Sérgio Cabral, da Lead & Coach
«Temos uma equipa muito experiente no contexto organizacional.»

A Lead & Coach é a marca da Stanton Chase para executive coaching. Sérgio Cabral, que assume as funções de partner, fala-nos do desafio de desenvolver e consolidar a marca, destacando que o caminho em 2022 será o de veicular através de uma comunicação clarificadora a proposta de valor que apresentam ao mercado.

Texto: Redação «human»

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Como surgiu o projeto da Lead & Coach?

O projeto L&C – Lead&Coach surgiu naturalmente no universo da Stanton Chase Portugal, após um forte crescimento da nossa atividade na área de executive coaching registada nos últimos anos. Por um lado, verificámos uma enorme procura, e por outro constatámos que não existia uma referência nesta área em Portugal, orientada exclusivamente para as organizações e para o segmento da liderança. O chief executive officer (CEO) ou o diretor de recursos humanos, em caso de necessidade, tinha dificuldade em encontrar essa referência; eventualmente, tendo que recorrer à pesquisa informal no mercado, procurando chegar à indicação de um coach que lhe pudesse assegurar uma resposta.  Sentimos por isso que havia um marketplace para uma proposta de valor diferenciadora. E foi nestas circunstâncias que se encontrou a oportunidade e o espaço na Stanton Chase para a criação de uma marca que fosse essa referência. Temos a ambição e as condições para ser a empresa top of mind em Portugal na área de executive coaching.

Este projeto reúne de alguma forma muita da experiência de coaching que já havia no universo Stanton Chase no nosso país?

Sim, sem dúvida. A Stanton Chase tem um lugar de destaque no top 10 mundial das empresas de executive search, que é o seu core.  Em simultâneo, temos uma forte experiência em contexto organizacional nas áreas de executive coaching e leadership and talent development. Considerámos por isso importante criar uma marca que o mercado reconhecesse como sendo especialista nestas áreas, não desposicionando a Stanton Chase da sua atividade principal. Aliás, acompanhando o movimento que está a ser seguido por outras empresas a nível internacional, na área do executive search: complementar a proposta de valor não só na fase de identificação de talento executivo no mercado, mas também mapear e desenvolver esse talento no seio das organizações, nomeadamente ao nível da liderança.

O que vos levou a focar o projeto no coaching para executivos? Tem a ver com o histórico de trabalho da Stanton Chase com quadros de empresas?

O segmento de executivos é onde historicamente sempre nos posicionámos. Podemos dizer que a L&C herda toda a experiência da Stanton Chase ao nível do executive search e do executive coaching, representada por uma equipa sénior muito treinada em projetos de C-level. Daí que não faria sentido posicionarmo-nos noutros segmentos de mercado.

Que particularidades traz para o projeto o facto de surgir num tempo diferente daquele a que estávamos habituados, nas empresas e na sociedade em geral, um tempo sem os condicionamentos da pandemia?

É sabido que as organizações se têm debatido efetivamente com novas realidades no que diz respeito à gestão do seu capital humano neste período de forte incerteza e volatilidade. Os novos modelos de trabalho e as circunstâncias que daí decorrem constituem um bom exemplo. Mas estes tempos trazem consigo também a emergência de capacitação dos líderes, não só ao nível técnico mas sobretudo ao nível das soft skills. E essa nuance é muito importante. As empresas que se estão a dirigir cada vez mais para as pessoas no centro da estratégia e do negócio, criando também líderes mais robustos, mais transparentes, mais inspiradores, mais próximos, estarão na dianteira da criação de valor no seu negócio. E aí, entendemos nós, poderemos contribuir de forma significativa.

Como se propõem chegar ao mercado?

Numa primeira fase através da comunicação. O caminho em 2022 será o de veicular através de uma comunicação clarificadora a nossa proposta de valor. Temos uma abordagem estruturada e diferenciadora, uma equipa de coaches certificada, muito experiente no contexto organizacional, e uma metodologia muito consistente e muito eficaz. A tudo isto acrescentamos um portefóliodeferramentas de diagnóstico diversa, robusta e em permanente desenvolvimento, cada vez mais, tendencialmente, com o recurso à tecnologia. No final do dia, tudo isto será instrumental para os resultados que pretendemos potenciar nas nossas organizações parceiras.

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O nosso melhor barómetro estará nos resultados que conseguimos promover num processo de co-construção junto dos nossos parceiros, através do seu principal ativo – as pessoas.

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Que papel consideram ter o coaching no meio empresarial, seja junto das empresas naquilo que disponibilizam às suas pessoas, seja diretamente com executivos que pretendam recorrer a este tipo de apoio?

Nós só trabalhamos com empresas (business-to-business, B2B). De pessoas para pessoas, nas empresas. E uma das coisas que sabemos é que a liderança nas organizações é tendencialmente um lugar solitário. Isto porque todos nós na equipa já nos sentámos nessa cadeira durante muitos anos. E o processo de coaching, por natureza, traz um espaço de partilha, um potencial de criação de novas possibilidades, a obtenção de clareza e a oportunidade de desenvolvimento e expansão de comportamentos. E é um espaço seguro e confidencial. Este apoio terá, na nossa visão, um papel preponderante, designadamente ao nível da liderança nas organizações, independentemente da sua atividade.

Como olham para o desenvolvimento do coaching em Portugal nos últimos anos, com uma diversidade de propostas verdadeiramente assinalável?

Temos notado uma diversificação de propostas, efetivamente, mas seria interessante olharmos também para o tipo de respostas ou a sua orientação. Acreditamos que neste mercado organizacional, ou seja, no que ao contexto corporate diz respeito, que é o nosso posicionamento, existe ainda uma larga margem de evolução.

A profusão de conceitos associados a coaching (por exemplo, o direcionamento para várias áreas – executivos, família, pessoal, liderança, desporto, etc –, ou a associação a mentoring também) tem de alguma forma dificultado a compreensão desta atividade e o seu desenvolvimento em Portugal?

Talvez, sim. O termo coaching tem sido utilizado nas mais variadas circunstâncias, nem sempre de forma justa, porventura. No caso da L&C, vamos procurar contribuir para a clareza do nosso processo e dos seus benefícios, procurando também reforçar alguma ideia de consistência, por vezes necessária para diferenciar as diferentes propostas de valor e as suas aplicações. E a melhor forma de o fazer é criando e demonstrando esse add value para os nossos parceiros.

É possível de alguma forma fazer já um balanço do projeto da Lead & Coach?

Sim. Apesar de estarmos na fase de lançamento e comunicação da marca, o balanço é muito positivo. Temos tido uma reação muito favorável por parte das organizações, querendo conhecer a nossa proposta de valor. Por vezes para posições específicas, outras vezes para um contexto de maior abrangência, envolvendo projetos de maior escala. Mas estamos em crer que o nosso melhor barómetro desse balanço estará nos resultados que conseguimos promover num processo de co-construção junto dos nossos parceiros, através do seu principal ativo – as pessoas.

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»»»» Sérgio Cabral é partner da L&C – Lead & Coach, marca da Stanton Chase para o executive coaching. Com uma carreira consolidada na área de recursos humanos, designadamente em atração, gestão e desenvolvimento de talento, na sua maioria em organizações de cliente-final, tem formação académica em Sociologia do Trabalho (ISCSP) e uma pós-graduação em Competências Relacionais (ISPA). Os seus 18 anos de percurso corporativo em contexto multinacional incluem organizações dos sectores da Consultadoria, do Investimento, do Grande Retalho e da Indústria. É coach certificado (ICF) e muito experiente, detendo ainda várias certificações na área comportamental.