Eduardo Marques Lopes, da Multipessoal
«Não há melhor desafio do que uma experiência que obriga a aprender e a tomar decisões todos os dias.»

Responsável pelo marketing e pela comunicação da Multipessoal, Eduardo Marques Lopes fala de uma empresa com mais de 25 anos de experiência acumulada em recursos humanos, que procura proporcionar a melhor experiência de emprego aos colaboradores, potenciar o negócio dos clientes que nela delegam a responsabilidade de encontrar os melhores profissionais e apoiar os candidatos num momento tão importante como o da mudança de emprego.

Texto: Redação «human»

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Como se posiciona a Multipessoal no mercado de recrutamento?

Mais do que oportunidades de emprego, disponibilizamos o suporte necessário aos nossos colaboradores, clientes e candidatos, garantindo que estamos prontos quando e onde somos precisos. Esta é a abordagem da Multipessoal, enquanto empresa portuguesa de recursos humanos, e está diretamente associada à nossa visão: ser a primeira escolha no mundo do trabalho.

Em recursos humanos, trabalhamos com e para pessoas, vivemos de parcerias fortes e sustentáveis e contamos já com mais de 25 anos de experiência acumulada. Procuramos proporcionar a melhor experiência de emprego aos colaboradores que diariamente trabalham connosco, potenciar o negócio dos clientes que nos delegam a responsabilidade de encontrar os melhores profissionais para as suas empresas e apoiar os candidatos que confiaram em nós num momento tão importante como a mudança de emprego.

Na Multipessoal, acreditamos que os bons exemplos são construídos com trabalho e que todos os trabalhos são importantes, do mais ao menos especializado, independentemente do sector ou da região, e é esta postura que nos proporciona uma vontade contínua de evoluir.

Os tempos de pandemia transformaram de alguma forma o posicionamento da Multipessoal?

A pandemia exigiu um grande reforço dos canais digitais, com especial foco no contacto com colaboradores, clientes e candidatos, sem perder a relação de proximidade que sempre procurámos garantir, ainda que mais facilmente assegurada num registo presencial.

Felizmente, parte significativa dos projetos que visam proporcionar uma melhor experiência digital aos que nos procuram estavam já previstos no plano de transformação que iniciámos em 2019, pelo que a pandemia apenas veio consolidar essa necessidade e acelerar as iniciativas que, para nós, já eram uma prioridade. A título de exemplo, durante este período otimizámos processos com a implementação de diversas ferramentas, como a assinatura digital de contratos, e aumentámos a eficácia na resposta a clientes e colaboradores com a criação de várias linhas de apoio diretas.

Quais foram os grandes desafios para a empresa no último ano?

Um dos grandes desafios do período marcado pela pandemia foi manter o acompanhamento regular e eficaz de colaboradores, clientes e candidatos. A nossa preocupação com o bem-estar de cada um e o cuidado em estabelecer relações próximas e únicas tornou-se um desafio ainda mais premente por via de canais digitais.

Por essa mesma razão, os nossos esforços foram canalizados para os projetos de otimização digital que tivessem a relação com os stakeholders como foco, assegurando assim uma experiência mais integrada e consistente, em qualquer fase do processo, por qualquer um dos nossos canais.

O objetivo é continuar a desenvolver e a promover novas ferramentas que nos permitam estar mais próximos das pessoas, mesmo que à distância.

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Desafios como o projeto de unificação e rebranding que lançámos em 2020, onde cinco marcas distintas passaram a ser apenas uma, em que criámos uma identidade única e rejuvenescida e lançámos um novo portal de emprego desenvolvido de raiz, são momentos marcantes e difíceis de replicar.

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Há sectores claramente em alta no recrutamento?

Como já vem sendo tendência nos últimos anos, o sector das tecnologias da informação continua a destacar-se, apresentando um forte dinamismo ao nível do recrutamento. Acredito que se vai manter no topo, neste âmbito, pelas suas características de inovação e transformação contínuas, e pelo crescimento que é transversal às várias dimensões desta área.

Em paralelo, os sectores alimentar, de distribuição e agrícola estão igualmente em desenvolvimento, em grande parte devido aos intensos processos de transformação que têm vindo a atravessar. Por outro lado, as áreas de consultoria, informação e comunicação, bem como a da saúde, continuam a apresentar também uma forte procura.

Como tem sido a experiência da empresa em termos de transformação digital?

Uma aprendizagem contínua, como em qualquer projeto de transformação. Desde que entrei na Multipessoal que qualquer tarefa que executo é em prol da transformação digital, e não há melhor sentimento do que esse. Perceber que todas as pessoas envolvidas estão focadas em chegar mais longe e sair da zona de conforto para proporcionar uma experiência melhor aos que nos procuram é a melhor fonte de motivação possível.

Desafios como o projeto de unificação e rebranding que lançámos em 2020, onde cinco marcas distintas passaram a ser apenas uma, em que criámos uma identidade única e rejuvenescida e lançámos um novo portal de emprego desenvolvido de raiz, são momentos marcantes e difíceis de replicar. Fazer parte de uma organização que vê na transformação digital o fator chave para um futuro sustentável é certamente um grande incentivo para que as expectativas de todos sejam cumpridas.

Naturalmente, foram já feitas alterações e revisões ao plano inicialmente estabelecido em 2019, quer por barreiras que fomos encontrando, quer por ajustes de prioridades, quer por tantos outros fatores que evidentemente moldam projetos desta natureza. Não obstante, nunca perdemos de vista o nosso principal objetivo: dar a melhor resposta a quem nos procura, acelerar o crescimento das vendas e garantir a escalabilidade do negócio por via da eficiência operacional.

O mercado do talento, chamemos-lhe assim, tem tido mudanças significativas em Portugal?

Sem dúvida que sim. Tem apresentado mudanças sobretudo na forma como os candidatos procuram emprego e escolhem o próximo desafio profissional. O processo de procura ocorre essencialmente por canais digitais, o que é um reflexo natural daquilo que são os nossos hábitos atuais enquanto consumidores de informação. Por outro lado, a seleção da empresa onde os candidatos querem trabalhar tem hoje por base uma maior valorização do projeto que é apresentado, uma identificação com os valores e a filosofia das organizações e, de um modo geral, uma avaliação global daquilo que são as mais-valias que uma empresa pode oferecer a um colaborador. É comum a popularidade de uma determinada empresa passar para segundo plano, em detrimento deste tipo de fatores.

Temos colocado um novo foco em estratégias de marketing de recrutamento, como o employer branding, para dar resposta a um novo perfil de candidatos. Em muitos casos, os profissionais têm de ser conquistados e persuadidos a disponibilizar o seu tempo e as suas competências em prol da missão da organização, em troca de um conjunto de contrapartidas e benefícios que sejam suficientemente apelativos e alinhados com as suas prioridades e necessidades individuais.

O que trazem as novas gerações ao mercado?

No mundo laboral, as novas gerações utilizam a palavra «pessoa» em vez de «colaborador», preferem «benefícios» a «salário», procuram «experiências» em vez de «carreiras» e querem trabalhar numa empresa com «propósito» no lugar de «objetivos». Isto implica que as marcas se tornem mais envolventes com os consumidores, transmitindo emoções como se fossem pessoas para criar e nutrir relações duradouras. O mesmo se aplica à forma como estes profissionais esperam ser tratados dentro das suas organizações.

Com as profundas mudanças que se têm vindo a registar, e especialmente com a transformação das rotinas e das metodologias de trabalho aceleradas pela pandemia, as novas gerações procuram, cada vez mais, um emprego que lhes proporcione equilíbrio, bem-estar e satisfação, de forma bastante bem integrada com as suas vidas pessoais. O «salário emocional» tem vindo a ganhar peso, e fatores como a flexibilidade e o bom ambiente de trabalho, a par de benefícios como seguros de saúde ou apoios na gestão da vida pessoal e familiar, ocupam agora uma posição central naquilo que é o conjunto de expectativas dos candidatos. As empresas têm de repensar os seus processos e argumentos, de forma a dar resposta a estas novas tendências.

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No mundo laboral, as novas gerações utilizam a palavra «pessoa» em vez de «colaborador», preferem «benefícios» a «salário», procuram «experiências» em vez de «carreiras» e querem trabalhar numa empresa com «propósito» no lugar de «objetivos».

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Na vossa atividade, como distinguem áreas como trabalho temporário, recrutamento a nível especializado ou outsourcing?

Dispomos de várias soluções de recursos humanos para empresas que precisam de um parceiro na procura de profissionais dos mais variados sectores, de norte a sul do país. Seja qual for a solução escolhida pelo cliente, a missão é sempre a mesma: encontrar o candidato ideal.

Enquanto o trabalho temporário visa dar resposta de forma flexível a cenários onde não existe capacidade interna para, num curto espaço de tempo, recrutar e contratar os colaboradores necessários com a devida urgência, o outsourcing tem como objetivo o aumento da eficiência organizacional através da externalização de processos que não fazem parte do core do negócio. Para estas soluções, temos áreas dedicadas quer na angariação, na triagem e na seleção dos candidatos, quer no acompanhamento dos mesmos quando passam a integrar as equipas dos nossos clientes.

Já o recrutamento e seleção especializado procura dar resposta a necessidades de avaliação ou contratação efetiva de quadros médios e superiores. Nesta matéria, somos especialistas nas áreas de Finance & Banking, Sales & Marketing, Engineering & Manufacturing e Information Technologies.

A que outras áreas chega a vossa atividade?

Mais recentemente, passámos a atuar também na área de consultoria digital, para dar resposta aos desafios de transformação digital das organizações. Este novo serviço resulta da nossa própria experiência, enquanto empresa que deu início a um plano de transformação digital há sensivelmente três anos.

Assim, a nossa equipa de especialistas apoia empresas no desenvolvimento de uma estratégia digital competitiva, passando tanto pela revisão da estratégia na área das tecnologias de informação como pela disponibilização de ferramentas e de profissionais especializados em reengenharia de processos, com o objetivo de proporcionar uma melhor experiência ao cliente.

Que desafios lhe coloca o trabalho na Multipessoal?

Desde o primeiro dia, trabalhar na Multipessoal tem tido tanto de exigente como de gratificante. O desafio de liderar a equipa de marketing e comunicação, com a principal missão de implementar um plano estratégico para alavancar o negócio alinhado com o plano de transformação definido para a organização, impõe a adoção de uma mentalidade ágil e criativa. Envolve um sentido de aprendizagem acrescido, sendo uma área em constante desenvolvimento e estando o mundo digital num processo de aceleração incessante. Comporta ainda a adaptação de novos métodos de trabalho e de resolução de problemas, novos recursos e ferramentas e novas formas de gerir equipas.

Não há melhor desafio do que uma experiência que obriga a aprender e a tomar decisões todos os dias. Felizmente, torna-se mais fácil estando rodeado de profissionais empenhados e competentes, e de mentores que garantem um acompanhamento próximo e o suporte tão próprio da Multipessoal.

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Sou adepto de desafios que me coloquem à prova e que exijam mais de mim, nos quais seja claro o propósito da organização e onde a gestão de projetos e de equipas sejam minha responsabilidade.

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Como olha para a sua carreira a partir das funções que agora desempenha?

Considerando o meu percurso profissional até à data, sou adepto de desafios que me coloquem à prova e que exijam mais de mim, nos quais seja claro o propósito da organização e onde a gestão de projetos e de equipas sejam minha responsabilidade.

Na Multipessoal, consegui alcançar esse match e, pensando a longo prazo, espero que a minha carreira se torne num conjunto de experiências complementares, que me enriqueçam e aprimorem as minhas competências nos mais diversos domínios, sejam eles na área do marketing ou noutras.

Já desempenhei funções tanto na vertente de negócio como na de suporte e a verdade é que nunca me foi natural responder de forma intuitiva à questão «onde se vê daqui a 10 anos?», pela panóplia de possibilidades que existem, seja de sectores de atividade, de áreas de especialização ou de funções. Até porque, no futuro, surgirão certamente novos sectores, novas áreas e funções. Mas uma coisa é certa, onde quer que esteja e seja qual for o meu papel, a minha postura será sempre a de contribuir com a minha experiência para fomentar o desenvolvimento sustentável de um negócio e valorizar o que de mais importante existe nas organizações: as pessoas.

Podemos pedir-lhe uma perspetiva sobre o futuro da empresa?

Se aprendemos algo no último ano é que o futuro é incerto. Ainda assim, acredito que a Multipessoal tem ainda muito valor para acrescentar ao mercado. O trabalho que tem sido desenvolvido pelas nossas equipas ao longo dos últimos anos prevê vários sucessos muito além daqueles já alcançados.

O futuro da empresa passa, garantidamente, pelo contínuo desenvolvimento de projetos de valorização da experiência dos colaboradores, dos clientes e dos candidatos, assentes essencialmente no digital e na eficiência operacional.

Como se vê, a si, em termos do seu trabalho, nesse mesmo futuro?

Trabalhar para que a Multipessoal seja «a primeira escolha no mundo do trabalho» será seguramente o meu foco. Com a consciência de que o objetivo é ambicioso, estou seguro do meu papel nesta missão e tenho a motivação certa para enfrentar os desafios e lutar todos os dias por isso.

Quero, acima de tudo, contribuir para um futuro em que todos os que colaboram connosco se sintam apoiados numa experiência integrada e única. Só o conseguirei fazer em equipa, criando uma rede de suporte entre todos, independentemente da sua função ou do departamento, na qual a inovação anda de mão dada com a vontade de mudança por parte das nossas pessoas.

«Vamo-que-vamo» é uma expressão brasileira que adotei como lema da minha equipa para os desafios da transformação, desafios esses que sempre encarámos com otimismo. Significa essencialmente «continuar seguindo, apesar de tudo». E é também assim que perspetivo o meu futuro nesta empresa: parte integrante de uma equipa motivada para enfrentar qualquer tipo de obstáculo ou até mesmo uma pandemia.

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Eduardo Marques Lopes é diretor de marketing e comunicação da Multipessoal desde o início de 2020. Juntou-se à empresa em fevereiro de 2019, enquanto project management office manager. Quatro meses depois, agarrou o desafio de liderar a equipa de marketing e comunicação, com a missão de ajudar a alavancar o negócio.

Natural de Coimbra, tem 29 anos e é licenciado em Economia pela Nova School of Business and Economics. Tem ainda um mestrado internacional em Gestão da Católica-Lisbon School of Business and Economics. A nível profissional, iniciou a sua carreira na EY, como consultor no Departamento de Fraud Investigation & Dispute Services, e em 2016 juntou-se à Winning Scientific Management, onde assumiu o cargo de chief operating officer antes de integrar a equipa da Multipessoal.