Será que me devo preocupar por não ter um propósito definido?

A procura pela felicidade é uma constante. Desde livros de autoajuda a posts motivacionais nas redes sociais, somos bombardeados com a mensagem de que a chave para uma vida plena é encontrar a felicidade. No entanto, no meio deste frenesi de positividade surge a inquietante questão: e se eu não tiver um propósito?

Texto: Maria Duarte Bello

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A ideia de não ter um propósito pode ser desconcertante. Enquanto todos ao nosso redor parecem ter objetivos claros e definidos, podemos sentir-nos perdidos, sem rumo, e a questionar se há algo de errado connosco. Mas é importante reconhecer que não ter um propósito definido não é necessariamente uma falha ou um sinal de fracasso.

A sociedade exerce uma espécie de pressão para que as pessoas encontrem o «propósito na vida», como se fosse uma tarefa a ser cumprida num determinado prazo e que sem isso não poderão ser felizes. No entanto, a verdade é que o propósito é algo fluido e pode manifestar-se de diferentes maneiras ao longo do tempo. Não é algo que pode ser forçado ou fabricado, mas sim descoberto e cultivado ao longo da vida.

Além disso, é importante lembrar que a felicidade não está necessariamente ligada a ter um propósito específico. Enquanto muitas pessoas encontram significado nas suas carreiras, relacionamentos ou paixões, a verdadeira felicidade muitas vezes reside na aceitação do momento presente e na apreciação das pequenas alegrias da vida.

Em vez de se preocupar com a falta de um propósito definido, talvez fosse melhor  concentrar-se em cultivar uma mentalidade de curiosidade e abertura para novas experiências. Ao invés de procurar desesperadamente por um propósito, pode ser mais interessante permitir-se explorar diferentes interesses, experimentar novas atividades e conectar-se com os outros de maneiras significativas.

Além disso, é importante lembrar que a vida é um percurso em constante evolução. O que pode parecer falta de propósito agora pode transformar-se em algo significativo no futuro. Portanto, em vez de nos preocuparmos com o que não temos, devemos abraçar a incerteza e confiar no processo de descoberta pessoal.

Posto isto, é importante lembrar que cada pessoa é única, que não há uma fórmula única para encontrar o propósito na vida e que não ter um propósito definido não é motivo para preocupação. Em vez de se comparar aos outros, deve concentrar-se em viver autenticamente, cultivar relacionamentos significativos e encontrar alegria nas pequenas coisas da vida. É que ao adotarmos uma mentalidade de aceitação e curiosidade, podemos descobrir que o propósito se revela naturalmente ao longo do tempo. E mais, podemos ter vários propósitos, pois quem diz que só um chega?

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»» Maria Duarte Bello orienta e acompanha pessoas, equipas e organizações em processos de desenvolvimento ou mudança, progresso, crescimento e evolução. Desde 2002, é pioneira no coaching, tendo criado a sua atividade através da marca MDB – Coaching e Gestão de Imagem. Trabalha num registo único, pela confidencialidade total, pela confiança estabelecida, pela oportunidade exclusiva de conversar com toda a liberdade e pelo apoio incondicional dedicado ao sucesso do cliente. Nunca esquecendo que o bem-estar dos clientes é o maior êxito do coach. Não oferece soluções nem modelos estandardizados. Dedica-se ao compromisso assumido, esperando da parte do cliente o mesmo comprometimento, de dedicar tempo a pensar, planear e realizar. Atua com ética pessoal e profissional, em conexão com os valores que assume no seu código de ética.

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