Diversidade geracional

Uma equação com resultado positivo

Pela primeira vez na história, as pessoas são hoje reconhecidas como o centro das organizações, e a gestão estratégica do talento como um alicerce para promover vantagens competitivas e atingir melhores resultados. Também pela primeira vez na história, cinco gerações distintas de profissionais coexistem e colaboram no mercado de trabalho.

Texto: Maíra Barros Foto: DR

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Mas o que é que estes dois factos têm a ver um com o outro? A resposta mais curta é: «Tudo!» Se é verdade que tanto o primeiro como o segundo são símbolos de mudança de paradigma e evoluções muito positivas, não podemos ignorar que trazem também à superfície novos desafios no que se refere às práticas de gestão das empresas.

A coexistência de colaboradores de diferentes gerações vem destacar a importância da promoção da diversidade para a melhoria do ambiente corporativo, incentivando a compreensão, a tolerância e o respeito mútuo. Não há dúvida de que a combinação das particularidades e das características das cinco gerações atualmente ativas no mercado de trabalho – Veteranos, Geração Baby Boomer, Geração X, Geração Y (Millennials) e Geração Z – pode ser extremamente benéfica para o ambiente e a performance das organizações.

Entre as principais mais-valias identificadas estão a variedade de perspetivas, a capacidade de adaptação à mudança, a inovação, a aprendizagem mútua e contínua, uma melhor compreensão sobre o mercado, uma maior flexibilidade, e a melhoria e o enriquecimento da cultura organizacional a longo prazo. Com base nisto, torna-se óbvio que a gestão da diversidade geracional deve ser considerada uma prioridade pelas estruturas de liderança, que devem compreender o que está em jogo e saber tirar partido das oportunidades que se apresentam.

Por outro lado, gerações diferentes têm prioridades, expectativas e motivações diferentes. Ainda que possam coexistir e acrescentar mutuamente valor, não partilham necessariamente os mesmos valores. Ora, este é um dos pontos mais desafiantes para as empresas: como é que podem promover e beneficiar da diversidade, enquanto apresentam também elas respostas adequadas a cada perfil?

É fundamental que as organizações potenciem estratégias competitivas com vista ao cuidado com o bem-estar e a saúde mental dos seus colaboradores, promovendo um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, uma cultura de apoio e comunicação aberta, flexibilidade e redução da pressão existente, bem como oportunidades de desenvolvimento. As lideranças devem estar comprometidas neste processo e promover programas de formação, mentorias intergeracionais, políticas de igualdade de oportunidades e uma cultura que valoriza a contribuição de todos, independentemente da idade.

Para o olho menos treinado, pode parecer que tudo isto é demasiado complexo e exige demasiados recursos. Pode parecer que a relação custo-benefício não é suficientemente vantajosa. No entanto, não percamos de vista que a diversidade de experiências, competências e habilidades, quando gerida de forma eficaz, tem o potencial de se traduzir no aumento significativo do bem-estar e satisfação dos colaboradores, o que se reflete no aumento da produtividade e, consequentemente, na melhoria do desempenho organizacional. Feitas as contas, o saldo será sempre bastante positivo.

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»»»» Maíra Barros é consultant na Multipessoal, empresa portuguesa com mais de 25 anos de experiência no sector dos recursos humanos, que atua nas áreas de trabalho temporário, outsourcing, facility services, recrutamento e seleção especializado e consultoria digital.

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