No dia 19 de outubro
Conhecer os cogumelos de Castro Laboreiro a caminhar

Castro Laboreiro dedica um dia à promoção dos cogumelos através de uma caminhada. A ação acontece no próximo dia 19 de outubro, pelas 9H30, e será orientada por um biólogo que proporcionará aos participantes um workshop, durante o qual dará a conhecer as diferentes espécies de cogumelos existentes na região, bem como conselhos sobre a sua apanha.

Texto: Redação Human

 

A atividade é promovida pelo polo da Biblioteca Municipal em Castro Laboreiro e acontece no contexto do projeto «Castros de Leitura», que pretende desenvolver naquele espaço e na aldeia diversas atividades ao longo do ano, de forma a mobilizar a sociedade para a importância do património e da cultura castreja e incentivando a participação da comunidade local.

O ponto de encontro da atividade será na Biblioteca de Castro Laboreiro. A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição, para o e-mail bibliotecamunicipal@cm-melgaco.pt ou através dos telefones 251 410 060/ 251 465 040.

 

«Castros de Leitura»

Localizada no Parque Nacional da Peneda Gerês, a aldeia de Castro Laboreiro apresenta um enorme valor arquitetónico e uma paisagem natural de tirar o fôlego. Desde sempre que os castrejos defendem os seus costumes e tradições e a necessidade de transparecer estes valores à comunidade prevalece. O projeto «Castros de Leitura» pretende assim envolver não só a comunidade local, mas todos os turistas que passam pela aldeia e que se deslumbram com a sua beleza natural, mas também com a simplicidade dos castrejos.

Castro Laboreiro pertence ao concelho de Melgaço e situa-se no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Possui um dos mais ricos patrimónios pré-históricos do país, que reúne gravuras e pinturas rupestres, 120 dólmenes (datados de há 5.000 anos) e cistas (monumentos megalíticos funerários).

A aldeia possui um património histórico e arquitetónico de grande riqueza, destacando-se um tipo próprio de construções castrejas: o Castelo de Castro Laboreiro – classificado como monumento nacional; a Igreja Matriz de Castro Laboreiro; o Pelourinho de Castro Laboreiro, datado do século XVI, classificado como imóvel de interesse público; igrejas medievais; os fornos comunitários; os espigueiros; e os moinhos.

Situada no extremo norte do Alto Minho e de Portugal, está no cimo da montanha, a mais de 1.000 metros de altitude, o que levou a que os castrejos defendessem os seus costumes e as suas tradições de todas as influências estranhas, e que ainda hoje persistem. Uma dessas tradições é a das inverneiras e das brandas. Em meados de dezembro, com a chegada do frio e dos nevões, as populações de Castro Laboreiro pegam nas suas roupas, utensílios caseiros e de lavoura e «tangendo o gado, migram em massa para os vales, onde possuem uma segunda casa e uma segunda aldeia» (Rocha, 1993, p. 127). E ficam na inverneira, abrigados do frio, até meados de março.

No Núcleo Museológico de Castro Laboreiro é possível conhecer os hábitos, costumes e tradições das gentes da terra. Terra das «viúvas dos vivos», nome a que os seus habitantes davam às mulheres cujos maridos, filhos e netos emigravam em busca de condições de vida melhores.

É uma região de grande beleza, serpenteada pelo Rio Laboreiro, que é atravessado por inúmeras pontes representativas das épocas romana ou medieval, das quais sobressaem a Ponte da Dorna, a Ponte da Capela, a Ponte Nova ou da Cava Velha e a Ponte Velha.

Castro Laboreiro é também conhecido pelo fumeiro e pelos enchidos, confecionados de forma tradicional, por mãos hábeis e com o saber de anos e anos.

O guardião desta localidade é o Cão de Castro Laboreiro, defendendo o gado do grande predador, o lobo ibérico. O cão é conhecido pela sua rusticidade, pelo caráter e pela nobreza desde tempos idos.