Neste artigo damos a conhecer a sociedade de advogados Raposo Bernardo & Associados, que está baseada em Lisboa. A gestão das pessoas e a forma como tem atravessado os tempos de pandemia são o destaque.
Texto: Redação Human Foto: DR
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«As sociedades de advogados são pessoas, inteligência humana, sabedoria humana, tempo das pessoas. A nossa atividade gira apenas à volta de pessoas, dependemos delas para prestar serviços aos nossos clientes, por isso o ambiente em que esses serviços são prestados é crucial para mantermos uma excelente performance.» A afirmação é de João Brito Mendes, da Direção Financeira da Raposo Bernardo & Associados e co-responsável pela área de Gestão de Pessoas, que ainda adianta: «O elevado grau de importância e de exigência da avaliação do ambiente interno para a prestação dos nossos serviços não é compatível com a realização apenas de estudos pontuais, temos que manter uma monitorização constante, uma avaliação interna permanente ao ambiente em que as nossas equipas se movem e prestam os seus serviços. É isso que temos implementado na nossa sociedade, que com uma equipa interna e o apoio de entidades externas acompanha e avalia em permanência o ambiente interno em que as nossas equipas se movem, define horizontes temporais e objetivos mensuráveis, avalia estádios de satisfação, através de várias métricas, intervém na modulação das melhores práticas e gera interconexão entre todos, tudo isto com resultados que todos admiramos e de que nos orgulhamos.»
Vera Teixeira da Costa, da Direção de Comunicação sociedade, assinala por sua vez que a advocacia em Portugal tem um nível de desenvolvimento bastante elevado, podendo equiparar-se à dos países mais sofisticados da Europa. E no que respeita às sociedades de advogados, diz que «são hoje empresas que prestam serviços de natureza especial mas são geridas de maneira empresarial». Na sua opinião, «isso tem permitido proporcionar às pessoas um ambiente onde o desenvolvimento de competências é bastante cuidado, com formação permanente, transmissão das melhores práticas e gestão muito atenta às carreiras». Ou seja, «também aqui encontramo-nos ao nível do que de mais avançado se faz pelo mundo fora na área dos serviços legais», enfatiza.
O período de pandemia tem sido vivido nesta sociedade de advogados «sem qualquer dificuldade», partilha João Brito Mendes, que faz a seguinte reflexão: «Ninguém pode dizer que podia prever uma pandemia com a abrangência, a amplitude, a duração e a gravidade desta. São momentos históricos, mais do que geracionais, podem acontecer uma ou duas vezes num século e têm uma magnitude que ultrapassa tudo o que era conhecido até ao momento. No entanto, sem estarmos à espera não deixámos de estar preparados. Sem dúvida que o elevado grau de digitalização em que desenvolvemos a nossa atividade ajudou muito a que de um momento para o outro pudéssemos ter todas as equipas em teletrabalho e assim nos mantermos, sem afetar minimamente a atividade, durante tanto tempo. Não só temos atravessado este período sem qualquer dificuldade, como temos conseguido reverter alguns possíveis obstáculos em desafios que uma vez superados passaram a constituir aspetos muito positivos da nossa atividade. Muito do que se tem conseguido só foi possível pela fortíssima cultura interna da nossa sociedade, pela coesão, pelo espírito de entreajuda, pela identificação com os mesmos objetivos e pela solidariedade entre todos em todos os momentos.»
Em termos operacionais e funcionais, o trabalho remoto «tem sido gerido com bastante facilidade, tem corrido de maneira fluída e com excelente performance, quer ao nível de resultados objetivos, quer numa avaliação mais casuística e subjetiva», refere ainda o responsável, adiantando: «Naturalmente, nesta gestão temos tipo em atenção as particularidades e a individualidade de cada um dos membros das nossas equipas, estimulando práticas de equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Neste sentido, entre outras práticas quotidianas os procedimentos foram adaptados a esta nova realidade e foram flexibilizados objetivos.»
No fundo, na Raposo Bernardo & Associados não houve necessidade de muitas alterações, uma vez que «o acompanhamento das equipas já era feito habitualmente em termos muito intensivos», explica Vera Teixeira da Costa, que no entanto salvaguarda: «É óbvio que os coordenadores reforçaram o acompanhamento dos membros das equipas, foram criados momentos de partilha de experiências em relação ao estado gerado pelo distanciamento físico decorrente do confinamento, sobretudo na primeira vaga. Para mantermos um espírito de equipa coeso, criámos vários procedimentos, um dos quais teve excelentes resultados: passámos a envolver ainda mais membros num trabalho ou num projeto, criando equipas mais vastas do que normalmente aconteceria. Isso permitiu criar um espírito de entreajuda e de solidariedade muito forte. Temos também reforçado o compromisso entre o pessoal e o profissional, muitas vezes também com o apoio dos demais membros da equipa, em entreajuda entre todos. Isso foi muito evidente em momentos em que pessoas da família de qualquer colaborador estiveram doentes, para apoio a colaboradores com filhos em idade escolar e a precisar de acompanhamento, entre outras situações idênticas.»
Após o final do primeiro confinamento geral, passou a ser disponibilizado espaço do escritório para as pessoas que manifestaram vontade em regressar. Assim, foram ajustados os espaços de maneira a permitir a criação de gabinetes individuais. As áreas comuns passaram a ser utilizadas ao mínimo e foram tomadas todas as medidas para garantir as condições de neutralidade viral nesses espaços potencialmente mais contagiosos. Além disso, foram adotados novos procedimentos, nomeadamente não distribuição de papel, não utilização de loiça, manuseamento cuidado e rigoroso na utilização de equipamentos comuns e reforço das medidas «clean & safe».
João Brito Mendes fala de práticas de recursos humanos destes últimos tempos, assinalando que «têm sido muito variadas, por vezes ditadas pelas circunstâncias do momento, sempre no espírito de reforço de união, atendimento às necessidades individuais de cada membro da equipa, cooperação e entreajuda entre todos». Fala também de «medidas mais programadas de reforço da integração das famílias dos membros da equipa, através de iniciativas com o envolvimento de crianças e outros membros das famílias dos colaboradores». E exemplifica: «Desenvolvemos uma iniciativa simples mas que foi um sucesso enorme, que envolveu os filhos mais pequenos de alguns dos nossos colaboradores, que fizeram desenhos a estimular as pessoas a ficarem em casa, quando no primeiro confinamento geral ainda havia quem não aceitasse bem o ‘fique em casa’ geral. Foi uma iniciativa e um momento ainda hoje lembrado por todos. Foi divulgado nas redes sociais e teve um impacto enorme. A um outro nível, também o reforço da comemoração das realizações das nossas equipas, com a celebração entre todos, como se qualquer realização, mesmo que com um cunho mais individual, tivesse sido conseguida com o esforço e o envolvimento de todos.»
A sociedade tem vindo a fazer várias contratações, como advogados, advogados estagiários e também para a área de comunicação. O responsável partilha: «Na nossa sociedade costumamos dizer que o que fazemos, fazemos por gosto e com gosto. Por isso procuramos pessoas que amem o que fazem, que tenham uma atitude positiva, pessoas que tenham mundo e que ousem ir mais além, pessoas com horizontes abertos e uma visão inclusiva, humana e solidária. Pessoas que compreendam que o mundo não acaba em nós, que dependemos de todos e só em equipa conseguimos ir mais além e ser mais felizes.»
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RAPOSO BERNARDO & ASSOCIADOS – SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Sede: Lisboa
Atividade: Serviços jurídicos
Colaboradores: 35
Colaboradores em trabalho remoto durante o período de pandemia: 35
Opção por lay-off durante o período de pandemia: Não
Média de idades: 40 anos
Colaboradores com formação superior: 98%
Mulheres em cargos de direção: 5
Salário médio: ND
Antiguidade média: 9 anos