Margarida Segard

Competências para todos na sociedade 5.0

Alguns estudos internacionais focados na competitividade empresarial indicam que  80% do  valor das empresas está no capital humano (e não na tecnologia ou no investimento financeiro) e que os processos de transformação digital (e de modelo de negócio) que falharam foi devido, em primeiro lugar, à ausência de governance e, em segundo, à inexistência de capital humano capacitado (e não por falta de tecnologia nem de investimento financeiro).

Texto: Margarida Segard Foto: Freepik @Gpointstudio

Inúmeros são os estudos internacionais, sectoriais e de caso, com conclusões similares: sem pessoas capacitadas não conseguimos «crescer», sem modelos de governance robustos e holísticos não conseguimos «dar o salto» da mudança, nem tão pouco da  transformação.

A mudança e a transformação fazem-se top down com lideranças musculadas, mas sobretudo comprometidas e inclusivas que consigam abraçar os desafios da competitividade e da globalização, da digitalização e da sustentabilidade, com «um abraço tão largo» que tem de envolver e empoderar todos, todas as pessoas. Só com dinâmicas  de transformação bottow up e inclusivas conseguirão as empresas ser mais competitivas, fazer mais e melhor, mais rápido. «Better and Faster», o lema da nossa comissária europeia, e muitos unicórnios, start ups e empresas inovadoras.

Só com estratégias que apostem nas pessoas, no propósito e no impacto conseguirão as empresas gerir, atrair e manter o seu capital humano, um capital mais feliz e mais humanizado. Compromissos sérios e responsáveis, com impactos trabalhados e bem geridos, fidelização das pessoas e do seu crescimento pessoal e profissional, capazes de integrar a tecnologia, inovar produtos e serviços, melhorar resultados e crescer no mercado.

Refiro-me às empresas da sociedade 5.0: aplicação de tecnologia de ponta e inteligência artificial (IA)  na melhoria da qualidade de vida e no bem-estar das pessoas (felicidade), incluindo trabalhadores, fornecedores, clientes, comunidade local e sociedade.

As responsabilidades e os impactos empresariais alargaram-se, deixaram de estar viradas para «o umbigo de cada empresa» e passaram a externalizar-se: falamos agora de ESG (environment, social and governance), que «salta» de apenas reportings obrigatórios para demonstração de evidências, due diligence, validadas, auditadas e comprovadas até por entidade terceiras (como o ISQ, certificado pelo ICMA, e outras internacionais).

Nos fatores de fidelização de talentos e nos fatores críticos de competitividade e sustentabilidade está, no pódio, a aprendizagem, com novas experiências, novos projetos, novos percursos de formação.

Neste contexto, a formação em competências digitais para a indústria 4.0 – não apenas competências de IT (tecnologias de informação) –, sustentabilidade e eficiência energética, finanças sustentáveis, torna-se obrigatória para todos, todos os colaboradores, desde o chief executive officer (CEO) até aos operadores. Todos temos de fazer algum processo de unlearn com humildade e assumir que precisamos de upskilling «como de pão para a boca», nas mais diversas áreas técnicas. E, no caso de grandes empresas ou de empresas influencers de uma cadeia de valor ou de cluster, esse processo deverá alargar-se aos fornecedores e à network de empresas que vendem, instalam e promovem os seus serviços ou bens.

Nesta nova sociedade 5.0, com exigências ESG para bem do planeta e das pessoas, as empresas ganham novas responsabilidades de formar, de capacitar talentos (internos e externos) em cinco áreas de competências must be: liderança, soft skills, digitais 4.0, «verdes e de sustentabilidade» e técnicas (high tech e medium tech). Devemos fazer upskilling para as power skills da sociedade 5.0, na qual ninguém fica para trás e todos precisam de upskilling.

É uma responsabilidade de todas as empresas, de todas as organizações inovadoras, inclusivas, sustentáveis e competitivas.

No ISQ Academy damos este apoio a todas as empresas e organizações que invistam nas power skills, em modelos holísticos, flexíveis, com microcredenciais e monitorização dos impactos.

Margarida Segardd
Diretora da ISQ Academy


A ISQ Academy presta serviços de consultoria de recursos humanos, técnica e de formação focados na melhoria das competências e na performance dos quadros das empresas e indústrias, na qualificação e na certificação de pessoas, na gestão de sistemas e de talentos e na melhoria de processos e de sistemas integrados de gestão. Desde a década de 1970 prestamos serviços de formação respondendo proactivamente às necessidades do mercado, com benchmarking internacional, inovação e visão global e local. A sua estratégia e a sua equipa de peritos e consultores focam-se em criar soluções inovadoras para valorizar pessoas e organizações.

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