Diversidade de género na liderança

Um imperativo estratégico

Texto: Nuno Moreira Imagem: Freepik

Vários estudos internacionais de referência mostram uma correlação forte entre a presença feminina nos cargos de topo e um melhor desempenho financeiro. A pesquisa «Women in the Workplace 2024», da McKinsey, concluiu que organizações com maior representatividade de mulheres em funções de C Level têm 25% mais probabilidade de registar lucros acima da média face aos concorrentes. De igual modo, um relatório abrangente do Credit Suisse (que analisou 3.000 empresas em 40 países) verificou que empresas com mais mulheres nos conselhos de administração apresentam retornos sobre o capital próprio mais elevados e melhor valorização das ações em bolsa, e distribuem dividendos superiores em comparação com aquelas com liderança exclusivamente masculina. Embora cada estudo tenha a sua metodologia, a mensagem convergente é clara: mais diversidade de género no topo tende a significar melhor performance organizacional.

Importa frisar que correlação não prova causalidade, mas os investigadores apontam várias razões plausíveis para este «prémio da diversidade». Equipas de gestão com maior equilíbrio de género beneficiam de uma diversidade de competências e perspetivas, o que potencia inovação e tomada de decisão mais eficaz. Por outras palavras, empresas que cultivam a meritocracia inclusiva (em vez de desperdiçarem talento devido a preconceitos) tendem a ultrapassar as concorrentes, algo que se reflete no desempenho financeiro no longo prazo.

Portugal tem registado alguns avanços nos últimos anos, mas o ritmo tem sido glacial. Desde 2017, a proporção de mulheres tanto em cargos de gestão como de liderança aumentou apenas cerca de um ponto percentual. Uma evolução modestíssima, tendo em conta os esforços de sensibilização e as iniciativas de diversidade desta década. Notavelmente, a dimensão da empresa parece influenciar o grau de desigualdade: quanto maior a organização, menor tende a ser a percentagem de mulheres em funções de chefia. Nas grandes empresas a disparidade de género é mais vincada; mesmo empregando, em média, mais mulheres, poucas chegam a lugares de decisão.

Entre os fatores que explicam esta realidade estão obstáculos estruturais e culturais bem conhecidos. As mulheres continuam a enfrentar o chamado «teto de vidro», que dificulta o acesso aos patamares hierárquicos superiores. A isto somam-se vieses inconscientes e estereótipos de género (por exemplo, em torno de estilos de liderança, «masculino» versus «feminino»), práticas de recrutamento e avaliação pouco inclusivas e a dificuldade de conciliação entre carreira e vida familiar, que recai desproporcionalmente sobre as mulheres, sobretudo em idades chave para progressão na carreira. Em Portugal, muitas líderes em potencial esbarram ainda na escassez de modelos femininos em certos sectores (indústria, energia, construção, logística, entre outros, tradicionalmente dominados por homens) e na falta de redes de mentoria/ sponsorship que as ajudem a progredir.

Em suma, os dados confirmam o que a intuição já sugeria: fomentar a diversidade de género nas lideranças não é apenas uma questão ética ou de imagem corporativa, é também uma aposta na rentabilidade e na sustentabilidade do negócio.

A Stanton Chase acompanha esta evolução há mais de três décadas. Integrada no leque das 10 maiores multinacionais de executive search a nível mundial e com presença em mais de 45 países, atua em Portugal desde 2010, com especialização em recrutamento de executivos, avaliação de liderança e desenvolvimento de talento. Trabalha com boards e direções de recursos humanos de empresas nacionais e internacionais (incluindo cotadas no PSI e do universo S&P 500), na construção de equipas executivas equilibradas, preparadas e alinhadas com as exigências do futuro.





Nuno Moreira
, Managing Partner da Stanton Chase Portugal


A Stanton Chase tem uma equipa de dezena e meia de consultores especializados, com escritórios em Lisboa e no Porto e cerca de uma década e meia de atividade no mercado nacional. É reconhecida pelo seu verdadeiro conhecimento de vários sectores de atividade, pela competência da sua equipa e pela profundidade e rigor da metodologia de pesquisa que utiliza. Têm sido estes fatores, em conjunto com uma forte orientação para o cliente, que transformaram a Stanton Chase Portugal num dos top 5 players deste mercado e líderes em número de projetos em diferentes sectores. Com mais de 80 escritórios em 49 países, a Stanton Chase Internacional é uma das 10 maiores empresas de executive search no mundo, o que permite garantir a pesquisa de profissionais a nível global e lhe dá acesso ao apoio de equipas internacionais especializadas em diferentes sectores.

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