Poderá a função RH ser o motor da inovação?

 

A função Inovação aparece como uma função central, indispensável e crítica para o crescimento, a diferenciação e a sustentabilidade das empresas. Mas para que uma empresa seja inovadora os seus colaboradores terão que ser igualmente inovadores.

Por Luís Marques

 

A função Recursos Humanos (RH) tem vindo a ser cada vez mais reconhecida e valorizada dentro das organizações e cada vez mais é considerada um pilar essencial para a concretização da estratégia das empresas.

Por outro lado, a gestão das pessoas assume cada vez mais relevância, e também cada vez mais é entendido que essa função deve ser entregue a especialistas, que devem atuar como verdadeiros parceiros do negócio.

Acresce ainda que a escassez de talento que se verifica em muitas áreas evidencia mais facilmente a necessidade de ter dentro da organização quem tenha como função pensar nas melhores formas de atrair, reter e desenvolver esse talento, e essa necessidade vem tornar a função RH ainda mais essencial ao desenvolvimento das empresas.

Pode pois dizer-se que o desafio atual para esta função não é justificar a sua existência, aumentar a sua visibilidade e a sua importância ou lutar pela sua emancipação.

O desafio que hoje se coloca à função RH é criar condições para ocupar uma posição central e aglutinadora de todas as funções na organização, uma posição vista e reconhecida por todos como integradora, potenciadora de mais produtividade, de melhor rentabilidade e de mais negócio. Em suma, uma função que seja capaz de dar suporte ao negócio e proporcionar aos gestores o apoio necessário para que, em cada momento, as empresas possam potenciar ao máximo o talento existente.

E em termos de inovação? Será que a função RH tem ou pode ter algo a ver com a inovação das empresas?

Invariavelmente a função Inovação aparece como uma função central, indispensável e crítica para o crescimento, a diferenciação e a sustentabilidade das empresas. Mas para que uma empresa seja inovadora os seus colaboradores terão que ser igualmente inovadores.

Tendo presente esta realidade, podemos então questionar:

– Qual deve ser o papel da função RH na inovação dentro das empresas?

– Será que os RH podem ter um papel central nessa área?

– Será que ajudar a transformar uma empresa numa organização mais inovadora, mais criativa, mais dinâmica é papel dos RH?

– E se de repente as outras funções da empresa olhassem para a função RH como o motor que gera a energia necessária para tornar a empresa mais competitiva, mais dinâmica e capaz de antecipar tendências e romper com paradigmas?

Se é verdade que a ideia pode parecer, numa primeira abordagem, um pouco estranha, podemos também pensar o seguinte:

– Quem gera a inovação dentro das organizações são as pessoas.

– Quem está em melhores condições para criar um ambiente mais propício à inovação é provavelmente quem «gere» a cultura nas empresas.

– Por outro lado, cabe aos RH promover, potenciar e ser a «cola» que cria a cultura nas empresas.

Pense nisto…

 

Luís Marques é diretor geral da Fórmula do Talento