As quatro gerações e a visão do mercado laboral

A Hays, multinacional de recrutamento de profissionais qualificados, apresentou no seu mais recente estudo, «Talento Z: Os nativos digitais no mercado laboral», as perspetivas de quatro diferentes gerações que agora trabalham em conjunto: Baby Boomers, Geração X, Geração Y e Geração Z.

De uma forma clara, as perspetivas do mercado, a avaliação das chefias diretas e a valorização dos benefícios são distintas entre as gerações. Carlos Maia (na imagem), regional director da Hays Portugal, comenta: «Num mercado liderado pelo candidato, é crucial perceber quais são as perspetivas e as noções de cada geração. As empresas terão que criar politicas internas que vão ao encontro das necessidades de distintas gerações, de forma a conseguir reter e atrair os melhores talentos.»

Uma das primordiais conclusões do estudo é que nenhuma das gerações considera que as instituições de ensino preparam adequadamente os profissionais para o mercado de trabalho. E para além disso consideram que os alunos também não têm o contacto suficiente com as empresas. Carlos Maia assinala: «Sabemos que tem vindo a ser feito um esforço para estarem cada vez mais em contacto, mas continua a ser essencial que as empresas e as instituições de ensino estejam alinhadas para colmatar a desadequação de aptidões.»

A nível de perspetivas de um potencial empregador, os benefícios são bastante importantes para a atração e a retenção dos talentos, de uma forma transversal. Os Baby Boomers referem como os três principais benefícios o seguro de saúde (86%), a formação e as certificações (66%) e automóvel para uso pessoal (61%). A Geração X refere o seguro de saúde (88%), a formação e as certificações (80%) e a flexibilidade de horários (76%). Os millennials (Geração Y) referem também o seguro de saúde (82%), a formação e as certificações (79%) e a flexibilidade de horários (76%). E por fim, a Geração Z refere a possibilidade de trabalhar a partir de casa (72%), o seguro de saúde (72%) e flexibilidade de horários (70%). Para além disso, o bónus para conseguir atingir objetivos tem um impacto bastante positivo para as gerações X, Y e Z.

Ainda numa vertente de atração e retenção, de uma forma transversal, o que as gerações mais valorizam num potencial empregador passa por um bom ambiente de trabalho, a oferta salarial, a cultura empresarial, o plano de carreira e a solidez financeira.

Para além das empresas, as chefias diretas e os managers têm também um grande impacto direto nos colaboradores. Segundo o relatório, as gerações X e Y concordam em considerar que os seus superiores não têm as soft skills necessárias para desenvolver a função. Como justificação, descrevem que uma chefia ideal seria alguém motivador, justo, ético, transparente e experiente. Para além disso, as gerações X e Y consideram que as suas conquistas não são valorizadas pelas empresas.

Carlos Maia refere ainda: «Se os Baby Boomers encaravam uma chefia direta como um coordenador, as novas gerações procuram sobretudo um mentor. Alguém que os motive, que seja justo, ético e transparente. Começa a ser exigido outro tipo de acompanhamento das chefias diretas, e para as empresas que não compreendam esta nova realidade e não se adaptem poderá aumentar a dificuldade da retenção de talentos.»