Ricardo Parreira, da PHC
«Apostamos na atitude para a felicidade.»

O líder da PHC Software fala da felicidade no local de trabalho e do seu impacto nos resultados. Esta entrevista serviu de suporte a um trabalho da revisa «human», no segundo semestre de 2019, sobre o tema «empresas felizes», ligado à iniciativa «Happiness Works», onde a tecnológica portuguesa, que tem sede no concelho de Oeiras, foi distinguida.

Texto: Redação «human»/ Foto: DR

 

Como é visto o tema da felicidade na PHC?

A felicidade no local de trabalho é incontornável no atual panorama empresarial e tem um efeito direto no dia-a-dia e também nos resultados de uma empresa. Aliás, podemos dizer que é um dos principais fatores das empresas saudáveis e lucrativas. Nesse sentido, damos-lhe bastante importância na PHC, desenvolvendo e implementando programas para trabalhar a felicidade dos nossos colaboradores (com metodologias, atividades e métricas próprias). Queremos, acima de tudo, que as nossas pessoas se sintam bem, estejam motivadas e encontrem a forma de melhorar os seus níveis de felicidade, convergindo com um ambiente de trabalho saudável e focado em trazer o maior valor para o mercado.

Que práticas destaca neste âmbito?

Atualmente desenvolvemos mensalmente diferentes atividades que estimulam as capacidades de foco dos nossos colaboradores, como as sessões de meditação mindfulness e a sua motivação e satisfação com momentos mais descontraídos como workshops de gin, de surf e sessões de coaching e mentoring. E, claro, os clássicos team buildings, sunsets de verão e happy hours, que não podem ficar de fora. Mas, ao longo dos anos, temos trabalhado o tema da atitude para a felicidade de diversas formas, incluindo uma cultura empresarial trabalhada de forma profissional, com atividades desenvolvidas para promover a identificação com os nossos valores e um programa de formação em liderança, muito importante para que os líderes estejam devidamente preparados a esse nível. Recentemente, tivemos um dos projetos mais gratificantes, a que demos o nome de «My hapiness». Trata-se de um programa que teve como objetivo trabalhar o conceito de atitude para a felicidade e a perspetiva de que a verdadeira felicidade começa em cada um de nós e de que existem ferramentas fantásticas que podemos utilizar diariamente para potenciar a nossa felicidade individual e a de quem nos rodeia. O programa teve tanto sucesso que algumas das atividades, como o mindfulness, tornaram-se uma prática corrente na PHC.

Falou do impacto nos resultados. Conseguem medir o reflexo desta visão nos colaboradores e também nos resultados da empresa?

Temos diversos indicadores para medir a felicidade das pessoas na PHC, desde pergunta direta no software, autoavaliação semestral ou avaliação do líder por observação nas reuniões one-to-one com a pessoa – apenas para focar alguns exemplos. Mas a melhor métrica é o bom ambiente que se vive na PHC. Se perguntar a uma pessoa que aqui trabalha sobre o que mais gosta na empresa, provavelmente ouvirá que são as pessoas e a sua equipa. Isto tem um valor incalculável e talvez seja um dos maiores ativos que uma empresa pode ter. A relação com os resultados tem sido direta, com níveis de motivação mais elevados, vários prémios nesta área e o recorde de vendas a ser batido há quatro anos consecutivos.

O facto de serem distinguidos ao nível de uma iniciativa como a «Happiness Works» tem impacto na PHC? Por exemplo na imagem que transmitem ao mercado ou em termos de haver um destaque como employer brand

Claro que sim. As distinções que temos obtido orgulham-nos muito e são sempre momentos partilhados e celebrados intensamente junto dos nossos colaboradores. Apostamos na atitude para a felicidade porque queremos que quem trabalha connosco se sinta bem num local onde passa tanto tempo do seu dia. Levamos o trabalho de recursos humanos muito a sério; dá muito trabalho, mas também muito retorno. E o feedback que temos tido do mercado é também muito positivo: temos cada vez mais pessoas que nos reconhecem enquanto uma das melhores empresas para trabalhar e cada vez mais mensagens a perguntar o que é que é preciso para vir trabalhar com a PHC. Todos esses pequenos acontecimentos são reflexo da nossa aposta na felicidade e na cultura interna PHC.

A questão da atração e da retenção do capital humano é importante para a vossa empresa? E a presença num ranking ligado à felicidade nas empresas ganha assim ainda mais importância?

A ambição da PHC é ser a referência do best experience at work, e só o poderemos fazer se dermos a devida atenção ao talento. O talento precisa de atenção – esta é uma máxima da PHC, não só para recrutar mas também para reter. Do ponto de vista financeiro, o custo de perder uma pessoa implica perder know-how, ter de recrutar e formar uma nova. O custo é duas vezes o ordenado anual da pessoa que perdemos. Mas também existe um lado humano importante, quando apostamos nas pessoas queremos que cresçam e se desenvolvam dentro do nosso ecossistema de experiência no local de trabalho.  No que respeita à presença neste ranking, encaramo-la como o resultado do nosso investimento e do nosso trabalho nesta área. É um grande orgulho e um sinal de que estamos a fazer algo de correto.

A empresa vai ter novas instalações. Esta opção fará da PHC uma empresa ainda mais feliz?

Como referi, estamos focados na criação de um best experience at work, que passa por criar o melhor local para trabalhar em Portugal e um dos melhores da Europa. As nossas novas instalações, que estamos a construir em Oeiras, serão a materialização desta visão e uma variável importante para desenvolvermos e fazermos evoluir o que já começámos a trabalhar ao nível da gestão de recurso humanos. Trata-se de uma aposta que vai mudar a forma como entendemos o conceito de local de trabalho.

 

»»» Ricardo Parreira é chief executive officer (CEO) da PHC Software, uma multinacional portuguesa dedicada ao desenvolvimento de soluções inovadoras de gestão. A missão da PHC é criar soluções de gestão que permitam que as empresas tenham liberdade para a mudança. Para isso, desenvolve software que se adapta às necessidades de cada utilizador e que assegura a flexibilidade e a rapidez essenciais para o sucesso de qualquer negócio.

 

NOTA – A iniciativa «Happiness Works» tem várias entidades promotoras: Lukkap Portugal, Universidade Atlântica, revista Exame, APG (Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas), ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores) e Happy Brands.