Isabel Augusto, da Green Media
«A rota para a sustentabilidade vai precisar de ser traçada.»

A diretora da agência de comunicação e imagem Green Media, Isabel Augusto, criou na empresa um programa de sustentabilidade. O objetivo é ajudar as empresas a identificar a sua rota para a sustentabilidade, preparando-as para a sua performance no futuro.

Texto: Redação Human

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Qual é a visão da vossa empresa para a sua atividade, perspetivando um futuro marcado pela exigência cada vez maior de procurar a sustentabilidade e também pela necessidade apostar na inovação?

Nós criámos um programa de sustentabilidade cuja visão é ajudar a empresa a identificar a sua rota para a sustentabilidade e evolutivamente acompanhar a sua transição gradual. Assente em prioridades de atuação, diversidade de iniciativas e regularização do mapa de ação em iniciativas concretas, com contributo e impacto. Por este motivo, o programa divide-se em três fases: a THINK GREEN, que identifica a atividade da empresa, o impacto, as iniciativas volvidas no passado e os próximos passos e objetivos para continuar a transformação empresarial para a sustentabilidade. Com o contributo dos elementos do comité de sustentabilidade escolhidos e em conformidade com a metodologia do programa. A GO GREEN e a BE GREEN já são fases de operação no terreno, métricas e resultados e comunicação dos próximos objetivos, claramente com focos distintos e espaçados no tempo conforme a estrutura e capacidade da empresa. 

A inovação e a tecnologia não são os únicos motores da sustentabilidade. São importantes e quando existem muito significativos, mas nem sempre existem ou estão ao alcance imediato de investimento das empresas. Por essa razão, procuramos preparar a transição para a economia circular com um grande contributo em todas as outras áreas de intervenção e criar uma consciência eco na organização e na equipa com várias iniciativas de desenvolvimento e adaptação ao tema. Sustentabilidade é uma necessidade real do mercado e dos consumidores, mas não chega fazer isolada ou internamente alterações pontuais – é necessário um correto reconhecimento do valor e do impacto destas alterações, de preferência externas à organização.

Como entendem a sustentabilidade na empresa? E ligam-na de alguma forma à inovação?

A inovação e a revolução tecnológica são dois grandes aceleradores para a sustentabilidade e agentes imediatos na alteração de desempenho, função ou atividade. Mas há muitas outras janelas para a sustentabilidade que importam abrir e analisar em conjunto com a empresa, começando por criar no orçamento anual um item próprio para o investimento na sustentabilidade. É importante perceber que o programa não se esgota com a aquisição tecnológica de frotas de veículos elétricos, a instalação de sistemas de produção de energia ou de otimização de recursos hídricos. Há muito mais a fazer em todo o circuito do ciclo de vida de um produto ou serviço.

Que práticas, programas ou outras iniciativas destacam na empresa neste âmbito?

Destacam-se desde logo dois tipos de iniciativas, os de grande investimento tecnológico e subsidiário e os de promoção interna para uma sensibilização aos recursos humanos da filosofia eco-friendly. Depois existem produtos ou gamas específicas eco-testing e algumas práticas conjuntas de partilha entre, ainda muito poucos, sectores de atividade e/ ou grupos de produção. No programa de sustentabilidade disponibilizamos o Grande Dossier para a Sustentabilidade com mais de 1.043 iniciativas possíveis de implementação e de acordo com diferentes objetivos flexíveis para adaptar ao estádio em que se encontra cada empresa no seu plano de sustentabilidade.

Como veem o ambiente português para a sustentabilidade, sobretudo ligada à atividade nas empresas?

Muito consciente com a importância e a inevitabilidade da sustentabilidade no mercado. Sempre afirmámos que as empresas resilientes à crise de Covid-19 seriam as primeiras a ter necessidade e a procurar apoio profissional para executar um bom plano de sustentabilidade, de modo a que o seu crescimento, progresso e desenvolvimento de atividade possa cada vez mais ter um reflexo consciente de devolução, proteção e regeneração de recursos no planeta.

Como envolvem as pessoas da Green Media nestes temas? E o que esperam delas em termos de desempenho?

A Green Media já é green há 16 anos… Sempre nos rodeámos de colaboradores com um green spirit genuíno e bem vincado pelo que não houve grande dificuldade no tema. Por outro lado, trabalhamos no mercado com muitos players experts no seu sector – os elementos do Comité, as empresas parceiros de serviços diversos e/ ou com produtos específicos com muitos anos no ramo de atividade, com um excelente currículo de experiência e com um conhecimento intrínseco que é uma mais valia na capacidade técnica da atividade. Esse contributo é partilhado e é também uma grande aprendizagem, constante.

Em que tipo de pessoas apostam para a Green Media?

Jovens com paixão por aquilo que fazem. Pessoas que têm um valor adicional na execução das áreas em que atuam e que comprovam com entusiasmo, dedicação e empenho o trabalho no dia-a-dia e a vivência em equipa.

Devo referir ainda, a propósito da sustentabilidade que a meta para a sustentabilidade está na liderança. Hoje ou no próximo ano, a rota para a sustentabilidade vai precisar de ser traçada. Quanto mais célere for o início desta atividade, mais rápido e menor será o impacto e o dano deixado no meio ambiente, a cada dia, mês, semestre e ano. Há exemplos incríveis de alterações e resultados extraordinários a acontecer, em Portugal e já fora do país o que nos enche de orgulho e inspiração. O programa de sustentabilidade que criámos visa ajudar as empresas a identificar a sua rota para a sustentabilidade, preparando-as para a sua performance no futuro e já na era da economia circular. É muito mais completa e profunda, exigente e global. Esta visão, a diversidade e a capacidade de implementação, com eficácia e eficiência, em cada etapa do processo, são não só os pontos críticos de sucesso do programa como provavelmente os que nos diferenciam.

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»»»» Isabel Augusto é diretora da agência de comunicação e imagem Green Media e fundadora do programa de sustentabilidade da empresa. A Green Media tem o seu escritório em Lisboa, na Rua Castilho, mas opera a nível nacional e internacional, acompanhando as necessidades dos seus clientes.

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Nota: foto de Filipe Pombo