Consultoria RH

A inteligência artificial está à porta. E agora?

Texto: Artur Félix Imagem: Freepik

Estamos atualmente num ponto semelhante relativamente à inteligência artificial (IA). Esta já está presente no nosso dia-a-dia, ajudando-nos a escrever textos, gerir agendas, gerar ideias. Ajudando-nos a aprender e muitas outras coisas na nossa vida pessoal e nas nossas organizações.

A IA é algo que está aí e está a mudar o mundo mais rápida e profundamente do que a Internet o fez nas últimas décadas, e a um ritmo maior do que aquele que a espécie humana tem capacidade para mudar.

Este processo de mudança é inevitável e as organizações que singrarão no futuro serão aquelas que tiverem a capacidade de tirar partido das possibilidades oferecidas pela IA, transformando-as em ganhos de produtividade e criação de valor.

Mas continuar a fazer o mesmo passando a utilizar uma nova tecnologia não permitirá obter resultados muito diferentes.

À semelhança de outros processos de transformação recentes desencadeados pela adoção de tecnologia, as organizações têm de pôr em causa os seus processos, o modelo organizativo, as funções e atribuições dos seus colaboradores para que consigam alcançar benefícios significativos na adoção da IA.

No entanto, para que esta adoção se materialize em resultados sustentados, há alguns aspetos críticos a ter em consideração.

A nossa experiência nos domínios do desenvolvimento organizacional e da gestão da mudança levaram-nos a identificar quatro fatores chave para que processos de transformação desta natureza sejam bem sucedidos, nomeadamente:

1. Existência de «campeões» – O facto de na organização existirem entusiastas da adoção da IA, que estudam o tema, conhecem as ferramentas e têm ideia de como as utilizar naquele contexto específico é crucial para que se encontre os campos de aplicação mais vantajosos, os novos processos e o modelo organizativo. Durante o processo de mudança, estes colaboradores desempenham um papel importante enquanto agentes de mudança.

2. Desenvolvimento de competências – A preparação dos colaboradores para o desempenho das novas funções e a utilização de novas ferramentas deve ser algo encarado como um processo contínuo. A tecnologia evolui a um ritmo acelerado e estão permanentemente a surgir novas necessidades.

3. Medição do impacto – É importante medir os resultados alcançados e não apenas o nível de adoção. Para tal, há que definir as métricas adequadas aos resultados pretendidos e medir continuamente de modo a conseguir ir fazendo os ajustes necessários e alcançar os benefícios desejados.

4. Promoção da adoção – Incentivar e promover as mudanças e os comportamentos que geram impacto positivo passa por introduzir nos sistemas de gestão do desempenho ajustes, alinhando-os com os objetivos e os contributos esperados pelos diversos níveis/ funções da organização.

Como em qualquer processo de mudança, importa não esquecer que uma organização é composta por pessoas, pelo que a tecnologia só funciona se estas a utilizarem.

Isto significa que é necessário que as pessoas vejam para além da ferramenta que lhes é disponibilizada e entendam o valor acrescentado – o que ganhamos individual e coletivamente.

Independentemente de se estar a dar os primeiros passos tendo em vista a utilização de IA ou de já ir avançado no processo de adoção, este é um território desconhecido para todos.

É importante manter o interesse e a curiosidade, desafiar-se, testar novas ideias e procurar aplicá-las.

Destaque

Este processo de mudança é inevitável e as organizações que singrarão no futuro serão aquelas que tiverem a capacidade de tirar partido das possibilidades oferecidas pela IA, transformando-as em ganhos de produtividade e criação de valor.





Artur Félix
, Partner da Blink Consulting


Empresa de consultoria especializada no trabalho com pessoas dentro das organizações, a Blink Consulting assume-se como agente catalisador e facilitador de processos de mudança/ desenvolvimento das organizações e dos seus recursos humanos. Atua de forma sistémica, valorizando o conhecimento do negócio dos seus clientes, integrando nas intervenções que realiza os seus objetivos estratégicos e organizacionais.

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