José  Crespo de Carvalho, do Iscte Executive Education

«A diversidade internacional amplia a aprendizagem.»

Texto: Redação «human» Foto: DR

Como comenta em geral a presença do Iscte Executive Education neste ranking nos últimos anos?

Temos assistido a um percurso de consolidação e afirmação internacional. No Financial Times EMBA 2025, o nosso Executive MBA deu um salto de 11 posições, alcançando a posição 81 mundial e a 38 na Europa – o maior crescimento entre as escolas portuguesas neste ranking. É o terceiro ano consecutivo em que o Iscte Executive Education integra o top 100 mundial dos MBAs Executivos, o que reflete a consistência do nosso trabalho e o reconhecimento internacional do impacto que os nossos programas têm na carreira dos participantes. E em 2025, o Financial Times classificou o nosso Executive MBA como dos melhores do mundo no ensino das componentes ambientais, sociais e de governance, um grande motivo de orgulho.
No QS Executive MBA 2025 mantivemo-nos entre os 50 melhores da Europa, ocupando o lugar 44 entre 205 programas avaliados globalmente. Destacámo-nos particularmente nos indicadores Career Outcomes (com 86,3%) e Executive Profile (com 72,8 %) – ambos claramente acima da média global. Estes resultados validam uma visão muito clara: a de que a formação executiva deve gerar transformação real – não apenas títulos, mas líderes mais conscientes, humanos e impactantes nas suas organizações.

Que estratégia tem seguido a escola nos seus programas e como tem sido refletida essa estratégia nos indicadores destacados?

Temos seguido uma estratégia assente em três pilares: internacionalização, abertura de catálogo e soluções corporate. Não deixando de apostar na inovação pedagógica e numa clara ligação ao mercado. Acreditamos que uma escola executiva não pode ser apenas uma instituição de ensino – deve ser um espaço vivo de experimentação e cocriação de conhecimento com o tecido empresarial.
A inovação manifesta-se na forma como redesenhamos os programas para responder aos novos desafios das lideranças – desde a transição digital e sustentabilidade até à comunicação e à cultura organizacional. A ligação ao mercado traduz-se na proximidade constante com empresas e parceiros estratégicos, que participam ativamente na definição de conteúdos e experiências. E a internacionalização é hoje uma consequência natural: temos participantes e docentes de vários países, e o selo dos rankings internacionais confirma essa vocação global.

O reflexo disso está nos indicadores que mais valorizamos: empregabilidade, progressão de carreira e satisfação dos participantes. O nosso Executive MBA é hoje visto não apenas como uma formação, mas como uma verdadeira experiência transformacional.

Como convive a escola com um mundo corporativo pleno de desafios e mudanças?
Diria que convivemos com esse mundo através de escuta e adaptação constantes. A velocidade das mudanças é tal que já não basta antecipar – é preciso estar dentro do próprio movimento. O Iscte Executive Education é, por natureza, um espaço de diálogo com o mundo real.

O nosso papel é ajudar líderes e equipas a traduzir a complexidade em clareza, e a incerteza em ação estratégica. Criamos programas e experiências que integram a componente técnica e humana, porque acreditamos que o futuro da gestão não está só na análise de dados ou em algoritmos, mas também na empatia, na capacidade de mobilizar pessoas e de criar sentido coletivo.
Vivemos com o mercado, aprendemos com ele e devolvemos conhecimento em tempo real. É assim que nos mantemos relevantes.

E a relação com a diversidade de gerações no mercado de trabalho, com impactos tão significativos?

A diversidade geracional é, para nós, uma oportunidade extraordinária. Temos em simultâneo no mercado profissionais de quatro gerações, com visões, valores e linguagens próprias. Isso cria desafios de liderança, mas também uma riqueza sem precedentes.

Nos nossos programas, procuramos cruzar essas gerações intencionalmente. Um executivo sénior traz experiência e visão estratégica; um líder mais jovem traz frescura, agilidade e um olhar digital. Quando estas dimensões se encontram, surge a verdadeira inovação.

Mais do que ensinar a, entre aspas, gerir gerações, trabalhamos competências de escuta ativa, empatia e adaptação de estilo – porque são essas as ferramentas que permitem liderar equipas diversas com coerência e propósito.

Quão importante é a presença de estudantes de outros países nos vossos programas?

É absolutamente essencial. A diversidade internacional é uma força que amplia a aprendizagem. O facto de termos participantes de vários países – da Europa, da América Latina, de África e, mais recentemente, da Ásia – faz com que cada sala de aula seja um microcosmos global.

Mais do que partilhar conhecimento, vivemos um intercâmbio cultural que enriquece todos: docentes e participantes. Esta presença estrangeira é também um sinal do reconhecimento que o Iscte Executive Education tem vindo a conquistar como escola de referência no espaço europeu e lusófono.

O ensino executivo é, por natureza, global. As lideranças de hoje precisam de pensar em várias línguas, culturas e fusos horários. E é essa experiência internacional que procuramos proporcionar.

Que apostas têm feito ao nível do corpo docente?

A nossa aposta tem sido clara: docentes com pensamento académico sólido e experiência real nas áreas de atuação. Trabalhamos com professores que combinam a ciência com a prática empresarial, e isso faz toda a diferença.

O corpo docente do Iscte Executive Education é hoje um dos mais experientes e diversificados no panorama nacional, com docentes portugueses e estrangeiros que estão em contacto direto com empresas, conselhos de administração e projetos transformacionais.

Além disso, temos vindo a investir na formação contínua dos nossos próprios professores, em metodologias de ensino inovadoras e no uso inteligente da tecnologia – não para substituir o humano, mas para o amplificar.

Como se perspetiva uma academia para o futuro, para desafios que se apresentam por vezes tão rapidamente e ao mesmo tempo mantendo uma coerência com o seu percurso?

A academia do futuro será híbrida: digital e humana, global e local, tecnológica e ética. A coerência com o percurso não significa rigidez – significa fidelidade à missão, que no nosso caso é clara: formar líderes conscientes e preparados para transformar organizações e a sociedade.

Os desafios mudam todos os dias, mas a nossa identidade permanece. O futuro da educação executiva será menos sobre ensinar e mais sobre capacitar para aprender continuamente, num mundo em que o conhecimento se renova a cada minuto.

O Iscte Executive Education quer estar na vanguarda dessa transformação – mantendo o rigor académico que nos caracteriza, mas com a agilidade e a proximidade que o mercado exige.

O que é que marca o sucesso do O Iscte Executive Education, para além dos resultados dos rankings?

Gostaria de sublinhar que o sucesso de uma escola executiva não se mede apenas em rankings, mas na relevância e no impacto humano que deixa. Cada participante que termina um programa leva consigo mais do que ferramentas: leva um novo olhar sobre a liderança, sobre si próprio e sobre o papel que desempenha na sociedade.

Os rankings são importantes – e orgulhamo-nos de estar entre as melhores escolas do mundo –, mas a verdadeira medida do nosso trabalho é o que acontece depois: quando os nossos participantes transformam as suas empresas e as comunidades onde atuam. É aí que está o sentido do que fazemos todos os dias.

»» José Crespo de Carvalho é presidente do Iscte Executive Education, que foi a primeira escola de negócios de formação de executivos, associada a uma universidade, a nascer em Portugal, em 1988. Facto construído, entre outros, pela figura incontornável de Eduardo Gomes Cardoso. É com a história e com a experiência que procura criar futuro. Acreditam os seus responsáveis que se trata da primeira escola na forma de fazer singular e em variadas áreas do conhecimento; a primeira na maneira como co-desenha programas e como se relacionamos com as empresas e os seus participantes e, assim, entrega; a primeira na ligação à imensa base empresarial real, e a primeira no lado aplicacional que a caracteriza. E é esse lado aplicacional que leva à assinatura «Real-Life Learning».

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