A Multipessoal, empresa portuguesa de recursos humanos, anunciou os resultados do seu estudo «A procura de emprego em Portugal», onde identificou tendências quanto a práticas, comportamentos e perceções na procura de emprego em Portugal. Realizado em parceria com a Netsonda, o estudo contou com entrevistas realizadas on-line a homens e mulheres com mais de 18 anos, que não rejeitam mudar de emprego nos próximos dois anos.
No que se refere à procura atual de emprego, o estudo revela que 31% dos inquiridos afirma estar, neste momento, à procura de uma nova oportunidade. André Ribeiro Pires, executive board member e chief operations officer (COO) da Multipessoal destaca que a faixa etária dos 55 aos 64 anos é a que está mais ativa: «A nossa análise demonstra que, entre os inquiridos, as pessoas que se encontram numa idade mais próxima da reforma não se coíbem de procurar um novo emprego, de forma a melhorarem as condições que têm atualmente. Na amostra, 40% dos indivíduos nesta faixa etária afirma que está presentemente a procurar uma nova situação laboral de forma ativa.»
Por outro lado, no polo oposto, encontra-se o grupo de indivíduos com idades entre os 35 e os 44 anos, em que apenas 25% responderam afirmativamente à questão «Está à procura de emprego atualmente?», uma conclusão que o responsável da Multipessoal considera «algo surpreendente, pois seria de prever que, neste intervalo de idades, dadas as circunstâncias de vida, houvesse maior predisposição para fazer alterações de carreira, em detrimento da franja populacional com uma idade mais elevada».
Também nesta questão, as mulheres (35%) demonstram maior propensão para mudar de emprego a curto-prazo do que os homens (26%). Já em termos de localização, o estudo denota que residentes em grandes centros urbanos estão mais ativos atualmente na procura de emprego (35%) do que aqueles que vivem fora das principais metrópoles (28%). O contexto financeiro do agregado familiar também desempenha um papel relevante na busca de emprego: dos indivíduos cujo rendimento do agregado é inferior a 1.000 euros mensais, 46% afirma estar à procura, versus apenas 11% dos indivíduos cujo agregado aufere mais de 3.000 euros por mês.
A mesma tendência é reforçada pela análise das motivações que levam à procura de emprego. Com base no estudo, André Ribeiro Pires explica que «de forma transversal, destaca-se o objetivo de obter um vencimento superior, com 59% dos inquiridos a identificarem esta razão, que é referida por 65% dos homens e 54% das mulheres». Segue-se a procura por novos desafios, a segunda razão mais identificada pelos homens (44%) e a terceira mais identificada pelas mulheres (38%). Por último, o top três de drivers de procura de emprego fica completo com a busca por uma melhor gestão pessoal/profissional, uma motivação com que se identificam 39% das mulheres e 29% dos homens. Salienta-se, ainda, que 35% dos homens procura emprego para ter uma posição superior/ evoluir a nível profissional.
Em relação à frequência com que procuram emprego, o estudo demonstra que quase metade da amostra (44%) afirma que costuma procurar emprego pelo menos uma a duas vezes por semana, e 1/5 das mulheres diz mesmo procurar emprego todos os dias, face a apenas 16% dos homens que o fazem. 43% dos inquiridos que procuram emprego, fazem-no há menos de seis meses, mas 11% diz procurar há mais de cinco anos.
As áreas em que se regista maior procura de emprego a nível global são Administrativo, Secretariado e Receção, Comercial/ Vendas e Educação/ Formação. Entre as mulheres, o destaque vai para funções de Administrativo, Secretariado e Receção, com 41% deste segmento da amostra a selecionar esta área. Já entre os homens, a área mais procurada é Tecnologias da Informação, com 21%.
O estudo também analisou questões quanto ao modo como os indivíduos procuram emprego. No se refere aos recursos mais utilizados, os sites de emprego surgem em primeiro lugar, com 69% dos inquiridos a identificar esta ferramenta, seguidos do LinkedIn (49%) e de sites de empresas (47%). Os sites de empresas de recrutamento surgem em quarto lugar nesta análise, figurando nas respostas de 35% dos inquiridos.
«Cerca de 2/3 da amostra refere já ter recorrido a empresas de recrutamento e seleção para procurar emprego, o que reforça uma tendência no mercado no sentido de haver uma preocupação cada vez maior em optar por processos de recrutamento mais personalizados e ajustados às expectativas e prioridades dos candidatos. A especialização e a possibilidade de pertencer a uma base de dados e ser chamado foram precisamente identificados como sendo os principais drivers de utilização das empresas de recrutamento e seleção», conclui o responsável da Multipessoal.
Realizado no último trimestre de 2021, o estudo da Multipessoal, em parceria com a Netsonda, contou com entrevistas realizadas on-line a um total de 400 participantes, homens e mulheres entre os 18 e os 64 anos, de todas as regiões de Portugal Continental.