Benefícios atribuídos pelas empresas em Portugal

O estudo «Total Compensation Portugal 2017», realizado pela Mercer | Jason Associates, que analisou 154.826 postos de trabalho em 333 empresas no mercado português, mostra os principais benefícios atribuídos em Portugal. Além da compensação salarial, grande parte das empresas no nosso país, atribui um pacote de benefícios extra e complementar aos seus colaboradores, de forma a garantir-lhes outras formas de compensação, que poderão ir ao encontro das suas expectativas e necessidades.

Desta forma, e segundo o estudo, 44% das empresas participantes concede aos seus colaboradores um plano de pensões, dos quais 21% são de beneficio definido e 40% de contribuição definida, sendo os restantes planos mistos (39%). Verifica-se que a maioria dos planos de benefício definido e mistos não prevê a atribuição de direitos adquiridos aos colaboradores antes da idade da reforma. Cerca de 30% dos planos prevê a antecipação da idade normal de reforma (66 anos). Nos planos que concedem benefícios de pré-reforma, a idade prevista varia entre os 50 e 62 anos.

Por outro lado, cerca de 47% das empresas participantes no estudo concedem aos seus trabalhadores um complemento de subsídio de doença, mais 10% face a 2016. Para a maioria das empresas que concedem este benefício, o valor pago pela empresa não ultrapassa os 35% do salário-base do colaborador. Tipicamente, as empresas que concedem este benefício não fazem discriminação por antiguidade ou por outro critério, atribuindo-o de igual modo a todos os colaboradores (83%). Das empresas participantes no estudo, 63% (mais 4% em relação ao ano 2016) assegura o pagamento dos três primeiros dias de baixa não comparticipados pela Segurança Social.

As empresas em Portugal oferecem ainda outros benefícios aos seus colaboradores, como os seguintes:

– Plano médico – A maioria das empresas participantes no estudo (93%) concede um plano médico aos seus colaboradores. O seguro de saúde para os colaboradores é muito frequentemente extensível aos familiares (registado em 63% dos inquiridos), considerando o cônjuge e filhos e incluindo coberturas de hospitalização, parto, medicamentos, assistência ambulatória, estomatologia, próteses e ortóteses. Na maioria das organizações, o custo para o colaborador é totalmente suportado pela empresa (76%). No entanto, para a extensão do benefício a cônjuges e filhos é mais frequente existir uma comparticipação do colaborador caso o mesmo a deseje.

– Seguro de acidentes pessoais e de vida – 50% da amostra atribui seguro de acidentes pessoais que inclui cobertura de assistência médica fora do país, roubo de bagagem, sinistros graves, catástrofes naturais, entre outros, sendo que para a maioria dessas empresas o capital seguro é variável, tendo maioritariamente como referência o salário-base (83% das observações). Quanto ao seguro de vida, 73% das empresas concede-o aos seus colaboradores. O seguro de vida típico concede coberturas complementares à cobertura de morte, particularmente invalidez (85%), morte em caso de acidente (82%) e invalidez em caso de acidente (73%).

– Férias, outros benefícios e educação – Cerca de 53% das empresas concede dias de férias extra (além do regulamentado por lei) aos seus colaboradores, o que representa uma diminuição de 4% em relação a 2016. Cerca de 18% das empresas participantes pagam as quotas dos colaboradores em alguma associação profissional (menos 3% face a 2016) e 11% pagam a mensalidade de alguma atividade desportiva. Em 35% das empresas participantes no estudo, as despesas associadas à educação dos colaboradores são asseguradas pela empresa (em média em cerca de 67% do custo total), estabelecendo em alguns casos um valor máximo limite. Cerca de 36% das empresas participantes atribuem subsídio escolar aos filhos dos colaboradores e cerca de 16% concede subsídios de creche.

– Subsídio de Refeição – Através deste estudo, foi possível apurar que o valor médio de subsídio de refeição, atribuído a cada colaborador, se situa nos 178 euros/ mês.

Empréstimos / Adiantamentos – 30% das empresas participantes no estudo (valor igual a 2016) referem que concederam empréstimos/ adiantamentos aos colaboradores, com as diversas finalidades: situações de emergência (95%); educação (29%); assuntos de carácter pessoal (28%); aquisição de computador pessoal (12%); despesas de hospitalização (63%); aquisição de viatura (15%); habitação (17%); outros (15%).

– Política Automóvel – A viatura é um benefício atribuído na maioria da amostra (91%). A viatura é atribuída maioritariamente para uso total (empresa e pessoal), sendo que para colaboradores que não possuem carro da empresa o valor médio pago por quilómetro se situa nos 36 cêntimos.

Para este estudo foram analisados 154.826 postos de trabalho em 333 empresas presentes no mercado português. A amostra é constituída por empresas multinacionais (63%) e empresas nacionais (37%). Relativamente às multinacionais estrangeiras, a sua maioria tem origem nos Estados Unidos (33%) e em França (13%).

A amostra inclui empresas de diferentes sectores de atividade, com uma maior representatividade dos sectores de serviços gerais, indústrias diversificadas, bens de consumo, hi-tech/ telecomunicações e serviços financeiros, com 80% da amostra. Verifica-se mais uma vez que a amostra reunida para o «Total Compensation 2017» é representativa dos principais sectores de atividade do tecido económico nacional, estando representados todos os relevantes.

Em relação ao volume de negócios, foi analisada uma amostra diversificada, estando representadas pequenas, médias e grandes empresas. O universo encontra-se, no entanto, repartido sobretudo entre as empresas com menos de 50 milhões de euros de faturação (59% da amostra) e mais de 100 milhões de euros de faturação (27% da amostra).

relativamente ao número de colaboradores, a amostra analisada é maioritariamente constituída por empresas de pequena e média dimensão com um quadro de pessoal inferior a 100 colaboradores (50% da amostra), sendo que 9% das empresas participantes detêm mais de 1.000 colaboradores. Em relação ao género da amostra analisada, regista-se uma ligeira prevalência do sexo masculino (54% masculino, 46% feminino), sendo que se situam na faixa etária entre os 26 e os 35 anos cerca de 24% das observações. A nível de antiguidade, verifica-se que a maior prevalência de ocorrências entre os quatro e os 11 anos de permanência na empresa (32%), sendo que cerca de 16% dos colaboradores têm uma antiguidade igual ou inferior a três anos. As habilitações literárias mais prevalentes são a licenciatura e o nível de ensino secundário, ambos com 35%.