Novas tecnologias e gestão das pessoas

É usual ouvirmos dizer que as tecnologias retiram espaço às pessoas nas empresas, mas é exatamente o contrário: a tecnologia cria condições para que as pessoas sejam mais pessoas e acrescentem mais valor aos processos em que intervêm.

Por Inês Ribeiro

 

De facto, as tecnologias estimulam a utilização por parte das pessoas de duas das suas capacidades mais distintivas – pensar e criar. Nas empresas em que as tecnologias são um recurso crítico, a consultoria de gestão e de recursos humanos deve por isso centrar-se no desenho e na implementação de ferramentas que potenciem a utilização dessas duas capacidades. O desafio é grande na medida em que as ferramentas implementadas devem ser consistentes com a visão e com a cultura da empresa, bem como com o modelo e os processos de negócio, e não apenas com os processos e com os sistemas em que as pessoas operam no dia-a-dia.

As dimensões estratégica e operacional devem por isso ser abordadas de forma integrada, particularmente quando o «pensamento» e a «criatividade» são fatores de produção com um impacto diferenciado na criação de valor, como sucede nas empresas onde a tecnologia representa um fator preponderante. Para isso, é fundamental que os consultores considerem os traços culturais da empresa, as diferenças de perceções e o compromisso, de modo a envolverem e a evidenciarem os contributos das pessoas para o resultado final, fazendo-as assim sentirem-se parte da solução entregue ao cliente. No fundo, o consultor deve ter presente ao longo do processo de consultoria que o que deixa na empresa vai ser operacionalizado por pessoas e vai estar ao serviço de pessoas.

 

 

»»» Inês Ribeiro (na imagem) é manager da Paradoxo Humano, uma consultora vocacionada para o desenvolvimento das empresas através das pessoas. No seu portefólio de clientes estão empresas de sectores como energia, indústria, engenharia e construção, financeiro, telecomunicações, tecnológico, turismo, auditoria e assessoria fiscal, transportes e administração pública. Conta com projetos realizados, em Portugal, Espanha, Cabo Verde, República do Congo, Argélia, Guiné Equatorial e Angola. Segundo os seus responsáveis, na consultora encara-se «a aprendizagem e o conhecimento como fatores críticos de sucesso e de sustentabilidade do desempenho económico e financeiro das empresas» e acredita-se que «inovação com valor, transferência de know-how, metodologias práticas, simples e testadas e relações duradouras e de confiança são mais-valias proporcionadas aos clientes».