Ricardo Freitas, da Cegid

«A nossa missão é desenvolver soluções de gestão inovadoras.»

Sales manager da Unidade de Negócio HCM na Cegid em Portugal, Ricardo Freitas vem de uma experiência de 16 anos em Barcelona, sempre ligado à área da tecnologia, onde entrou em 2001. O novo desafio da sua carreira, diz, é «o mais importante», num projeto que «une o melhor dos dois mundos»: voltar a Portugal e integrar uma empresa como a Cegid, com um forte compromisso com os clientes e com valores com os quais se identifica.

Texto: Redação «human» Foto: DR

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Como se posiciona a Cegid no mercado português de TI (tecnologias de informação)?

A Cegid é uma empresa multinacional líder de mercado em soluções cloud de gestão empresarial para as áreas de Finanças (ERP, Tesouraria, Fiscalidade), Contabilidade, Recursos Humanos (Processamento Salarial e Gestão de Talento) e Retalho, que opera em mais de 130 países e conta com 4.400 colaboradores, dos quais 1.300 na região da Ibéria, América Latina e África.

Em Portugal, é constituída por duas unidades de negócio principais: a Cegid HCM (Processamento Salarial e Gestão de Capital Humano), que oferece às empresas com um grande número de colaboradores soluções inovadoras de gestão de recursos humanos para digitalizar todo o ciclo de vida dos colaboradores dentro da organização, desde os processos mais operacionais como o processamento salarial e a gestão de pessoas até à gestão de talento; e a Cegid SMB & CPA  (Pequenas/ Médias Empresas e Contabilistas), com um vasto portfólio de soluções de gestão empresarial para empreendedores, pequenas e médias empresas, nomeadamente as soluções do ex Grupo Primavera.

Na Cegid, temos consciência de que vivemos num mundo complexo e em constante mudança, e que o digital proporciona ligações infinitas que criam grandes oportunidades de negócio para as empresas que são capazes de as aproveitar e de se anteciparam às alterações com plena confiança. Nesse sentido, a nossa missão é desenvolver soluções de gestão inovadoras que permitam que os nossos clientes cresçam e que se mantenham competitivos no mundo volátil em que vivemos.

Há diferenças significativas para outros mercados europeus, sobretudo no que notam ser as necessidades do tecido empresarial?

Depende muito do que estamos a comparar. A Europa é um continente com distintas realidades, quer seja a nível de tamanho territorial, de mercado e de competitividade, quer a nível laboral, fiscal e cultural. Existem também diferentes níveis de literacia digital e de reputação em cada país que interferem diretamente com as necessidades do respetivo tecido empresarial. Tudo isto leva a que um país possa ser mais ou menos atrativo para a mão-de-obra altamente qualificada (e jovens talentos). Nesse sentido, é natural que existam diferentes necessidades em cada mercado. Mas há uma premissa comum a todos: para que as empresas tecnológicas sejam bem-sucedidas num país, seja ele qual for, devem conhecer, entender e conjugar todas estas variáveis. Longe vão os tempos em que um produto era igual para todos os mercados, ainda que, paradoxalmente, nunca tenhamos estado tão globalizados como agora.

O que trouxe a integração de um grupo português ligado a TI como o Grupo Primavera à vossa atividade?

Trouxe o melhor dos dois mundos. Ambas as empresas saíram a ganhar com esta operação e, por essa razão, a integração faz todo o sentido. Se por um lado a Cegid proporcionou ao Grupo Primavera novas oportunidades, produtos e know-how, por outro a Cegid alcançou um reconhecimento imediato em Portugal pela mão da Primavera, uma empresa tecnológica com mais de 30 anos de experiência e com grande notoriedade no mercado português. Sem dúvida que a união entre a Cegid e o Grupo Primavera veio aumentar a nossa capacidade de inovação e permitir oferecer mais valor aos nossos clientes, criando um mundo de possibilidades para crescermos juntos.

Que novas propostas tem a Cegid para os responsáveis pela gestão das pessoas nas empresas?

Atualmente, a Cegid conta com um vasto portfolio de soluções úteis e inovadoras para a área de recursos humanos em Portugal, com o objetivo de apoiar as empresas a digitalizar e otimizar os seus processos internos, nomeadamente gestão de talento, gestão de tempo, processamento salarial, recrutamento e formação. A unidade de negócio Cegid HCM e Cegid SMB & CPA (ex Grupo Primavera) complementam-se e estão a criar sinergias para atuar em conjunto no tecido empresarial português. Desta forma, a Cegid passa a oferecer uma proposta de valor fortíssima em Portugal, que dá resposta às necessidades dos departamentos de recursos humanos de empresas de qualquer sector e dimensão.

Falando de novas propostas, posso adiantar que em breve iremos lançar duas soluções de gestão em Portugal: o Cegid Talentsoft, solução inovadora para a gestão de talento, Cegid Wittyfit, plataforma de gestão de inquéritos; e o Cegid Paycheck Now, solução que permite oferecer aos colaboradores uma maior flexibilidade salarial. E, como todas as nossas soluções de HCM, estas têm um objetivo comum: proporcionar uma melhor experiência aos colaboradores das organizações.

Considera que em recursos humanos tem havido desenvolvimentos significativos nos últimos anos em termos de suporte tecnológico?

Sem dúvida. Os mais recentes desenvolvimentos de infraestruturas de hardware e telecomunicações estão a permitir desenvolver muita tecnologia nova, que leva a uma diminuição dos custos. São cada vez menos as empresas que pensam em comprar hardware/ software para modernizar e otimizar os processos da sua empresa, na medida em que é um investimento demasiado alto e que, além do mais, está a tornar-se obsoleto. Por exemplo, a inclusão da Inteligência Artificial nas soluções de HCM irá permitir às empresas tomar decisões mais consolidadas e de forma mais rápida, o que tem um impacto bastante positivo na sua produtividade.

Além disso, é importante referir que o Software-as-a-Service (SaaS), um modelo de consumo que disponibiliza plataformas tecnológicas através de uma subscrição, foi, de facto, uma das revoluções tecnológicas mais significativas dos últimos anos, que alterou significativamente a forma como as empresas utilizam o software e os serviços tecnológicos. Este modelo tem sido adotado de forma generalizada em vários sectores, na medida em que oferece inúmeras vantagens, entre elas a acessibilidade, a escalabilidade e a diminuição de custos, que contribuíram para a consolidação deste modelo no mercado.

Como coloca a transformação digital das empresas, nesta área, em comparação como outras áreas como a financeira, a comercial ou até a de produção?

Uma transformação digital de sucesso só é possível se todas as áreas da organização estiverem em sintonia no que diz respeito ao desenvolvimento tecnológico. Durante vários anos, a área de recursos humanos esteve na sombra das prioridades, pois era observado como um departamento de processamento salarial, questões legais e pouco mais. No entanto, atualmente o cenário é outro: somos mais ávidos a querer a informação na hora e na palma da nossa mão (literalmente), graças à evolução tecnológica e à digitalização da nossa sociedade. É claro que surgiram novas oportunidades de emprego com a transformação digital, fruto da globalização, da possibilidade de trabalhar remotamente e do crescimento profissional dos colaboradores, que atualmente têm acesso a ferramentas inovadoras que antes não existiam. E aqui os departamentos de recursos humanos têm um papel fundamental para que as empresas consigam gerir tudo isto.

O pós-pandemia e as grandes mudanças no mundo do trabalho têm de alguma forma transformado as vossas propostas tecnológicas?

Do nosso ponto de vista, enquanto fornecedores de soluções SaaS para processamento salarial e gestão de recursos humanos, comprovamos que as empresas aceleraram a mudança das suas antigas soluções on-premise para a cloud, apostando nesta tecnologia para gerir os seus processos de recursos humanos.

Não diria que as grandes mudanças no mundo laboral que resultaram da pandemia transformaram as nossas propostas tecnológicas, porque as nossas soluções já estavam presentes na nossa estratégia de produto antes disso. O que aconteceu foi que a pandemia veio acelerar bastante algumas necessidades. Não podemos negar que o período pandémico despoletou necessidades que até então eram consideradas residuais ou menos relevantes e que agora são fundamentais. Ora, isso conduziu a uma transformação para conseguir acompanhar essa nova realidade inesperada. Houve uma digitalização da sociedade em geral, em que até as pessoas menos ligadas às novas tecnologias, de repente, aprenderam a realizar videochamadas e a usar o telemóvel para fazer pagamentos. Isto teve reflexo também no mundo laboral, com a implementação de modelos de teletrabalho e a disponibilização de serviços de forma remota.

Na Cegid, as nossas soluções conseguiram adaptar-se e dar resposta a esta nova realidade no mundo laboral rapidamente, uma vez que era precisamente o que estava previsto no nosso road-map de produto. Ou seja, já estávamos preparados para enfrentar esta nova realidade mesmo antes de ela ser real.

Que temas de recursos humanos mais concentram a vossa atenção em termos de desenvolvimento de soluções?

As pessoas. Antes de sermos colaboradores, somos seres humanos que aspiram e pretendem atingir determinados objetivos na vida, quer profissionais, quer pessoais. É uma grande injustiça para um colaborador sentir que o seu trabalho não é reconhecido pelos demais ou que lhe faltam ferramentas para melhorar a sua produtividade e evoluir na sua carreira profissional (formação, condições de trabalho, etc), um facto muitas vezes desconhecido para os gestores. Noutros casos, os colaboradores têm noção de que conseguiriam ter melhor desempenho e produtividade noutra função dentro da organização, mas não sabem como demonstrá-lo à empresa. Pode até chegar a ser frustrante um colaborador ter consciência de que possui as competências certas para uma determinada oportunidade dentro da organização e ver os profissionais de recursos humanos a procurar candidatos no mercado. Em todos estes aspetos – e mais alguns – a Cegid põe o seu foco: oferecer às empresas soluções que apoiem os profissionais de recursos humanos a otimizar os processos, identificar, antecipar e, sobretudo, resolver este tipo de situações. A nossa missão é apoiar os colaboradores a serem mais felizes no seu trabalho, através da tecnologia. 

Pode destacar duas ou três soluções dos últimos tempos?

Não é uma pergunta fácil, já que estamos a lançar várias soluções no mercado português e a Cegid continua com o seu forte compromisso de crescimento internacional, através de várias aquisições estratégicas, o que se traduz na integração de novos produtos na oferta que temos atualmente. Não obstante, posso realçar três soluções de gestão de capital humano que estão a ser um sucesso a nível internacional e que se encontram a entrar em força em Portugal: o Cegid Peoplenet, solução de processamento de salários e gestão administrativa; o Cegid Talentsoft, software de gestão de talento, recrutamento, desenvolvimento e formação; e o Cegid Visualtime, plataforma de gestão de tempo e tarefas.

Quais são os seus desafios como sales manager da Unidade de Negócio HCM da Cegid em Portugal?

Confesso que o projeto é bastante ambicioso e, como adoro desafios, decidi aceitá-lo e mudar-me para Lisboa, depois de 16 anos a viver em Barcelona.

A minha vinda para a Cegid este ano teve um objetivo muito claro: acrescentar valor e partilhar o meu know-how com as empresas portuguesas que pretendam estar na vanguarda tecnológica. Até à data, considero que um dos principais desafios em Portugal é a conscientização das empresas das vantagens da transição da tradicional compra de um software (modelo on-premise) para a implementação do software cloud em modelo de subscrição SaaS. Arrisco-me a dizer que mais de 80% do tecido empresarial português ainda não interiorizou o facto de que o futuro está na subscrição do software como um serviço e não na compra deste produto.

Como olha para esses desafios e o que representam na sua carreira?

É, provavelmente, o desafio mais importante da minha carreira profissional. Costuma-se dizer que o bom filho a casa retorna, e nesse sentido devo admitir que este novo projeto une o melhor dos dois mundos: poder voltar a Portugal e integrar uma empresa como a Cegid, com um forte compromisso com os clientes e com valores com os quais me identifico. Acredito que não podia pedir melhor para a minha carreira profissional. e sinto-me muito realizado a nível pessoal.

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»»»» Ricardo Freitas é licenciado em Economia pela Universidade Lusíada. Começou a construir a carreira no mundo da tecnologia em 2001, primeiro como responsável comercial de uma empresa de consultoria de software em Braga, tendo posteriormente viajado até Barcelona, onde começou a lidar com o mundo SaaS para empresas espanholas e portuguesas desde o primeiro momento em que nasceu o Software as a Service (SaaS). Nos últimos cinco anos, foi regional manager CMA Small Systems para a Europa e mercados latino-americanos, com foco em soluções tecnológicas para bancos centrais e outras instituições financeiras, onde a cibersegurança é um fator fundamental e o cumprimento das normas ISO são obrigatórias, tendo inclusive vivido um ano no México para desenvolver o negócio. Desempenha atualmente o cargo de sales manager da Unidade de Negócio HCM na Cegid em Portugal.

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