Num mercado de trabalho em que a competição por talento qualificado está mais acesa do que nunca, as empresas têm a necessidade cada vez maior de aproveitar todos os palcos para se destacarem e potenciarem o seu employer branding, isto é, a forma como se apresentam enquanto empregadoras.
Texto: Rita Oliveira Imagens: DR
A questão vai muito além do salário e dos benefícios monetários, pois inclui a cultura, os valores e, principalmente, a perceção que os potenciais colaboradores têm da marca. Consiste, portanto, na reputação que uma entidade tem enquanto local de trabalho.
Mas como é que uma empresa se consegue distinguir das restantes durante o verão? Onde é que as marcas encontram um espaço privilegiado para impactar positivamente um público jovem, criativo, digital e atento a temas como diversidade, propósito, inovação e sustentabilidade? A resposta reside num ambiente descontraído e propício ao contacto, à experimentação e à descoberta. E, para isto, nada melhor do que um festival de música.
Os festivais são fonte de alegria, diversão e experiências únicas, ou seja, o cenário ideal para uma marca mostrar os seus valores e a sua energia. Ao estarem presentes no mesmo espaço que os mais jovens, as empresas garantem tanto a visibilidade mediática, como a aproximação ao público que, no futuro, poderá querer fazer parte da sua equipa.
A integração de uma entidade num festival de música transmite, de imediato, uma imagem de dinamismo e espírito jovem. Para muitos, é sinal de que a empresa valoriza um bom equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal, cultivando um ambiente com o qual as novas gerações se identificam: descontraído, aberto a novas experiências e próximo dos interesses de quem lá trabalha. Este pressuposto tem uma enorme influência na perceção da marca, por representar um ambiente de trabalho que incentiva momentos de convívio e aposta no bem-estar.
Segundo o estudo «Brand Monitoring», da MediaMonitor (ver aqui), divulgado pela Marktest e referente a 2024, as marcas que organizam festivais, como NOS, Vodafone, MEO ou Super Bock, registaram nesse ano retornos financeiros entre 10 e 30 milhões de euros, decorrentes do impacto mediático. Já as empresas que se associaram a esses mesmos festivais obtiveram, no total, um retorno superior a 134 milhões de euros. Estes valores evidenciam que os eventos de verão não são apenas entretenimento. Trata-se de um terreno fértil para estratégias de comunicação, visibilidade e, sobretudo, employer branding. A ligação emocional criada neste contexto é verdadeiramente significativa, transmitindo dinamismo, proximidade, diversão e inovação.
Há ainda uma outra vantagem: o facto de se tratar de uma oportunidade pouco explorada. Muitas empresas ainda encaram a presença em festivais apenas como uma ativação de produto ou marketing comercial, esquecendo-se de que estão, ao mesmo tempo, a comunicar a sua cultura e, possivelmente, a reforçar a sua marca empregadora. E este é o grande desafio: transformar os festivais num espaço seguro para apresentar a proposta de valor da entidade.
Assim, no próximo verão, quando os primeiros acordes ecoarem num festival, as marcas terão novamente a oportunidade de mostrar que, mais do que vender, sabem inspirar. E, claro, referimo-nos a uma oportunidade que não pode ser desperdiçada, por ser uma das chaves para atrair e reter o talento.
Rita Oliveira, Chief Executive Officer (CEO) da Shift Your Branding Agency
A Shift Your Branding Agency foi criada há 25 anos por Rita Oliveira. É uma agência de branding que faz da sua missão criar marcas impactantes em Portugal e além fronteiras, para além da promoção da identidade de Portugal a nível global. A empresa privilegia a posição estratégica do país junto ao Oceano Atlântico, considerando-a um poderoso ativo de branding, sobretudo se pensarmos na chamada Economia azul e no aproveitamento do património marítimo de Portugal.