Com uma verdadeira revolução na equipa de talent acquisition, adotando metodologias Agile, a Celfocus é um verdadeiro exemplo de como a cultura tech pode ser transversal e agilizar os diferentes departamentos de uma organização. Sónia Vasconcelos, head of people da empresa, fala-nos de toda esta mudança, que não se limitou a novas ferramentas ou processos: representou uma transformação cultural.
Texto: Redação «human» Foto: DR
Que proposta de valor tem a Celfocus para o mercado?
A nossa proposta de valor é acrescentar valor a todos os stakeholders, como foco no negócio dos nossos clientes. Queremos contribuir para negócios mais competitivos e sustentáveis, que transformem os dados em valor acrescido. Desde a identificação dos dados à criação dos mecanismos e das infraestruturas que assegurem a sua qualidade e a usabilidade, até à identificação de informação acionável. Fazemo-lo através de Analytics, Machine Learning e inteligência artificial (IA), para promover melhores decisões e otimizar operações. Ajudamos os nossos clientes a passarem de comportamentos reativos para proativos, simplificando e automatizando processos, melhorando a produtividade e prevendo/ prevenindo erros, com o objetivo de tornar as operações cada vez mais robustas e eficientes, reduzindo significativamente a intervenção humana.
O que significa para a empresa a rápida inovação tecnológica a que temos assistido?
Representa, simultaneamente, oportunidade e responsabilidade. Por um lado, oportunidade de explorar novas tecnologias para criar impacto real nos negócios dos nossos clientes, no desenvolvimento e na realização dos nossos colaboradores, na sociedade e nas pessoas em geral. Por outro, traz consigo a responsabilidade de o fazer de forma ética, sustentável e humana.
A velocidade da inovação obriga-nos a adotar uma cultura ágil, flexível e aberta à aprendizagem e à experimentação, em todas as áreas da Celfocus.
Do ponto de vista do negócio, a rápida inovação tecnológica é sempre uma oportunidade para a Celfocus. É com base nessas evoluções tecnológicas que os desafios dos nossos clientes surgem, e onde o nosso compromisso com o conhecimento e com a engenharia, nos permite desenvolver projetos verdadeiramente inovadores, assentes em casos de uso reais, com impactos diretos no negócio do cliente e na valorização das nossas pessoas.
Como têm aproveitado a inovação para gerar valor na vossa atividade?
A inovação digital é o ADN da Celfocus. É a nossa aposta para criar impacto no negócio dos nossos clientes e para atrair e desenvolver o melhor talento.
Através do posicionamento «Making Data Actionable», a Celfocus ajuda as empresas a alavancar os seus dados de novas formas, evoluindo para operações inteligentes/ autónomas, reduzindo custos, tomando decisões cada vez mais acertadas e adaptadas aos contínuos desafios do mercado e libertando as pessoas de tarefas repetitivas e rotineiras, focando-as em atividades mais recompensadores e de maior valor acrescentado.
«A inovação digital é o ADN da Celfocus. É a nossa aposta para criar impacto no negócio dos nossos clientes e para atrair e desenvolver o melhor talento.»
No caso particular dos recursos humanos, o que tem trazido a tecnologia nos últimos tempos?
A tecnologia tem permitido desmaterializar e automatizar um conjunto de tarefas, tornando os processos mais consistentes e eficientes e o trabalho mais gratificante.
Tem ainda aumentado a qualidade e a celeridade das decisões, ao democratizar o acesso imediato a informação curada, a quem dela necessite.
Do ponto de vista do colaborador, a tecnologia melhora a experiência, ao facilitar a interação com os diversos processos e as equipas, nos momentos mais significativos na vida das pessoas.
Crê que os impactos vão ser realmente significativos na gestão das pessoas? Ou já estão a ser?
Sem dúvida, em particular no que diz respeito ao desenvolvimento do talento necessário à prossecução da estratégia e dos objetivos. A possibilidade de cruzar informação de qualidade, proveniente de fontes diversas, de forma expedita e segura, permitir-nos-á alinhar necessidades, competências e motivações, respondendo melhor às expectativas das diferentes partes interessadas. Seja quem procura talento para integrar nas equipas, seja quem procura oportunidades de crescimento e desenvolvimento.
Por outro lado, a IA, ao assumir parte do trabalho, permitir-nos-á investir em competências humanas como o pensamento crítico, a criatividade, a agilidade emocional ou uma liderança mais consciente, essenciais ao desenvolvimento sustentável das empresas e da sociedade.
Quais são as principais mudanças que antevê?
Há profissões que vão deixar de existir e aparecerão outras, pelo que é premente preparar planos de requalificação acessíveis a quem possa ter o seu emprego comprometido. E é preciso comunicar, falar sobre estas alterações de forma clara e objetiva.
Mesmo as profissões que continuem a existir, vão sofrer alterações, que obrigam ao desenvolvimento de novas competências. Em linguagem corrente estamos a falar de programas de upskilling e reskilling, estruturados e adaptados a diferentes necessidades.
É também necessário que as crianças sejam preparadas desde muito cedo para compreender e usar a tecnologia, de forma segura, adequada e universal.
É possível imaginar um mundo do trabalho daqui, por exemplo, a cinco ou seis anos? Ou os desenvolvimentos tecnológicos e a sua velocidade podem aconselhar a ter alguma precaução ao traçar cenários?
Gosto de acreditar que trabalho vai ser mais recompensador, seja porque será mais interessante, seja porque vai estar mais assente em competências sociais e humanas, ou porque se torna mais leve, ao proporcionar mais tempo e energia para outras atividades.
Porém, o desenvolvimento tecnológico traz uma série de preocupações éticas, que não podem ser negligenciadas. O poder da tecnologia é muito elevado, para o bem e para o mal. Encontrar mecanismos de regulação para uma utilização responsável é crítico. Nos tempos que correm, as incertezas e as ambiguidades são muitas.
Numa perspetiva menos positiva, há movimentos controversos que defendem o aumento significativo das horas de trabalho como uma inevitabilidade para o sucesso das empresas, em particular das que operam em indústrias mais competitivas, como as tecnológicas. Um exemplo, é o «996», com horário de trabalho das 9am às 9pm, seis dias por semana. Com origem em 2019, na China, chegou a ser adotado por múltiplas empresas, tendo sido declarado ilegal em 2021. Porém, há cada vez mais empresas nos Estados Unidos a adotar este modelo para aumentar a produtividade em resposta à evolução cada vez mais acelerada da tecnologia, num mercado extremamente competitivo.
«Entendermos o desenvolvimento das pessoas como alavanca para resultados mais positivos e sustentáveis traduz-se numa Celfocus mais resiliente e num relacionamento mais forte e duradouro com clientes, colaboradores e restantes stakeholders.»
Quais são os seus principais desafios na Celfocus, em gestão, em liderança?
Equilibrar o foco no crescimento do negócio e nos resultados financeiros com o investimento no desenvolvimento e no bem-estar dos colaboradores.
Acreditando que são os desafios diários do negócio que mais contribuem para desenvolver as nossas pessoas, queremos construir um ambiente propício ao crescimento individual e coletivo, assente numa cultura de valor, aprendizagem contínua, confiança, autonomia e responsabilidade.
Entendermos o desenvolvimento das pessoas como alavanca para resultados mais positivos e sustentáveis traduz-se numa Celfocus mais resiliente e num relacionamento mais forte e duradouro com clientes, colaboradores e restantes stakeholders.
Que pessoas procuram para trabalhar convosco?
Procuramos pessoas com forte apetite tecnológico e de aprendizagem constante, capazes de atuar em projetos complexos e globais. Para tal, a Celfocus incentiva a curiosidade, o trabalho colaborativo, o compromisso com a entrega e com o valor gerado para o cliente, o desenvolvimento pessoal e dos outros, a abertura a contextos multiculturais e a disponibilidade para experiências em diferentes geografias.
Atualmente, estamos muito atentos a perfis de topo como Data Architects, Cloud Engineers, Enterprise Architects, Solution Leads, Product Owners e Program Managers. Uma vez que são funções críticas para acelerar a transformação digital dos clientes, liderar equipas multidisciplinares e garantir inovação sustentada em áreas como Data & Analytics, Cognitive Automation e Digital Experiences.
Pode dar-nos alguns números da empresa, sobretudo de colaboradores e presença noutros mercados?
A nossa equipa tem neste momento cerca de 1.600 pessoas, distribuídas por várias geografias, entre a Europa e o Médio Oriente, envolvidas em projetos internacionais de elevada complexidade tecnológica. Trabalhamos em múltiplas time zones e em ecossistemas multiculturais, o que reforça a necessidade de uma cultura forte de colaboração, confiança e aprendizagem contínua.
«Portugal está cada vez mais posicionado como um hub tecnológico europeu, com talento qualificado, foco na inovação e capacidade de atrair profissionais internacionais.»
As novas gerações no mercado implicam um novo olhar vosso enquanto empresa?
As novas gerações trazem consigo novas expectativas em relação ao propósito do trabalho, à flexibilidade e ao equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional. Também valorizam ambientes colaborativos, diversidade e oportunidades de desenvolvimento contínuo.
Na Celfocus procuramos responder a estas motivações através de uma cultura de proximidade e escuta ativa. A nossa equipa de gestão de pessoas e comunicação tem um papel fundamental nesse processo, promovendo conversas regulares para compreenderem as alegrias, as frustrações e as aspirações de cada pessoa. Essa ligação permite-nos ajustar práticas e criar oportunidades que conciliem as expectativas individuais com as necessidades do negócio, reforçando o compromisso de que cada colaborador se sinta parte de um projeto com significado.
E Portugal, como vê o nosso país como lugar de trabalho e de utilização da tecnologia? E como ponto de contacto com o mundo?
Portugal está cada vez mais posicionado como um hub tecnológico europeu, com talento qualificado, foco na inovação e capacidade de atrair profissionais internacionais. É um ponto de contacto privilegiado entre diferentes mercados.
Vejo Portugal como o ecossistema ideal para atrair e desenvolver as pessoas que melhor se adaptam à cultura e estratégia da Celfocus, ao qual acresce a nossa proposta de valor clara e distintiva, construída a partir dos nossos pontos fortes, como seja a inovação tecnológica e o foco no cliente.
Há algum aspeto adicional que queria referir?
Gostaria de destacar que o maior ativo da Celfocus são as suas pessoas. É através delas que conseguimos reinventar práticas, e transformar desafios em oportunidades.
O futuro vai exigir cada vez mais rapidez, adaptabilidade e capacidade de alinhar talento com tecnologia. Estamos convictos de que, com a cultura certa e com equipas que experimentam, colaboram e aprendem todos os dias, a Celfocus continuará a estar na linha da frente da inovação e na capacidade de adicionar valor ao negócio dos clientes.
—
»» Sónia Vasconcelos, head of people da Celfocus, empresa europeia que desenvolve soluções de tecnologias de informação (TI) e integração de sistemas, que promovem e aceleram a transição digital dos seus clientes, contribuindo de forma decisiva para o crescimento sustentável dos respetivos negócios. Para tal, aposta na valorização dos seus dados, concretizando o potencial da interação entre capital humano e inteligência artificial (IA), nas áreas de Analytics, Machine Learning, Cognitive e Automation. Com experiência sólida em sectores como as Telecomunicações e os Serviços Financeiros, tem desenvolvido mais recentemente soluções de TI para Retalho, Energia & Utilities e Indústria Farmacêutica. Tem clientes em mais de 25 países. Foi fundada em 2000 como uma joint venture entre a Novabase e a Vodafone Portugal, sendo hoje totalmente detida pela Novabase. Neste percurso, a Celfocus tem-se destacado pela capacidade de inovação, aprendizagem e adaptação, sempre com o propósito de usar a tecnologia e as pessoas na antevisão das necessidades dos clientes.