações têm de saber ouvir e adaptarem-se aos novos valores, prioridades, expectativas e preferências dos seus candidatos e colaboradores.

Como lhe parece que ficou o mercado português de recursos humanos depois de todo este choque que a pandemia provocou no tecido empresarial e na própria sociedade em geral?

A pandemia acelerou a competitividade, criou uma aldeia ainda mais global e trouxe consigo muitas movimentações num mercado que é inquestionavelmente candidate-driven. Neste momento, verifica-se uma mudança de paradigma, em que são as empresas que têm de conquistar e reter o talento, e não o contrário. Esta premissa vem alterar completamente a forma como muitas organizações gerem os seus recursos humanos. O mercado ficou mais dinâmico e competitivo, e os profissionais mais assertivos e conscientes daquilo que valorizam e procuram para a sua vida e a sua carreira.

Que desafios pessoais destaca neste tempo na Multipessoal, com o contexto pandémico?

O desafio mais imediato talvez tenha sido, desde logo, a gestão de uma equipa à distância, o que implicou uma reorganização disruptiva no que diz respeito ao método de trabalho. Trabalhando na área de marketing e comunicação, a criatividade e o trabalho de equipa são determinantes para a realização das nossas tarefas, pelo que tivemos de recorrer a novas ferramentas digitais para conceber ideias, esboçar campanhas e trocar impressões sobre os passos a seguir.

Outro desafio tem que ver com a própria estratégia que estava definida, que teve de ser repensada durante este período, com a revisão de ações previstas e uma maior aposta no digital como resultado do confinamento. Após estes dois anos, acredito que conseguimos dar resposta a ambos e somos hoje uma equipa mais preparada, mais forte e mais resiliente.

.

»»»» Eduardo Marques Lopes é diretor de marketing e comunicação da Multipessoal, uma empresa portuguesa de recursos humanos com mais de 25 anos de experiência no sector. A Multipessoal procura proporcionar a melhor experiência de emprego aos colaboradores com quem trabalha diariamente, potenciar o negócio dos cClientes que lhe delegam a responsabilidade de encontrar os melhores profissionais e apoiar os candidatos que lhe confiam um momento tão importante como o da mudança de emprego. Atuando em todo o território nacional, dedica-se às áreas de Trabalho Temporário, Outsourcing, Facility Services, Recrutamento e Seleção Especializado e Consultoria Digital, contando com mais de 1.000 clientes e mais de 10.000 colaboradores colocados, nos vários regimes de contratação.

Scroll to Top