Através da conta do LinkedIn, a Hays realizou um inquérito a mais de 11.400 pessoas para saber a opinião dos profissionais sobre a existência de preconceito de género dentro das suas organizações. A maioria dos inquiridos (47%) disse acreditar que não existe nenhum problema de preconceito dentro da sua organização. Contudo, 26% disseram que sim havia este problema, mas que não está a ser abordado, enquanto 16% disseram que havia preconceito, mas que estava a ser trabalhado. Os restantes 11% dos inquiridos não tinham a certeza se havia uma questão com preconceitos de género dentro do seu local de trabalho.
A Hays conduziu o inquérito no âmbito do Dia Internacional da Mulher, um dia que celebra hoje, 8 de março, as conquistas sociais, económicas, culturais e políticas das mulheres. A sondagem foi realizada no seguimento do tema deste ano que é #BreakTheBias, que reitera que quer seja deliberado ou inconsciente, o preconceito dificulta o progresso das mulheres.
Sandra Henke, head of people and culture no grupo onde se integra a Hays, comentou os resultados do inquérito desta forma: «A existência de preconceitos de género é uma realidade em várias organizações há já algum tempo, mas têm sido tomadas medidas para procurar resolver este problema. No entanto, parecem existir progressos neste tema, tendo em conta que quase metade dos inquiridos considera não haver qualquer problema com o preconceito de género dentro do seu local de trabalho. Mas 42% dos inquiridos consideram que existe preconceito de género. Todas as organizações precisam de garantir que não estão a ser benévolas quando se trata de identificar e abordar o impacto do preconceito.»
A responsável acrescenta: «Infelizmente, o preconceito ainda está muito presente no mercado de trabalho. Está enraizado na forma como muitos de nós pensamos e agimos em relação aos outros, quer estejamos conscientes disso ou não. O preconceito afeta inevitavelmente as nossas decisões como indivíduos e a compreensão, que é um passo importante para erradicar o preconceito no local de trabalho e na sociedade em geral. O preconceito manifesta-se de inúmeras formas, por isso, os líderes devem manter-se empenhados e atentos ao tema.»
Sandra Henke destaca ainda algumas medidas que as organizações podem adotar para acabar com o preconceito de género na sua estrutura:
– Investiguar e avaliar os preconceitos dentro da organização: «Os responsáveis das empresas devem informar-se sobre os preconceitos inconscientes e depois perguntar-se que preconceitos podem existir na sua empresa. Inicialmente pode não ser óbvio que exista, por isso, aborde o tema a um largo número de colaboradores e perceba a opinião de cada um sobre o significado de preconceito e como acham que este se manifesta dentro da organização.»
– Instruir as equipas: «Há uma oportunidade para as organizações educarem os seus colaboradores sobre o preconceito inconsciente, mostrando exemplos de preconceitos quotidianos e dando exercícios para demonstrar o seu impacto. O facto de os indivíduos estarem conscientes do seu próprio preconceito é muito importante para serem capazes de abordar a questão de forma coletiva. Há também uma oportunidade de ensinar os seus colaboradores sobre a razão pela qual é da responsabilidade de todos, e não apenas daqueles que são negativamente afetados pelo preconceito.»
– Encorajar o debate sobre o preconceito: «É importante que as organizações encorajem os seus profissionais a falar sobre preconceitos e a criar um ambiente em que as pessoas se sintam à vontade para falar sobre as suas experiências. Esta é a única forma de aprender como líder e como empresa. Não se pode erradicar o preconceito sem saber onde ele existe, e isso significa abrir caminhos de comunicação e de escuta.»
– Agir: «As organizações e os líderes podem tomar proactivamente medidas positivas para acabar com os preconceitos do seu local de trabalho. Comece por dar formação sobre preconceitos inconscientes a todos e depois implemente medidas para acabar com a discriminação nos seus processos de recrutamento. Por exemplo, um passo que as organizações podem dar é ao escrever descrições de trabalho, evitar utilizar palavras que tenham uma conotação de género.»
As respostas do inquérito foram recolhidas a partir de uma sondagem realizada no LinkedIn entre 14 e 16 de fevereiro de 2022.