Sérgio Almeida: «A liderança é um tema que não se esgota.»

Uma passagem do chief executive officer (CEO) da Powercoaching pela «Expo’RH», no Estoril, foi o pretexto para uma conversa no stand da «human». Sérgio Almeida falou da sua consultora, de diversos projetos e também do tema da felicidade nas organizações, a que dedica especial atenção.

Por António Manuel Venda

 

Está presente na «Expo’RH» pela Powercoaching?

Sim, mas devo referir que a Powercoaching está a evoluir para um conceito de grupo. Estamos baseados no Porto e abordamos o mercado com cinco projetos – o que estamos a trabalhar é o chapéu para os cinco projetos. A Powercoaching atua maioritariamente in company, com soluções integradas, construindo com o cliente, partindo da folha em branco para chegar a uma solução. Pode ter várias ferramentas: coaching, people performance… Temos uma marca registada, o CARE – Centro de Alto Rendimento para Empresas e Executivos.

Qual é o objetivo?

Sobretudo trabalhar as soft skills em termos de negócio. Em primeiro lugar com as empresas, e depois com o desporto – aqui, no desporto, não há retorno, é uma aposta, como um laboratório.

Estão apenas no norte do país?

Não. A sede é no norte, mas temos um representante em Lisboa, outro em Madrid e outro em Luanda.

Falou de um chapéu para cinco projetos…

Exato. A Powercoaching é a nossa consultora. Mas há também a ESPC Europe, que vem de França… Na ESPC foi inventado o estudo do caso, e a instituição tem seis campus, em Paris, Madrid, Berlim, Londres, Varsóvia e Turim. Há a ICU – International Coaching University, uma escola de coaching profissional e executivo. Há a People Performance International, que desenvolve avaliações que ajudam as pessoas e as organizações no seu crescimento, potenciando o recrutamento e a gestão do talento. E finalmente a ACdNE – Academia de Neurociências e Educação, que pertence ao Grupo TS Holding GmbH, com sede na Alemanha e várias filiais em todo o mundo.

Quais são os grandes temas para as empresas, por estes tempos?

As palavras estão muito banalizadas… Mas o tema da liderança é sempre algo para trabalhar. Um exemplo… Estive num cliente, duas empresas que se juntaram, uma líder de mercado e outra mais pequena. Têm uma parte dos gestores bem alinhados e outra que bloqueia o negócio. O líder, neste caso, falava-me do tempo que perdia dentro da organização, pois enquanto lá está não vende. A liderança é um tema que não se esgota. Lembro-me de que quando começámos na Powercoaching havia muitas referências, muitos nomes. Escolhemos simplesmente liderança.

E outro tema para si especial, o da felicidade nas organizações?

É uma marca nossa. Surgiu de um projeto com a Margarida Pinto Correia e a Fundação do Gil. Eu era diretor comercial de uma empresa, engenheiro mecânico, e saí. Criei a Powercoaching, e ao fim de um mês percebi que as organizações estavam doentes. Sentia-se a tristeza. Isso não fez sentido para mim. O conceito foi criado e registado. E fizemos um projeto com várias instituições, Assistência Médica Internacional (AMI), Liga Portuguesa contra o Cancro… O importante é dar um propósito, chegar a uma missão maior. Um exemplo: uma pessoa numa organização pode não se importar de enviar um e-mail num dia ou no dia a seguir; mas isso pode significar que um saco de arroz chega ou não chega a tempo a pessoas necessitadas.

Criaram um evento exatamente sobre o tema da felicidade nas organizações…

Sim, com esse nome. O primeiro  parceiro foi a Fundação do Gil. Fizemos uma  serie de ações todos os anos, com os valores angariados a reverterem a favor de uma instituição. E sempre com oradores com conteúdo mas também com um contributo social. A ideia de transformar o negócio puro e duro em transformação das pessoas. Mas é preciso atender também aos resultados, porque não há felicidade nas organizações sem resultados. Ou seja, uma felicidade com os pés na terra. Em seis anos tivemos 19 edições, em várias cidades portuguesas. Pensamos fazer a vigésima fora de Portugal.

 

»»» Sérgio Almeida é chief executive officer (CEO) da Powercoaching. Na empresa acredita-se no potencial para efetuar as mudanças​ e as transformações​ necessárias por forma a atingir as metas ​e ​os objetivos. Acredita-se que a verdadeira liderança começa «dentro»​ e​ projeta-se fora. A empresa define a sua missão da seguinte forma: «Criar soluções únicas, sustentáveis, inspiradoras e geradoras de valor, através do desenvolvimento de pessoas, equipas e organizações, contribuindo assim para o crescimento humano, económico e social do país e do mundo.