A feira medieval regressa ao centro da cidade de Anadia já nos próximos dias 24 e 25, das 15 às 24 horas e das 10 às 23, respetivamente. Visa comemorar o feriado do concelho, que se celebra na quinta-feira da ascensão, ou «Dia da Espiga».
Por Mário Sul de Andrade
Como habitualmente, a Praça do Município, a Praça Visconde de Seabra e os arruamentos que para elas convergem serão o cenário privilegiado para as diversas atividades que preenchem o programa da feira, que terá início pelas 15 horas de quarta-feira, dia 24, sendo a organização da Câmara Municipal de Anadia. A leitura do auto de abertura da feira dará o mote aos comerciantes para iniciarem as suas atividades e proporcionará aos saltimbancos e aos menestréis um público ávido de animação. Fica assim criado o enquadramento para a recriação dos acontecimentos associados à crise de 1383-1385 e aos feitos de D. Nuno Álvares Pereira, à ascensão de D. João, Mestre de Avis, e às cortes de Coimbra, onde este último foi aclamado rei pelos três estados do reino. Este será o tema dominante dos dois dias de feira, durante os quais Viv’arte, Voix de Vile, Bombos de Santa Maria, Mozárabes, e Gambuzinos animarão os frequentadores das tendas e das tabernas com espetáculos de malabares, de música e de dança. Os artefactos, os comeres da região e os beberes da pipa serão, de resto, soberanos nesta festa dedicada ao vinho; e aguardam os forasteiros nos espaços entregues a juntas de freguesia, instituições particulares de solidariedade social (IPSS), mercadores e artesãos.
Tal como em 2016, a ópera cómica será o ponto alto da primeira noite de feira, cabendo à Ritornello – Associação Cultural apresentar «Pimpinone». Trata-se de um divertido intermezzo, composto por Georg Philipp Telemann e que conta a história de Vespetta, uma camareira em busca de um marido rico, que lhe garanta a independência. Vespetta trava conhecimento com o mercador Pimpinone, e depois de o convencer a dar-lhe emprego acaba por seduzi-lo e levá-lo ao casamento, argumentando estar em causa a sua reputação. Em palco estarão, assim, uma cantora/ atriz, um cantor/ ator e um figurante, acompanhados no desenrolar da trama pela Camerata Joanina, composta por António Ramos, Clara Dias, Sofia Grilo (violinos), Ricardo Mateus (violeta), Rogério Peixinho (Violoncelo), Samuel Pedro (contrabaixo), Rui Grenha (guitarra barroca) e Raquel Resende (cravo). Esta produção sobe à cena pelas 21H30, na Praça do Município, seguindo-se a teatralização dos acontecimentos que envolveram a Padeira de Aljubarrota e os soldados castelhanos, por ocasião da famosa batalha que opôs os exércitos de Portugal e de Castela.
No dia seguinte, e após a reabertura do mercado pelas 10 horas serão retomadas as festividades, estando prevista, uma hora depois, a realização do cortejo de D. João, regedor e defensor do reino, a receber o Duque de Lencastre, seu futuro sogro.
Tal como nas anteriores edições desta feira medieval de Anadia, os visitantes terão oportunidade de participar nas diversas atividades. Assim, no Centro Cultural de Anadia estarão disponíveis trajes da época que poderão ser envergados pelos interessados, e no recinto da feira haverá uma área destinada a jogos medievais.
Mais uma vez, a Câmara Municipal de Anadia conta nesta iniciativa com a colaboração das juntas de freguesia, de IPSSs e de outras entidades do concelho.
Nota: foto de Miguel Rolo