A experiência da startup que cresceu no meio da crise

Digitalizar é preciso

Fala-se muito dos desafios trazidos pela crise do Covid-19 para as empresas nos últimos meses. No entanto, é preciso aproveitar o momento para analisar as oportunidades que surgem em tempo de dificuldades. Ao analisarmos este cenário percebemos internamente um case de sucesso e superação de uma startup no meio de uma crise global. A Factorial, ao mesmo tempo que se tornou uma solução para muitas empresas, percebeu a necessidade de aumentar a sua equipa com o desafio de realizar tudo à distância.

Texto: Jordi Romero

 

Com mais de 70 novos colaboradores, juntando-se aos 39 que tínhamos no ano passado, a empresa cresceu durante a pandemia, indo contra aquilo que se estava a passar com a maioria das empresas em todo o mundo. Estes últimos meses fizeram-nos analisar como as necessidades do mercado contribuíram para o cenário e como a empresa percebeu que também precisava adaptar os processos internos.

As novas contratações foram necessárias para atender à crescente demanda de empresas que, no contexto atual, precisavam digitalizar e otimizar a gestão de recursos humanos. Desde startups até empresas de médio e grande porte, aparecemos não só como uma solução para o mercado mas também como uma oportunidade. Se por um lado equipas inteiras tiveram que adaptar-se ao teletrabalho de um dia para o outro – e encontraram na Factorial parte das soluções para essa transição –, por outro esta necessidade de adaptação só foi antecipada. Há muito que o teletrabalho já era discutido, mas adiado constantemente. A possibilidade de flexibilizar o trabalho transformou-se numa necessidade urgente e indiscutível.

Acompanhamos então o aumento da demanda por recursos que digitalizam tarefas diárias dos gestores e colaboradores e que tornam o teletrabalho possível. Esta transformação trouxe também novas demandas internas para a Factorial. Chegamos assim ao nosso grande desafio: crescer, inovar e alterar os nossos próprios processos internos.

O processo de contratação de novos colaboradores aumentou e teve que ser ajustado à nova realidade. Foi assim que começámos a realizar todo o nosso processo de recrutamento de forma remota. Com a nossa plataforma de recrutamento e seleção, recrutámos mais profissionais de talent acquisition e ajustámos a maneira como realizamos as entrevistas. Passámos a usar integralmente plataformas como Zoom e Google Meets para as entrevistas e implementámos mais testes de conhecimento prático. Além disso, algumas posições passaram a ser 100% remotas, como as de programação e design de produto. Por isso, hoje contamos com uma equipa de programadores de diferentes nacionalidades. Do Canadá ao Irão, passando por Portugal e Espanha.

Para além disso, a receção e a integração dos novos colaboradores selecionados também é de extrema importância para o desempenho e a satisfação dos funcionários e pode ser crucial na produtividade dos próximos meses. Sendo assim, buscamos integrar os novos colaboradores através de um processo de onboarding 100% digital e interativo. Para isto, criámos diferentes iniciativas, como o programa de «Buddies», em que colegas de outras equipas ajudam os novos funcionários na integração na empresa. Além de cafés virtuais com o CEO e dinâmicas de equipa através dos grupos de Slack.

Como resultado, percebemos a aceleração do processo de integração de novos colaboradores e a diminuição do tempo necessário para que se tornassem produtivos. O Departamento de Recursos Humanos também beneficiou, visto que teve mais tempo para se focar noutros projetos.

Um processo digital bem estruturado pode mudar a realidade da empresa, ajudar a reter talentos e reduzir a rotatividade. Para além disso, leva à redução de custos com cada etapa do recrutamento e simplifica o trabalho dos Recursos Humanos.

Contar com recursos que trazem soluções para a gestão de pessoas e que simplificam tarefas diárias de gestores e colaboradores não é mais uma possibilidade, é agora uma necessidade.

O momento atual mostra-nos todos aqueles problemas a que não dávamos tanta atenção antes. A crise é real e está aqui. Resta saber se vamos saber aproveitá-la ou não.

 

 

»»»» Jordi Romero é fundador e chief executive officer (CEO) da Factorial HR

 

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