Poderá 2020 trazer mais bem-estar aos trabalhadores? 

Um salário competitivo por si só já não é suficiente para atrair e fixar os profissionais de topo. Os trabalhadores esperam mais das empresas, desejam que estas ofereçam condições que também apoiem o seu bem-estar e o seu estilo de vida. São conclusões de um documento disponibilizado recentemente pelo IWG, grupo com posição destacada a nível mundial no fornecimento de espaços de trabalho flexíveis e detentor das marcas Regus, Spaces, HQ, Signature e Nº18.

De assinalar que os espaços do grupo ajudam cerca de 2,5 milhões de pessoas a trabalhar de forma mais produtiva, ao oferecer uma variedade de espaços de trabalho profissionais, inspiradores e que proporcionam networking e serviços.

O IWG cita o seu relatório «Workplace Culture Trends» para o ano de 2018, segundo o qual 86% dos millennial’ considerariam a possibilidade de uma redução salarial para trabalhar numa empresa que lhes oferecesse condições que se encaixassem nos seus valores e no seu estilo de vida. As vantagens mencionadas incluem o acesso a cuidados de saúde, ginástica laboral e licença parental. E, desde então, muita tem sido as empresas em todo o mundo a tentar contemplar tais requisitos.

A IFBP – International Foundation of Employee Benefit Plans, destaca o IWG, mostra que nove em cada 10z empresas em todo o mundo oferecem aos seus trabalhadores pelo menos uma forma de benefício de bem-estar e mais de três em cada cinco têm um orçamento de bem-estar alocado. Além disso, estes orçamentos deverão aumentar 7,8% nos próximos anos e, de acordo com a Deloitte, o mercado de bem-estar corporativo como um todo valerá 11,3 bilhões de dólares em 2021.

O termo «bem-estar», assinala o IWG, é vasto e pode cobrir praticamente qualquer aspeto da vida de um funcionário. Desta forma, importa saber em que áreas específicas as empresas estarão focadas em 2020.

 

Stress e saúde mental

A saúde mental dos funcionários é já um tema muito presente, mas no próximo ano, segundo o IWG, irá continuar a dominar as preocupações dos empregadores e a agenda de bem-estar.

Estima-se que o stress e a falta de equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar custe à União Europeia cerca de 20 mil milhões de euros por ano, através da redução da produtividade. Tomando como exemplo um estudo britânico da Chartered Institute of Personnel and Development, 80% dos empregados com problemas de saúde mental no Reino Unido lutam para se concentrarem, 50% têm potencialmente menos probabilidades de ser pacientes com clientes e 37% têm mais probabilidades de entrar em conflito com os colegas.

Por forma a combater estes números, em várias empresas de todo o mundo foram implementadas algumas medidas como formas de aconselhamento, serviços de trauma e linhas telefónicas de apoio emocional aos empregados.

 

Apoio financeiro

Esta é uma questão que as empresas começaram a abordar nos últimos anos. De acordo com números do «Relatório de Benefícios no Local de Trabalho», de 2019, do Bank of America, hoje em dia o número de empresas que oferece apoio financeiro de bem-estar (53%) duplicou em relação a há quatro anos (24%).

No entanto, de acordo com pesquisas feitas pela Thomsons Online Benefits, ainda há uma série de barreiras que impede as empresas de oferecer programas de bem-estar financeiro aos empregados. Por exemplo, uma em cada quatro empresas está preocupada com o risco de se envolver demasiado na vida financeira dos seus empregados, 20% pensa que não é o seu papel fazê-lo e 24% preocupa-se com os custos de oferecer tal apoio.

Apesar destas preocupações, tem havido uma clara tendência ascendente de empresas que oferecem benefícios de bem-estar financeiro aos colaboradores, uma vez que continuam a reconhecer o impacto que a preocupação financeira tem no seu bem-estar.

 

Flexibilidade de trabalho

À medida que os colaboradores procuram alcançar um maior equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, procuram cada vez mais um emprego onde lhes ofereçam políticas de flexibilidade. Este fator tornou-se tão importante para os funcionários que o último «IWG Global Workspace Survey» constatou que 83% dos trabalhadores em todo o mundo recusariam um emprego que não oferecesse flexibilidade de trabalho, com 54% deles a afirmar que poder escolher o local de trabalho é mais importante do que trabalhar para uma empresa de prestígio.

Como resultado desta procura, nos últimos 10 anos 85% das empresas introduziram uma política de flexibilidade de espaço de trabalho ou estão a planear adotar uma. Contudo, algumas empresas ainda têm reservas quanto ao trabalho flexível, com 60% a afirmar que a mudança da cultura organizacional é a principal barreira à implementação de uma política de espaço de trabalho flexível. Por outro lado, mais de um terço (41%) revela que o maior obstáculo é o medo do impacto que o trabalho flexível poderá causar na cultura geral da empresa.