Ricardo Martins, da CEGOC

«Os nossos colaboradores estão a trabalhar a partir de casa.»

O diretor geral da CEGOC fala da experiência da empresa em trabalho remoto e de um processo de implementação bastante ágil. «Estamos a passar todo o nosso universo de soluções presenciais e blended para formatos 100% digitais», porque «os clientes assim o exigem», diz, acrescentando ainda: «Como não somos médicos e não podemos ir para as urgências dos hospitais, fazemos o que está ao nosso alcance. Para além de querermos continuar a assegurar a segurança, a saúde e o bem-estar dos nossos colaboradores, parceiros e clientes, entendemos que assim que as autoridades considerarem que podemos retomar a atividade normal, teremos todos que estar preparados para a necessidade de recuperar o tempo perdido.»

Texto: Redação Human

 

Como tem sido, em termos globais, a experiência de trabalho remoto na instituição?

Na CEGOC, e fruto da nossa conexão ao Grupo Cegos, fomos pioneiros na adoção e na implementação de formas novas e disruptivas de trabalhar remotamente. Já fazia parte do nosso ADN, sempre com o objetivo de dotar a gestão e os recursos humanos de um novo mindset e das ferramentas necessárias para facilitar o desempenho e a motivação dos colaboradores independentemente de onde estejam a operar.  Pertencer ao grupo internacional CEGOS, dá-nos a oportunidade e a experiência necessárias para trabalhar na conceção e na implementação de projetos internacionais de excelência –  este momento não foi exceção. Codesenhámos soluções globais que, respeitando as especificidades locais e culturais das organizações e das suas pessoas, permitem ainda assim aumentar a produtividade da empresa numa relação de liderança colaborativa entre colaboradores e chefias e, mais adiante, também com clientes e parceiros. Este mindset foi fundamental para acelerar a integração de modelos de 100% trabalho remoto na nossa organização em tão pouco tempo.

Como decorreu essa integração?

A implementação de novas formas de organização do trabalho implica sempre profundas mudanças culturais e de estilos e métodos de gestão, e exigem algum tempo para serem adotadas e incorporadas, pois alteram a forma de trabalhar, o relacionamento entre os trabalhadores e, em alguns casos, a própria função de cada um. No nosso caso em particular, o processo de implementação foi bastante ágil, amplamente reforçado pelas ferramentas e pelos softwares colaborativos de que já dispúnhamos e utilizávamos antes mesmo deste momento difícil por que estamos todos a passar. Como pioneira do e-learning em Portugal, a CEGOC sempre se empenhou em demonstrar às empresas nossas parceiras a vantagem de fazer uma aposta clara em soluções e ferramentas de aprendizagem digitais. Para nós, o digital learning é muito mais do que uma simples transposição de conteúdos para suportes digitais, e estas práticas que vimos difundindo há mais de 15 anos facilitaram muito a implementação rápida de processos de aprendizagem e de trabalho remoto nos nossos clientes.

 

«Estou convencido de que esta crise fará muito pelo teletrabalho, porque obriga as pessoas a um esforço de adaptação e aprendizagem que combina bem com o contexto de aceleração tecnológica crescente.»

 

Quantos colaboradores estão envolvidos?

Temos todos os nossos colaboradores envolvidos e a trabalhar a partir de casa neste momento.

Que reações tem havido por parte desses mesmos colaboradores?

Muitíssimo bem. Sem surpresa nossa, posso dizer, porque a promoção de redes colaborativas junto das nossas equipas era já algo a que recorríamos com alguma regularidade. Na realidade, esta nova forma de trabalhar não é nova e tem vindo a ser estabelecida de forma espontânea, face ao atual contexto de aceleração tecnológica e à volatilidade dos mercados de hoje. Claro que face à emergência global como a que assistimos, estas alterações à forma de trabalhar estão a ser encaradas como uma via alternativa para o nosso futuro. Um verdadeiro projeto de transformação organizacional em panela de pressão, com fases de adaptação a serem aligeiradas, dado que a agilidade e a capacidade de liderar a mudança são sempre fatores-chave de sucesso para os quais toda a equipa contribui.

Está de alguma forma a ser preparada a retoma da atividade normal?

Neste momento estamos a passar todo o nosso universo de soluções presenciais e blended para formatos 100% digitais. Os clientes assim o exigem, e nós estamos cá para corresponder em tempo útil a essas demandas. Temos trabalhado mais do que nunca e isso tem sido verdadeiramente motivador para todos nós… há um sentido de missão, um espírito de ajuda. Queremos dar o nosso contributo para essa retoma. Como não somos médicos e não podemos ir para as urgências dos hospitais, fazemos o que está ao nosso alcance. Para além de querermos continuar a assegurar a segurança, a saúde e o bem-estar dos nossos colaboradores, parceiros e clientes, entendemos que assim que as autoridades considerarem que podemos retomar a atividade normal, teremos todos que estar preparados para a necessidade de recuperar o tempo perdido, o que passará pela otimização e pela implementação de novos modelos de trabalho agile, até porque a agilidade se tornou cada vez mais uma competência não apenas necessária mas absolutamente crítica para a sobrevivência das organizações e para o sucesso da performance individual e coletiva das suas pessoas.

Como perspetiva o futuro mais próximo?

Estou convencido de que esta crise fará muito pelo teletrabalho, porque obriga as pessoas a um esforço de adaptação e aprendizagem que combina bem com o contexto de aceleração tecnológica crescente. Esse contexto traz consigo uma necessidade exponencial de encontrar pessoas capazes de navegar e operar com conforto nesta nova realidade digital da economia 4.0. Para que assim seja, também é fundamental que a formação acompanhe esta nova realidade. E, neste contexto,  considero que o digital learning se enquadra ainda mais nas necessidades do futuro, aportando inúmeros benefícios para as empresas e os colaboradores, uma vez que lhes permite fazer mais com menos e acompanhar o ritmo acelerado da transformação tecnológica e digital dos mercados; permite encurtar a curva de aprendizagem e envolver os colaboradores; e, pela sua flexibilidade e pela capacidade de personalização, possibilita um acesso mais conveniente e económico a conteúdos e processos de desenvolvimento, ao ritmo e à medida das necessidades e dos objetivos, que estou certo vão surgir depois deste momento complexo que estamos a atravessar.

 

 

»»» Ricardo Martins é diretor geral da CEGOC. Criada em dezembro de 1962, a empresa faz parte do grupo internacional CEGOS, destacando-se na transformação do desenvolvimento das pessoas nas organizações e desenvolvendo soluções de aprendizagem que potenciam a transferência do «saber» para o «fazer» e garantindo um impacto significativo e mensurável no negócio dos seus clientes. A CEGOC é a única empresa no mercado português que, sob a mesma marca, opera há mais de 57 anos em formação, consultoria, recrutamento e seleção e coaching, apostando constantemente na inovação de métodos, instrumentos e abordagens pedagógicas. Desenvolver competências, abraçar novos horizontes e liderar a mudança são razões fundamentais para sustentar o claim de intervenção da marca, «Beyond Knowledge».

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