Cada vez é mais importante dar atenção às necessidades de formação dos colaboradores e não, simplesmente, disponibilizar um catálogo de formações standard. E embora os vários tipos de formação já estejam disponíveis há muitos anos (em sala, em e-learning, em b-learning ou híbrida, experiencial…), importa perceber qual é o modelo mais adequado em cada caso.
Texto: Daniel Lança Perdigão
As empresas que prestem serviços (consultivos) de formação devem seguir sete passos para o sucesso de todos: entidade formadora, cliente e formandos. São os seguintes:
- Ouvir e entender as verdadeiras necessidades e os verdadeiros desafios
Formação à medida é o que a maioria das entidades formadoras afirma entregar. Sabemos bem que nem sempre é assim, porque para uma formação ser «à medida» é preciso ouvir e entender o que o cliente realmente pretende e, para tal, este deverá ter feito o mesmo processo – e nem sempre isso acontece, e depois aconselhar.
- Facilitadores que saibam ouvir e apresentar e que dominem as matérias
Os formadores têm que ser facilitadores de aprendizagens, facultando aos formandos ferramentas diversas que lhes permitam desenvolver conhecimentos nas matérias da formação, pois o tempo é sempre pouco, mas, se tivermos em consideração os objetivos de que falamos no ponto 5, é possível alcançar o sucesso.
- Criar ou adaptar as formações às necessidades, ao público-alvo, ao negócio e à cultura
Não nos podemos limitar a entender as necessidades, pois essas podem ser semelhantes entre dois clientes. Assim, ao termos em consideração os participantes, a área de atividade e a cultura de cada cliente, vamos obter formações diferentes e muito mais adequadas.
- Criar uma formação envolvente e interativa, usando exemplos e atividades relevantes
Nunca podemos esquecer as questões da envolvência e da interatividade. Se queremos que os participantes ganhem os conhecimentos e desenvolvam as competências alvo da formação, devem sentir-se envolvidos, e isso só será possível se preparamos exercícios, role-plays e atividades diversas que lhes permitam interagir entre si, com simulação de situações relevantes para si e para a sua atividade.
- Estabelecer e acordar objetivos claros para a formação
Este é um ponto muitas vezes desprezado. A responsabilidade não pode ficar apenas na entidade formadora, devendo ser partilhada e debatida com o cliente, pois a formação será tanto mais útil quanto mais os objetivos a alcançar cruzem o que é possível com o que é desejável.
- Envolver especialistas na matéria
Nem sempre é fácil, mas torna-se muito interessante, pois se além do formador dar a sua posição sobre um tema houver um reforço feito por especialistas, a credibilidade é reforçada, assim como a aprendizagem e a vontade de ir mais além. A forma de o fazer fica ao critério e dependerá da imaginação e da capacidade de mobilização de cada um.
- Criar mecanismos para avaliar ou medir a aprendizagem
Também para se conseguir avaliar ou medir com sucesso a aprendizagem, é importante definir com a entidade cliente qual é a melhor forma para cada caso.
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Para a formação ter sucesso é preciso um esforço e um investimento maiores, quer da parte da entidade formadora, quer do cliente.
Vai valer a pena esse esforço? Posso dizer com segurança e com base na experiência que sim. De certeza que sim!
»»»» Daniel Lança Perdigão é strategist and visual thinker na UpSideUp