Sandra Barranquinho: «A gestão do talento é um tema prioritário no AKI.»

A diretora de recursos humanos do AKI explica como é feita a gestão do talento na empresa que disponibiliza soluções e produtos de bricolage, casa e jardim. Sandra Barranquinho diz que trabalham para os colaboradores «participem na construção do projeto da empresa».

Por Francisca Rodrigues

 

O que é mais importante na gestão do talento no AKI?

A gestão do talento das nossas pessoas é um tema prioritário para nós. Estamos atentos e asseguramos rituais periódicos de partilha para identificarmos o talento e o potencial dos colaboradores e podermos exponenciar o seu desenvolvimento e a sua motivação. O mais importante é que a gestão do talento esteja, em primeiro lugar, ao serviço de cada pessoa e do seu desenvolvimento. Acreditamos que cada colaborador deve ser ator no processo e deve encontrar na empresa e no comportamento dos seus managers o espaço e as condições para se desenvolver.

Como concretizam essa ideia?

Todos os colaboradores do AKI têm um plano de desenvolvimento individual, que pode ser mais ou menos detalhado em função da necessidade, Normalmente esse plano prevê um conjunto de ações/ experiências que irão contribuir para as aprendizagens que o colaborador deseja fazer. Algumas dessas ações supõem a realização de formação, num formato tradicional. Assim, em média, em 2016, um colaborador AKI teve 88,6 horas de formação. Destaco também a nossa academia de trainees, em que no total cada trainee tem 1.896 horas de formação e o apoio permanente de um mentor.

Quantas pessoas têm convosco?

Temos 1.265 colaboradores.

Destaca algumas práticas em termos de atração e retenção do capital humano?

84% dos colaboradores do AKI dizem que têm orgulho em trabalhar aqui, segundo o último estudo de clima organizacional, realizado em finais de 2016. Não hesito, pois, em dizer que sim, que temos algumas práticas muito boas em termos de atração e retenção das pessoas. Destaco a nossa forte cultura humana e a nossa muito vincada filosofia de partilha: do querer, do saber, do poder e do haver, consequentemente.

Trabalhamos para que as nossas pessoas participem na construção do projeto da empresa, para que possam partilhar o que sabem, sentindo-se autónomos e responsáveis para tomar iniciativas sem receio de errar, integrando o progresso da empresa. Aplicamos, no âmbito da nossa filosofia de partilha, o acionariado, isto é, a possibilidade de converter a parte dos lucros recebida em ações do grupo. Os prémios trimestrais em função do crescimento da empresa ou da loja, seguro de vida, além do de saúde, ou o «Clube Proximidade», protocolos com descontos e vantagens exclusivas para colaboradores são alguns outros exemplos. Destaco também a nossa academia de trainees, que nos permite recrutar muitos jovens talentos nas universidades.

Qual a maior dificuldade que encontram na retenção dos talentos?

A curva de aprendizagem num negócio como o nosso é lenta, apesar de tudo, isto quando comparada com a de outros sectores. É apaixonante mas requer tempo e dedicação. Compensamos essa dificuldade com uma cultura muito informal e humana, que tem sido cada vez mais valorizada por quem se junta a nós.

As saídas e as novas contratações são significativas na empresa?

O AKI é uma empresa estável, onde as pessoas se sentem bem e querem permanecer. É muito relevante o facto de 65% dos nossos colaboradores estarem na empresa há mais de três anos.

Há algum aspeto que queira referir no âmbito da gestão do talento?

Sou uma fã incondicional da nossa forma de identificar e acompanhar o desenvolvimento das pessoas. No AKI este não é «um assunto do departamento de recursos humanos», como por vezes se ouve no mundo corporativo. É um assunto de todos, e isso enche-me de orgulho nas pessoas desta empresa. Aprecio muito a seriedade e o profissionalismo com que tratamos este tema. Acho que revela uma inteligência coletiva invulgar. Sabemos, no fundo, que disso depende o nosso sucesso e a perenidade no mercado.

 

»»» Sandra Barranquinho é diretora de recursos humanos do AKI em Portugal. Uma das principais empresas de distribuição de bricolage, chegou a Portugal há mais de um quarto de século. Com mais de três dezenas de lojas e cerca da 1.300 colaboradores, dispõe de cerca de 25 mil artigos à venda. Disponibiliza aos seus clientes soluções e produtos de bricolage, casa e jardim. Pertence à multinacional ADEO (referência de mercado no sector da bricolage a nível mundial), que por sua vez pertence à associação familiar Mulliez, de origem francesa. O conceito de proximidade é fulcral na estratégia de diferenciação do AKI no mercado português. O objetivo principal é que o cliente encontre facilmente os artigos que pretende, proporcionando-lhe um conjunto de soluções e ideias que podem ser adaptadas às casas portuguesas.